BBI: Estrelas se alinham para América Latina com China, mas pode não ser suficiente

Catalisadores domésticos dos países que compõem a região também estão em foco

Equipe InfoMoney

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As medidas de estímulo na China anunciadas na semana passada impulsionaram um rali nos mercados com a cobertura de posições vendidas (que apostavam na queda), levando as ações do gigante asiático a sua semana mais forte desde 2008.

Para os estrategistas do Bradesco BBI, a China reforçou na última semana o cenário global positivo para a América Latina – ou com as estrelas globais alinhadas a favor da região. Isso porque a a China responde por mais de 50% da demanda global por metais básicos, enquanto 5% de crescimento do PIB chinês equivale a quase uma economia do tamanho do Chile por ano ou do Brasil a cada três.

Por outro lado, Ben Laidler e equipe, que assinam o relatório, avaliam que esta é uma condição que se faz necessária, mas não é suficiente para a América Latina, com os catalisadores domésticos também em foco e os países devendo fazer a lição de casa. A região é observada como compra do monitor global do BBI, que está overweight (exposição acima da média) em México, Chile, mas neutro com o Brasil.

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O cenário é positivo para a América Latina uma vez que os preços dos metais básicos dispararam, com as ações de lítio, minério de ferro, cobre e celulose da região focadas na China sendo as mais expostas, enquanto os ETFs (fundo de índice) de mercados emergentes receberam metade de seus fluxos acumulados no ano em uma única semana.

A China, avalia a equipe de estratégia: 1) reduz os riscos econômicos e para os lucros globais, juntamente com os cortes de taxas do Fed e o dólar americano mais fraco, 2) e adiciona um terceiro catalisador à rotação global além das gigantes e das techs americanas, enquanto 3) o suporte para um real mais forte se soma ao caso de mercado mais otimista para o Brasil, de um círculo virtuoso liderado pelo câmbio que amorteceria as expectativas de inflação e aumento da Selic.


As três ressalvas são que: 1) a América Latina se beneficia mais por meio do canal macro e do câmbio do que no mercado de ações, já que as relações de exportação do Brasil e do Chile ofuscam as reações do mercado; 2) o efeito é maior em algumas matérias-primas até agora, com um peso de 10-20% em mercados de ações regionais (mas com muitas empresas listadas em Bolsa do exterior), em vez de um rali mais amplo de commodities e 3) há risco de realocação entre os fundos de mercados emergentes, dada a escala de menor entrada de capital na China e a alocação total, mas de baixa convicção, para o Brasil. No entanto, isso pode ser ofuscado pelos fluxos globais mais gerais para emergentes.

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Olhando para as ações que se beneficiam de preços de metais mais altos, câmbio mais forte e entrada de capital, o BBI destaca a Vale (VALE3) como a brasileira mais exposta, mas também cita a Arcadium Lithium, a SQM e a CAP.

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