BBI eleva ação de Cogna (COGN3) para neutra e destaca Ânima (ANIM3) como preferida no setor de educação

Apesar do cenário macro adverso e queda nas matrículas presenciais, o BBI projeta bons resultados operacionais para as empresas de educação em 2023

Felipe Moreira

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Após anos desafiadores, a equipe de research do Bradesco BBI espera que companhias listadas do setor de educação apresentem bons resultados operacionais neste ano, apesar do cenário macroeconômico adverso e queda nas matrículas presenciais.

Segundo o relatório, as expectativas são impulsionadas por cursos de medicina e educação primária e secundária (K-12); sinergias de fusões e aquisições (M&A) e marcas de alto padrão.

O BBI aponta que os negócios mencionados são inegavelmente mais resilientes, mais lucrativos e crescem acima do segmento regular de ensino superior, que foi atingido nos últimos anos pelo fim do FIES, cenário macroeconômico, concorrência e mudança para o ensino a distância.

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Nesse contexto, analistas veem essa mudança no mix como positiva, pois poderia justificar melhores múltiplos, taxas de desconto mais baixas e crescimento mais alto.

Para 2023, o BBI projeta que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) orgânico cresça 5% para Yduqs (YDUQ3), 17% para Ânima (ANIM3), 28% para Cogna (COGN3) e 35% para Vitru, impulsionado por segmentos premium e sinergias de aquisições recentes para Ânima e Vitru.

Por fim, analistas avaliam que o potencial do novo ciclo do FIES não está mais precificado no setor e pode ajudar na reavaliação das empresas, revertendo a tendência negativa de volume no campus, melhorando os preços das mensalidades e ajudando nas margens. “Um novo ciclo de FIES pode ser relevante especialmente para Ânima”, destacam.

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Ânima (ANIM3)

O BBI reitera sua preferência pela Ânima no setor de educação, com preço-alvo de R$ 8, o que representa um potencial de valorização de 95,6% frente a cotação de fechamento de sexta-feira (27) de R$ 4,09.

Segundo cálculos do banco, a ação está sendo negociado a atraentes 5,8 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) para 2023 contra sua média histórica de 8,2 vezes e 9,1 vezes para seus pares internacionais.

Além disso, analistas esperam que a Ânima continue entregando resultados sólidos em 2023, com crescimento de 17% do Ebitda, e sem queima de caixa apesar da alta alavancagem e taxas de juros.

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Eles também destacam que o braço de medicina Inspirali deve representar 50% do Ebitda da Ânima em 2022 e provavelmente aumentará o Ebitda em 15% em 2023. A margem Ebitda de sair 20,7% em 2022 para 23,4% em 2023, devido às sinergias da Laureate relacionadas a despesas gerais e administrativas e aluguel, bem como ao melhor mix.

Cogna (COGN3)

O time de análise do BBI elevou a recomendação de Cogna de underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para neutro, com preço-alvo caindo de R$ 2,70 para R$ 2,40, implicando em um potencial de alta de 11,1% frente ao preço de fechamento de sexta de R$ 2,16, pois espera resultados positivos à frente. Contudo, o valuation  ainda é pouco atrativo.

Analistas projetam aceleração de 28% do Ebitda em 2023, após a companhia reiterar o momento positivo ao reafirmar sua orientação de Ebitda para 2024 de R$ 2,40 bilhões durante o Investor Day de dezembro, o que implicaria um crescimento significativo de 40% em relação a estimativa do banco de R$ 1,725 bilhão para 2023.

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Além disso, BBI aponta que a aceleração no crescimento da receita é impulsionada por (i) Kroton (devido à recuperação no segmento presencial) e (ii) Saber (devido ao programa federal de livros didáticos, PNLD, ou Programa Nacional do Livro Didático).

Analistas ainda destacam que a Vasta deva manter um ritmo acelerado de crescimento em 21%, com a orientação preliminar de crescimento do valor anual contratual (ACV) para 2023 fixada em 25%.

Com relação a margem Ebitda, analistas esperam crescimento em 2023 com ganhos na Kroton e Vasta em controles de custos e alavancagem operacional. O fluxo de caixa operacional da Cogna após o capex deve crescer para R$ 840 milhões (versus R$ 550 milhões em 2022) devido ao capex estável.

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Yduqs (YDUQ3)

Apesar de esperar lucros mais desafiadores em 2023 com receita líquida fraca, o BBI acredita que avaliação da Yduqs (YDUQ3) é atraente nos atuais múltiplos. Dessa forma, optou por manter classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra), mas reduziu o preço-alvo de R$ 17 para R$ 14, um potencial de alta de 48,1%.

Para analistas, a Yduqs está sendo negociada a um múltiplo de 18,5 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2023 e atraentes 8,5 vezes para 2024 (versus média histórica de 1 ano de 17 vezes). No entanto, esperam que a empresa apresente resultados operacionais mais fracos em 2023 em comparação com seus pares, e projetam um crescimento de Ebitda de apenas 5%.

Segundo relatório, o crescimento da receita deve ser fraco, o que provavelmente limitará os ganhos de margem neste ano. O ensino a distância (EAD), que havia sido um importante catalisador de crescimento nos últimos anos, sofreu uma forte reversão em 2022, uma vez que a captação parou de crescer no primeiro semestre de 2022 (1S22) e deve cair 23% na base anual no 2S22.

O BBI espera que essa tendência fraca no EAD continue em 2023, com crescimento de receita de 4%. Por outro lado, espera que a receita no campus se recupere, crescendo 1% em 2023, de queda de 8% em 2022, devido à recuperação no valor do ticket médio.

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