Beta: saiba como esse indicador pode medir o risco de seu investimento

Beta avalia o risco relativo de um ativo em relação ao mercado, sendo muito útil na hora de escolher onde investir

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Na hora de investir, é importante analisar tanto a rentabilidade quanto o risco de um investimento, já que a combinação entre ambos é geralmente o que determina a melhor opção para seu dinheiro. Afinal de contas, rentabilidades maiores são quase sempre acompanhas por riscos mais elevados, e vice versa.

Na hora de avaliar o risco existem diversas medidas, algumas de risco absoluto e outras de risco relativo. Por risco relativo, deve-se entender o quanto um ativo varia quando ocorrem alterações no mercado. No mercado de ações, por exemplo, é interessante saber como uma determinada ação reage a uma oscilação do mercado como um todo.

Beta: medindo risco relativo

Uma das formas mais usadas para calcular o risco relativo é o indicador beta. Calculado usando análise de regressão, este indicador aponta o quanto um ativo varia quando ocorre uma flutuação no mercado. Desta forma, ele é uma importante medida de volatilidade, servindo para comparar a reação de diversos ativos a uma alteração no mercado.

Como tal, pode ajudar de forma significativa os investidores na escolha de ativos que apresentem perfil de risco em linha com suas expectativas. Baseados no beta, os investidores podem direcionar seus recursos para ativos que apresentem uma probabilidade elevada de reagir de acordo com o risco que estão dispostos a tomar.

Entendendo o indicador

Um beta de 1 indica que o ativo sendo analisado tende a reagir de acordo com o mercado. Por exemplo, se a análise for realizada no mercado brasileiro de ações, caso o Ibovespa suba 2%, um ativo com beta 1 tende também a acumular ganho de 2%. Já um beta superior a 1 indica que o ativo deve reagir com maior intensidade, enquanto beta entre 0 e 1 aponta para um ativo com volatilidade inferior ao mercado.

É comum que ações de segmentos menos consolidados apresentem beta superiores a 1. Por exemplo, papéis dos setores de tecnologia e telecomunicações tendem a registrar betas superiores a 1. Isso indica que os ganhos podem ser maiores na alta, mas também as perdas ficam acima daquelas do índice em situações de mercado em queda.

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Por outro lado, ativos com beta entre 0 e 1 tendem a reagir de forma menos intensa do que o mercado, o que pode representar uma alternativa interessante para investidores mais conservadores. Isso ocorre, geralmente, em setores mais consolidados ou segmentos que dependam mais de fatores mais estáveis, como os de bens de consumo e varejo, por exemplo.

Ferramenta importante

Portanto, o beta é um indicador muito importante para determinar qual ponto da relação entre risco e retorno é o mais adequado para o perfil de cada investidor. Como risco e retorno andam de mãos dadas, o investidor pode escolher, baseado no beta, os ativos mais adequados à sua estratégia.

Para aqueles que buscam maior rentabilidade, não se importando em tomar riscos mais elevados para atingir este objetivo, ativos com beta elevado podem ser uma alternativa interessante. O inverso ocorre para aqueles que não querem tomar muitos riscos, se contentando com retornos mais baixos.

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Uso generalizado

Vale sempre lembrar que, como uma medida de volatilidade relativa, o uso do beta não é restrito ao mercado de ações. Ele pode ser usado em qualquer mercado, como, por exemplo, em fundos de renda fixa, comparando o desempenho de diversos fundos de investimento em relação a uma medida da taxa de juro do mercado.

Mais do que isso, pode ser utilizado também para medir quantitativamente como determinados mercados, por exemplo, ações e câmbio, irão reagir a alterações em parâmetros como a taxa de juro.