BC vê alta de apetite a risco de instituições financeiras; alerta sobre endividamento

Ata de reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) apontou que o ritmo de crescimento do crédito às famílias acelerou em todas as modalidades

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO (Reuters) – O apetite por risco das instituições financeiras cresceu levemente, de acordo com avaliação do Banco Central, que ainda alertou para a necessidade de atenção ao endividamento das famílias.

A ata de reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) divulgada nesta quarta-feira apontou que o ritmo de crescimento do crédito às famílias acelerou em todas as modalidades, “o que requer atenção em um contexto de endividamento e comprometimento de renda historicamente elevados”.

Já em relação às empresas o documento apontou que o ritmo de crescimento do crédito aumentou, mas que não se percebe alteração relevante nos critérios de concessão.

Continua depois da publicidade

“Nesse cenário, o Comef avalia que é importante os intermediários financeiros preservarem a qualidade das concessões”, completou.

O documento destaca ainda que a maior dependência da tecnologia requer que as instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) tenham controles internos e sistemas de gerenciamento de risco robustos que reforcem a sua resiliência cibernética.

“Merecem particular atenção os aspectos relacionados à prestação de serviços por terceiros, aos riscos de integração de sistemas com outras empresas, e à governança de dados”, apontou.

Continua depois da publicidade

Também avaliou que os preços dos ativos e o crescimento do crédito não representam preocupação no médio prazo, embora existam incertezas a serem acompanhadas, citando riscos relacionados à atividade econômica e ao endividamento das famílias e das empresas de menor porte.

O Comef também avaliou que a exposição do SFN ao risco da taxa de câmbio é baixa e a dependência de “funding” externo é pequena, destacando que a transparência, previsibilidade e credibilidade na condução das políticas monetária, fiscal e macroprudencial são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos.

Em relação ao cenário global prospectivo, o Comef apontou que este ainda apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais. I

Continua depois da publicidade

Nesse sentido, a ata listou incertezas acerca do ritmo da atividade, da extensão do período de juros elevados e dos níveis de equilíbrio das taxas de juros no longo prazo, bem como pressões decorrentes do diferencial de juros sobre as moedas, desmonte de posições concentradas em alguns ativos, preocupações quanto à sustentabilidade fiscal e suscetibilidade dos mercados a eventuais disrupções de oferta.