Bitcoin amplia ganhos e ultrapassa US$ 82 mil pela primeira vez

Analistas apontam que aumento de demanda pela criptomoeda na esteira da vitória de Trump continuará por um bom tempo

Bloomberg

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O Bitcoin (BTC) ultrapassou pela primeira vez o patamar de US$ 82.000 nesta segunda-feira (10), impulsionado pelo apoio do presidente eleito Donald Trump aos ativos digitais e pela expectativa de um Congresso composto por legisladores favoráveis ao setor cripto. Trump foi declarado vencedor no Arizona, completando uma vitória decisiva nos sete estados-chave dos EUA. Sua eleição estimulou o entusiasmo na indústria de ativos digitais, que investiu mais de US$ 100 milhões para apoiar candidatos com políticas pró-cripto.

No domingo, a maior criptomoeda subiu até 6,1% e ampliou os ganhos, atingindo um recorde inédito de US$ 82.300 na segunda-feira. O sentimento positivo também favoreceu outras moedas menores, incluindo o Dogecoin, popular entre apoiadores de Trump e promovido por Elon Musk.

Agenda de Trump

Trump prometeu durante a campanha posicionar os EUA como um centro da indústria de ativos digitais, incluindo a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin e a nomeação de reguladores entusiastas dos ativos digitais. No entanto, traders animados ainda não estão focados em detalhes como a velocidade de implementação dessas promessas ou se a criação de uma reserva estratégica é realmente viável.

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Sua agenda mais ampla de fomentar o crescimento econômico interno, cortar impostos e reduzir burocracias também impulsionou uma onda de compras em ações, crédito e criptomoedas. Na semana passada, o índice S&P 500 atingiu sua 50ª alta recorde no ano.

O Bitcoin acumula uma valorização de cerca de 94% em 2024, impulsionado pela demanda de ETFs de Bitcoin nos EUA e pelos cortes nas taxas de juros promovidos pelo Federal Reserve. Na quinta-feira, o iShares Bitcoin Trust da BlackRock registrou um fluxo líquido diário recorde de quase US$ 1,4 bilhão, um sinal de como a vitória de Trump está impactando o mercado cripto.

Demanda Institucional

“Acreditamos que uma parte significativa do mercado institucional se desfez de posições antes das eleições e agora está retornando após a vitória de Trump, gerando uma pressão de compra material que provavelmente continuará por algum tempo,” afirmou Richard Galvin, fundador da DACM, empresa de investimentos focada em criptoativos.

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A postura de Trump contrasta com a repressão aos ativos digitais durante o governo de Joe Biden, cujo presidente da SEC, Gary Gensler, frequentemente criticou o setor por práticas fraudulentas. A agência apertou o cerco ao mercado cripto após a crise de 2022, especialmente com a falência da corretora FTX de Sam Bankman-Fried.

Empresas de ativos digitais investiram pesadamente durante a campanha para eleger candidatos favoráveis ao setor. Nesse contexto, Trump mudou de posição e se tornou um apoiador de uma indústria que anteriormente criticava. “Trump prometeu regulamentação favorável, e a vitória republicana na Câmara e no Senado torna a aprovação de leis pró-cripto muito mais provável,” afirmou Noelle Acheson, autora da newsletter Crypto Is Macro Now.