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SÃO PAULO – A partir desta segunda-feira, 2, o Banco Central da República Argentina (BCRA) começará a intervir de forma mais agressiva no mercado de câmbio para tentar conter a alta do dólar, segundo o jornal La Nación.
De acordo com publicação, o governo de Mauricio Macri decidiu recorrer a uma velha receita que já deu resultados no passado, ainda que por um curto período. A expectativa é de que o presidente do banco central argentino, Guido Sandleris, utilize um esquema semelhante ao adotado por Federico Sturzenegger há pouco mais de um ano, quando, em meio a uma depreciação do peso e alguns dias antes de firmar acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), foi possível fixar o valor da moeda americana com uma oferta diária de US$ 5 bilhões. A medida, que durou 20 dias, foi efetiva.
Nesta semana, o governo argentino também buscará recuperar a paz no mercado de câmbio mostrando um diálogo com a oposição no Congresso, disseram fontes oficiais ao La Nación.
A procura por dólares no país se intensificou na semana passada, após o governo de Mauricio Macri anunciar que não pagará a maior parte de sua dívida de curto prazo na data de vencimento, adiando uma parcela para daqui a seis meses. Isso significa que a conta poderá ficar nas mãos de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, que formam a chapa da oposição e saíram vencedores nas eleições primárias para a presidência do país, em 11 de agosto. A eleição final será em 27 de outubro.
Na sexta-feira, 30, o BC argentino leiloou mais de US$ 387 milhões de suas reservas internacionais na tentativa de segurar a desvalorização do peso. Se mantiver esse ritmo, as reservas do país se esgotarão em menos de dois meses, ou antes das eleições presidenciais. Apesar de afirmar possuir US$ 57 bilhões em reservas, pouco menos de US$ 13 bilhões são líquidos.
Também na sexta-feira, o BCRA anunciou que, a partir de agora, bancos que operam no país terão de pedir autorização para distribuir seus resultados. A medida inviabiliza a remessa de lucros de bancos internacionais para suas sedes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.