Bitcoin ganha terreno com inflação dos EUA no radar, altcoins acompanham e Fantom dispara 20%

Bitcoin avança com expectativa de servir como refúgio para investidores que desejam fugir do dólar em meio a uma possível inflação recorde nos EUA

Paulo Barros CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) voltou a ser negociado em terreno positivo após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que a autoridade monetária olha com atenção o aumento da inflação. Segundo Powell, o Fed não irá medir esforços para combater a alta dos preços, apontando para um possível recorde do dado de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos relativo ao mês de dezembro, que será divulgado hoje.

A notícia traria maior pressão para ativos de risco pela possível aceleração na subida dos juros, mas Powell diminuiu as expectativas de que a redução do balanço patrimonial do Fed possa ocorrer em breve. Além disso, investidores apostam na possibilidade de a criptomoeda enfim mostrar que pode servir como proteção contra a inflação, e saia ganhando com a entrada de novos usuários que buscam refúgio contra a desvalorização do dólar.

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Nos últimos dois meses, o preço do Bitcoin experimentou alta volatilidade após a divulgação dos dados do CPI. Enquanto alguns traders e investidores de criptomoedas veem o BTC como um hedge contra a inflação, outros o consideram um ativo de risco, como as ações, que reagem à política monetária restritiva resultante da alta inflação.

O Bitcoin subiu 2,33% ontem logo após a fala de Powell, por volta das 13h, e atingiu brevemente os US$ 42.900. Desde então, esbarra na região dos US$ 43 mil, mas analistas apontam que o patamar de US$ 45 mil representa a maior resistência (região com muitas ordens de venda) no momento. A reação positiva ocorre em momento de alta correlação com o índice S&P500, estreitando relação que vinha caindo ao longo de 2021.

Alguns indicadores técnicos jogam a favor da criptomoeda. O fluxo de dormência ajustado pela entidade, indicador do padrão de gastos do mercado, caiu 40% nos últimos dois meses e já começa a apontar que o Bitcoin pode estar nos últimos estágios de uma tendência de baixa.

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“O fluxo de dormência ajustado pela entidade atingiu recentemente o fundo do poço, mostrando uma redefinição completa da métrica. Esses eventos historicamente indicam o fundo cíclico”, disse a casa de análise Glassnode em um relatório publicado na segunda-feira.

A última vez que o indicador acendeu o sinal de fundo para o Bitcoin foi em em julho de 2021, quando a moeda digital iniciou um novo rali e culminou no topo histórico de US$ 69 mil em 10 de novembro. Também em julho do ano passado foi quando o Bitcoin atingiu um alto nível de correlação com o mercado de ações.

Por outro lado, o mercado também tem no radar um relatório sobre criptomoedas preparado por autoridades americanas que deve indicar com mais claridade os rumos da regulação do setor no país. Segundo Jerome Powell, o documento será publicado nas próximas semanas.

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As altcoins, que acumulavam perdas de cerca de 20% em uma semana, acompanham o principal ativo digital do mercado e registram fortes ganhos nesta quarta-feira. Pelo menos 11 ativos sobem dois dígitos, com destaque para plataformas de contratos inteligentes rivais do Ethereum (ETH), como a Fantom (FTM), que avança 20% nas últimas 24 horas. Já Harmony (ONE), Celo (CELO) e Near (NEAR) ganham entre 10% e 15%.

Na ponta negativa estão apenas quatro criptomoedas, entre as 100 maiores do mercado, mas três delas vêm de uma semana de ganhos. A Chainlink (LINK), por exemplo, recua 2,5% hoje, mas ainda acumula alta de mais de 10% nos últimos sete dias.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 42.778,49 +1,6%
Ethereum (ETH) US$ 3.257,92 +4%
Binance Coin (BNB) US$ 465,94 +2,8%
Solana (SOL) US$ 141,96 +4,1%
Cardano (ADA) US$ 1,24 +7,7%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Fantom (FTM) US$ 2,82 +20,6%
Oasis Network (ROSE) US$ 0,453676 +14,3%
Harmony (ONE) US$ 0,317146 +15%
Celo (CELO) US$ 4,93 +13,6%
FraxShare (FXS) US$ 39,26 +12,9%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Dash (DASH) US$ 141,05 -4,6%
Internet Computer (ICP) US$ 34,88 -1,4%
Chainlink (LINK) US$ 26,32 -2,5%
Quant (QNT) US$ 166,50 -0,2%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

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ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 44,54 +1,48%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 57,12 +0,56%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 54,20 +5,65%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 15,15 1,67%
QR Ether (QETH11) R$ 13,20 +3,12%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (12):

Mercado Bitcoin compra corretora portuguesa e prepara entrada na Europa

A 2TM, holding controladora do Mercado Bitcoin, anunciou acordo para adquirir participação majoritária na CriptoLoja, a primeira exchange de criptomoedas regulamentada de Portugal. A aquisição representa o primeiro passo nos planos da 2TM para expandir sua atuação para a Europa.

A 2TM não divulgou o valor da transação nem a participação exata adquirida. Pedro Borges e Luis Gomes, fundadores da CriptoLoja, permanecerão no comando da empresa enquanto também gerenciam a expansão da 2TM na Europa, disse a companhia em comunicado.

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“Portugal é um mercado estratégico para nós, porque requer uma licença específica, está se tornando um importante centro de criptomoedas na Europa e abre uma porta de entrada para o maior mercado europeu”, disse o CEO da 2TM, Roberto Dagnoni.

A 2TM oferecerá inicialmente negociação de balcão em Portugal, mas planeja lançar os serviços do Mercado Bitcoin para clientes de varejo e institucionais posteriormente.

O negócio ainda precisa de aprovação do Banco Central de Portugal. Segundo a empresa, a expectativa é que o aval ocorra ocorra “nos próximos meses”.

Jack Dorsey anuncia fundo de amparo legal para desenvolvedores de Bitcoin

O fundador e CEO da Block e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou a criação de um fundo de defesa jurídica para desenvolvedores de Bitcoin. Em comunicado publicado em um fórum sobre a criptomoeda, ele disse que a comunidade enfrenta “contenciosos em várias frentes” e “ameaças” que forçaram alguns desenvolvedores a desistirem do projeto.

O Bitcoin Legal Defense Fund Board seria chefiado por Dorsey, pelo cofundador da Chaincode Labs, Alex Morcos, e pelo acadêmico Martin White. O principal objetivo do fundo é pagar por advogados de defesa para atuar em casos envolvendo os desenvolvedores de Bitcoin.

Segundo Dorsey, a primeira atividade do Fundo será coordenar a defesa de um processo de uma empresa que responsabiliza desenvolvedores de Bitcoin pelo roubo de criptomoeda no famoso hack da corretora de criptomoedas japonesa Mt. Gox, em 2014.

O acesso ao fundo é gratuito e voluntário para os desenvolvedores e inicia com um corpo de advogados voluntários. O conselho do fundo determinará quais processos e réus ele ajudará a defender. O Fundo não pretende levantar capital externo, mas poderá fazê-lo no futuro por orientação do conselho.

Rival da OpenSea vende US$ 100 milhões em NFTs no primeiro dia

A LooksRare, nova plataforma para comercialização de NFTs rival da OpenSea, registrou US$ 105 milhões em volume de negociação e 613 ETH (quase US$ 2 milhões) em faturamento com taxas de transação em apenas um dia de operações, mostram dados da Dune Analytics.

Os números revelam um começo promissor para um marketplace que se propõe a ser uma alternativa descentralizada à OpenSea, que é de longe a plataforma líder em comércio de NFTs do mundo, com 90% de market share.

A adesão foi impulsionada por um airdrop (distribuição) de tokens LOOKS para mais de 75.000 endereços de Ethereum no valor médio de US$ 3.500 para cada carteira. O ativo também já está prestes a entrar para o ranking das 200 maiores criptomoedas por valor de mercado após o preço saltar 38% em um dia, para US$ 3,58.

A novidade ocorre enquanto investidores ainda aguardam por uma criptomoeda da OpenSea. A empresa foi recentemente avaliada em US$ 13,3 bilhões após uma rodada de investimento Série A.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos