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SÃO PAULO – No começo de agosto, bicicletas amarelas curiosamente começaram a aparecer pela cidade de São Paulo em calçadas, porta de prédios e casas. Não demorou para que os paulistas descobrissem que se trata da Yellow, empresa de compartilhamento de bikes. Criada pelo antigo CEO da Caloi, Eduardo Musa, e o fundador da 99, Ariel Lambrecht, a empresa começou a operar já credenciada pela Prefeitura de São Paulo.
O que chamou atenção foi seu modelo de compartilhamento, diferente do das demais companhias que também operam em São Paulo: ela não conta com estações físicas, o que explica todas as bicicletas ficarem espalhadas pela cidade. Nós explicamos tudo sobre ele aqui.
A recepção às magrelas foi “incrível”, de acordo com Luiz Marques, diretor de comunicações da Yellow: mais de 40 mil corridas realizadas nas duas primeiras semanas. “Não conhecemos nenhuma outra empresa com operação semelhante à nossa que tenha registrado tal número tão rápido”, comentou o executivo, em entrevista para o InfoMoney.
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Uma das preocupações do público, a segurança de deixar bicicletas estacionadas, se mostrou justificável na última semana, com fotos das bicicletas depredadas, anunciadas para venda na internet e desmontadas circulando pelas redes sociais. A reação do público logo foi de culpar o comportamento do brasileiro, cujas atitudes “retratam o povo que temos”, segundo comentários no Facebook.
Foram muitas as imagens divulgadas, mas, segundo Luiz, se trata de um “susto” que o público levou. “O número de bicicletas depredadas ou furtadas foi muito baixo e em nada afeta nossa operação. Quando iniciamos o planejamento da Yellow, prevemos uma taxa de depredação pra essa fase inicial da operação e os casos registrados até agora estão dentro desta taxa, muito longe dela, inclusive”, disse.
A empresa tem tratado esses casos como exceções, justamente tendo em vista a receptividade que os paulistanos tiveram com a bicicleta.
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Quando foi anunciada, a Yellow já havia revelado medidas para combater esses casos: Todas as bicicletas disponibilizadas são equipadas com chip de GPS instalado em diferentes partes e, quando existe tentativa de mover a bicicleta depois de travada, um alarme apita; além disso, ela foi pensada e montada de maneira “única”, de forma que seus componentes não podem ser reaproveitados em outras bicicletas.
“Nós atribuímos a esses casos o desconhecimento que as pessoas ainda têm do modelo da Yellow, afinal, estamos operando há somente três semanas”, explicou. “E nós estamos tomando as providências legais com esses casos. Já tiveram prisões e três pessoas estão sendo indiciadas nesses casos”, disse.
Segundo o diretor, 80% das bicicletas depredadas já passaram por manutenção e estão circulando novamente na cidade. Isso porque não é difícil para a empresa identificar onde elas vão parar: o GPS mostra sua localização em tempo real; quando o alarme apita, toda a equipe de operações já é sinalizada do que está acontecendo; a Yellow conta com uma equipe de rua para fiscalizar as bicicletas; e também já recebeu relatos e denúncias de testemunhas que viram a depredação.
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“Em sua maioria, os casos de depredação não partiram do usuário, mas sim de uma pessoa mal intencionada”, explicou. A expectativa da startup é de que a taxa de depredação e roubo diminua conforme as pessoas entendam como funciona seu modelo de negócios e que, afinal, não vale a pena tentar desmontá-la e tentar vender.
“Eventualmente, quem tem a intenção de lucrar com a bicicleta vai perceber que não vale correr o risco para lucrar pouco. As peças não servem em outras bicicletas e são de aço, então é muito difícil lucrar muito”, disse. “Tudo isso nos ajuda”.
Além das bikes, os patinetes
A Yellow está na fase de testes de patinetes elétricos, que também vão operar em São Paulo com modelo semelhante ao das bikes. Eles contam com um QR Code a ser destravado pelo aplicativo, condição para que o motor seja acionado.
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Se você não desbloqueia, ele se torna um patinete “normal”, mas segundo Luiz, é muito pesado para ser carregado e para ser pedalado sem o motor. Eles também contam com GPS e o alarme.
Por enquanto, eles operam com uma estação física, no Itaim Bibi. Até setembro, a previsão é de que 20 estações estejam operando. “Futuramente eles funcionarão como as bicicletas, sem estações físicas. Mas isso ainda está um pouco distante”, disse.
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A expectativa da empresa é de que 20 mil bikes estejam em circulação até o final deste ano. “Quando falam da Yellow, comentam que somos a startup que ‘acredita no brasileiro’. Não temos motivos pra pensar o contrário: todos estão adorando o serviço e em todo o mundo, casos como esse aconteceram pontualmente em empresas de operação semelhante”, disse Luiz.
A empresa divulgou um comunicado oficial sobre os casos de depredação. Leia na íntegra:
“Por mais que as imagens das bikes Yellow envolvidas em casos de vandalismo e furtos sejam chocantes, a marca, pioneira no ramo de soluções de mobilidade urbana individual no Brasil, afirma que o número total dessas ocorrências na cidade de São Paulo estão abaixo do previsto e não preocupam as operações da empresa.
Ainda ressalta que, para evitar casos como estes, as suas bicicletas foram desenvolvidas com peças exclusivas, que não se adaptam a outros modelos. Além disso, todas as bicicletas Yellow são rastreadas por sistema GPS – o que já evitou episódios indesejados e ainda levou à recuperação de bicicletas e à apreensão de pessoas envolvidas nesses casos.
O diálogo da Yellow com as autoridades competentes é muito próximo, assim como o trabalho com os ‘Guardiões Yellow’, que circulam todos os dias da semana pela cidade contribuindo para a melhor distribuição e posicionamento das bicicletas, além de apoiar usuários e garantir as boas práticas.”
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