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SÃO PAULO – Além da deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, denominada Acarajé, que deve agitar os mercados, o noticiário corporativo é bastante movimentado nesta segunda-feira (22).
Segundo informações da Folha de S. Paulo, o Banco do Brasil (BBAS3) entrou com um habeas corpus na Justiça para impedir que o MPF (Ministério Público Federal) continue investigando a suposta participação de seu ex-presidente Aldemir Bendine (atual presidente da Petrobras) na concessão de um empréstimo para a socialite Val Marchiori, em 2013. Bendine é a presidente da petroleira e chefiava o BB na época em que Marchiori obteve financiamento de R$ 2,7 milhões pelo banco, por meio de uma linha de crédito subsidiada pelo BNDES.
A Torke Empreendimentos, firma de Marchiori, obteve o dinheiro mesmo a socialite tendo restrição por não ter quitado débitos com o banco.
Ainda segundo informações da Folha, a Petrobras fez nova proposta por aluguel de sondas da Sete Brasil. A companhia disse que a companhia e a Petrobras estão engajadas em buscar solução.
E, segundo o Estadão, a estatal vai parar de procurar petróleo na Bahia. A empresa informou ao sindicato local que, até março, vai desligar todas as sondas de perfuração terrestre usadas para encontrar novos reservatórios no Estado. Com isso, 344 empregados da prestadora de serviços Lupatech serão demitidos já no mês que vem, segundo o Sindipetro-BA. Mais mil funcionários concursados da Petrobras, que trabalham na região Nordeste se revezando em diferentes bacias, vão perder sua função. A empresa ainda não informou onde e com o que eles vão trabalhar daqui para a frente.
“O número de demissões vai ser muito maior (do que os da Lupatech), já que, por desdobramento, trabalhadores das áreas de transporte, alimentação, vigilância e serviços especiais também serão impactados”, informou o sindicato, em nota. Atualmente, a Petrobras atua em 37 blocos exploratórios na Bahia, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A produção média no Estado já chegou a superar os 40 mil barris diários, mas, sem investimentos de recuperação, hoje está na faixa de 32 mil barris por dia, provenientes de campos terrestres maduros.
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BTG Pactual
O BTG Pactual (BBTG11) informou que assinou acordo definitivo para que o banco sediado na Suíça EFG International adquira o BSI por entre 1,5 bilhão e 1,6 bilhão de francos suíços, sujeito a ajustes, de acordo com fato relevante divulgado nesta segunda-feira.
O BTG disse que deterá participação entre 20 e 30 por cento da entidade combinada e receberá pagamento em caixa de cerca de 1 bilhão de francos suíços. A conclusão do negócio está sujeita a aprovações societárias e regulatórias.
O banco ainda informou um lucro auditado no quarto trimestre de 2015 de R$ 1,23 bilhão, alta de 45% na comparação anual. O resultado se compara a lucro líquido de R$ 848 milhões no quarto trimestre e de R$ 1,51 bilhão no terceiro trimestre. A receita total somou R$ 3,52 bilhões, ante R$ 1,59 bilhão no quarto trimestre do ano passado.
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BB Seguridade
A BB Seguridade (BBSE3) teve lucro líquido de 1,014 bilhão de reais no quarto trimestre, queda de 11 por cento ante o mesmo período do ano anterior, informou nesta segunda-feira.
Para 2016, a empresa estimou crescimento do lucro líquido ajustado entre 8 e 12 por cento.
Eletrobras
Segundo informações do Valor Econômico, uma eventual relicitação dos ativos de transmissão do grupo espanhol Abengoa atrai a Eletrobras (ELET6), caso as condições dos contratos de concessão sejam mais atrativas dos que a atuais, afirmou uma fonte próxima do comando da estatal. Segundo ela, se a taxa de retorno dos projetos for ampliada e/ou se o prazo de concessão das linhas for postergado, os projetos podem gerar rentabilidade para a companhia.
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Destaque ainda para a entrevista do ministro de Minas e Energia para a Agência Estado. Eduardo Braga afirmou que a privatização da distribuidora de energia de Goiás (Celg-D), em 30 de março, iniciará a ação do governo para solucionar o imbróglio das companhias de eletricidade federalizadas, que se arrasta há cerca de duas décadas.
Assim que o processo de venda da Celg entrar “no piloto automático”, disse, começará a ser definida a venda do controle de distribuidoras da Eletrobras no Piauí, Alagoas, Acre e Rondônia, o que daria condições para a recuperação da estatal. Para Braga, o setor energético tem agora duas prioridades: a solução dos problemas de transmissão de eletricidade e medidas para destravar investimentos no setor de petróleo.
Marcopolo
A Marcopolo (POMO4) suspendeu o pagamento de juros sobre o capital próprio em 2016 por conta da crise econômica. O programa de pagamento de JCP poderá ser retomado se ocorrerem mudanças no cenário econômico, disse a companhia em comunicado enviado ao mercado na noite da última sexta-feira.
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O Conselho decidiu também não distribuir dividendos complementares do exercício de 2015, “considerando a atual conjuntura econômica e a instabilidade política do Brasil, e
considerando o valor dos juros sobre o capital próprio imputados ao dividendo obrigatório declarado antecipadamente por conta do exercício de 2015 e já pagos”
Cetip e BM&FBovespa
A BM&FBovespa (BVMF3) confirmou na sexta uma nova oferta pela Cetip (CTIP3), na qual avalia a empresa em R$ 10,782 bilhões, quase R$ 600 milhões acima do valor proposto em novembro passado, conforme antecipou o Broadcast, serviço em tempo real de notícias da Agência Estado. A Cetip é uma empresa que oferece serviço de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos. Se a aquisição for concretizada, a união dos dois negócios vai resultar em uma empresa de valor de mercado de cerca de R$ 30 bilhões. A oferta vinculante estipula um preço de R$ 41 por ação da Cetip, segundo fato relevante divulgado pela bolsa brasileira. A proposta prevê pagamento aos acionistas de 75% em dinheiro (o equivalente a R$ 30,75 por ação) e o restante em ações, na razão de 0,8991 papel ordinário da BM&FBovespa para cada ação ordinária da Cetip. No total, a proposta equivale ao pagamento de R$ 41 por ação.
A BM&FBovespa usou como base o valor de sua ação em 30 de outubro de 2015, dia que antecedeu a primeira proposta pela Cetip e quando o papel fechou a R$ 11,40. Se os acionistas da Cetip aceitarem a oferta, passarão a deter, com base nessa relação de troca, 11,8% do capital da BM&FBovespa.
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Segundo avaliação, a Santander Corretora vê potencial de ganho no curto prazo para
BVMF3; a Cetip provavelmente vai avaliar oferta atrativa, afirmam os analistas. De acordo com o BTG Pactual, a operação é “ganha-ganha” para ambos os acionistas das companhias.
Hypermarcas
A companhia farmacêutica e de bens de consumo Hypermarcas (HYPE3) teve lucro líquido de 283 milhões de reais no quarto trimestre, salto ante os 71,5 milhões de reais obtidos no mesmo período de 2014. O resultado foi apoiado em ganhos gerados por venda de ativos. A empresa registrou no período pagamento relacionado à venda de sua divisão de cosméticos à Coty, o que gerou um ganho de 214,4 milhões de reais no período.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total foi de 291 milhões de reais, com crescimento de 6,6 por cento sobre o mesmo período de 2014. Analistas, em média, esperavam Ebitda de 256 milhões de reais nos últimos três meses de 2015.
O Ebitda ajustado das operações continuadas somou 215,4 milhões de reais, alta anual de 2 por cento. No ano, a linha somou 982,3 milhões, alta de 7,7 por cento sobre 2014. Para 2016, a Hypermarcas estima Ebitda de operações continuadas de 1,1 bilhão de reais.
A receita líquida somou 756,2 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, crescimento anual de 5,9 por cento. As despesas com marketing subiram 8,2 por cento, enquanto as despesas administrativas e gerais recuaram 10,6 por cento no período. A Hypermarcas terminou 2015 com dívida líquida de 2,2 bilhões de reais. O Itaú BBA rebaixou para market perform as ações da companhia, destacando como negativa a deterioração da margem bruta.
Sabesp
Segundo o Estadão, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, afirmou ser contra a inclusão definitiva do volume morto na capacidade do Sistema Cantareira, defendida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e que já estudava cancelar a autorização que permitiu o uso emergencial da reserva profunda entre 2014 e 2015. Em entrevista ao Estadão, a presidente da Sabesp (SBSP3), Jerson Kelman, afirmou que as duas cotas do volume morto (água que fica abaixo do nível dos túneis de captação) devem ser incorporadas definitivamente ao sistema, o que ampliaria a capacidade do Cantareira em 29,3%. “Não há nenhuma razão para você considerar o tamanho do seu reservatório menor do que na prática você pode usar”, disse.
Vale
O governo quer fechar até a próxima sexta-feira (26) o acordo com as empresas Samarco, Vale (VALE3;VALE5) e BHP Billiton para a realização de dezenas de programas de recuperação ambiental, social e econômica na bacia do Rio Doce, em que milhões de metros cúbicos de lama foram despejados após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Após dezenas de reuniões, cerca de 40 programas ambientais, sociais e de fomento econômico foram estabelecidos no acordo, que acumula mais de 300 cláusulas e 100 páginas. “Tem que ser assinado na próxima semana, até porque as negociações têm um prazo de validade, se desgastam”, disse o procurador-geral federal, Renato Vieira, responsável direto pelas negociações como representante da Advocacia-Geral da União. As negociações serão retomadas na segunda-feira (22).
A conclusão do acordo era esperada para antes do carnaval, segundo afirmou em janeiro o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, que tem sua saída do cargo marcada para o fim do mês. Mas a resistência das empresas em relação à extensão de medidas compensatórias, aquelas que vão além da recuperação do que foi destruído, atrasaram as negociações.
O Poder Público quer, por exemplo, que as empresas se responsabilizem pela construção de aterros sanitários e por obras de saneamento básico em localidades que não dispunham de tais serviços antes da tragédia, assim como pelo reflorestamento de áreas degradadas que não foram diretamente atingidas pela lama.
SulAmerica, Cesp e Cemig
A Sul America (SULA11), a Cesp (CESP6) a Cemig (CMIG4) Distribuição e Transmissão foram rebaixadas pela agência de classificçaão de risco Standard & Poor’s logo após o rebaixamento do rating do Brasil de BB+ para BB na última quarta-feira.
CCR
O UBS avalia que a CCR (CCRO3) deve ser a principal vencedora nas novas concessões de rodovias e aeroportos a serem realizados nos próximos anos. Além disso, o cenário de dificuldades enfrentadas por outros players do setor de infraestrutura deve diminuir a competição nos certames.
Em relatório, o analista Rogerio Araujo, do UBS, destaca que tanto o governo federal quanto o governo do Estado de São Paulo planejam leiloar um número considerável de ativos de infraestrutura no curto e médio prazos. No entanto, Araujo também afirma que a maior parte das empresas do setor de infraestrutura está sobrecarregada, com alta alavancagem ou elevadas obrigações de investimentos, em função de concessões vencidas no passado recente.
Assim, o analista afirma que, neste cenário, a CCR aparece com vantagem em relação aos seus pares, por possuir um balanço financeiro relativamente confortável. Além disso, as dificuldades de outros players deve reduzir a competição nos leilões, abrindo a possibilidade para que a CCR conquiste novos ativos com taxas internas de retorno atrativas.
Do ponto de vista macroeconômico, Araujo diz que o UBS cortou em 3% as estimativas de tráfego para a CCR no período entre 2016-2017 (excluindo a MSVia) por causa da revisão para baixo das estimativas para o PIB do Brasil. O analista ainda destaca que as taxas de juros mais elevadas (média de alta de 2 pontos porcentuais em 2016-2017) dão suporte a uma alta de 28% nas despesas financeiras da companhia durante o período.
No mesmo relatório, o UBS também avalia a situação da EcoRodovias (ECOR3) e o recente mau desempenho das ações da empresa. Araujo destaca que a CR Almeida não enfrenta mais dificuldades financeiras e que, agora, irá dividir o controle acionário da EcoRodovias com o grupo italiano Gavio. No entanto, o analista afirma que os investidores permanecem incertos quanto à disciplina de capital da empresa e às perspectivas de crescimento com os novos leilões.
Para o UBS, o recente selloff verificado nos papéis da empresa (queda de 32% desde novembro) foi exagerado. Segundo Araujo, as ações devem se recuperar gradualmente, conforme a companhia executar as estratégias já anunciadas e demonstrar maior disciplina de capital.
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