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As enchentes no Rio Grande do Sul terão um efeito limitado e pequeno nos resultados da BB Seguridade (BBSE3), que deverá ainda se beneficiar do crescimento dos prêmios de seguros e do contrato de distribuição com o Banco do Brasil (BBAS3). Esses são fatores que contribuem para a recomendação de compra do papel pela Genial e de uma visão neutra por parte do JPMorgan.
Nas contas do JPMorgan, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e início de maio terão um impacto “irrelevante” no resultado da seguradora, mesmo considerando os produtos voltados para o setor agrícola.
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“Esperamos um impacto muito limitado da tragédia climática do Rio Grande do Sul, irrelevante para os resultados. (…) Virtualmente todos os riscos têm alguma cobertura de resseguro. Não vemos quaisquer efeitos secundários de precificação (seguro, resseguro), talvez o único fosse sobre resseguro contratos com cláusula de stop loss para catástrofes, mas globalmente irrelevantes”, avaliaram os analistas.
O tema também foi abordado em relatório pela Genial, que calculou que o pagamento dos sinistros deve ter um impacto de R$ 164 milhões no lucro da seguradora em 2024, o que é menos de 2% do esperado para o ano, embora o efeito seja maior no segundo trimestre (período em que ocorreram as enchentes).
“Para o segundo trimestre de 2024, prevemos uma redução maior no lucro devido à menor base de reversão de provisões de sinistros a liquidar, uma vez que a regulação desses sinistros deve adentrar nos próximos trimestres. Portanto, projetamos uma contração de R$ 204 milhões no segundo trimestre, decorrente do aumento da sinistralidade das enchentes no RS, o que representa aproximadamente 10% das nossas estimativas para o trimestre”, avaliaram, em relatório.
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O lucro esperado para o ano é de R$ 8,17 bilhões e, para o segundo trimestre, de R$ 1,97 bilhão. A Genial tem recomendação de compra para o papel e um preço-alvo R$ 44,00, o que significa um potencial de valorização em torno de 35%.
No acumulado do ano, os papéis da seguradora acumulam queda de 4%.
Para as duas casas, os efeitos das enchentes, além de pequenos frente ao resultado da seguradora também serão compensados por outros fatores, como o crescimento dos prêmios (valores arrecadados na venda das apólices de seguros).
O JPMorgan vê que o crescimento dos prêmios deve ficar entre 8% e 13%, sendo maior no segmento prestamista e dentro da projeção quando se trata de seguro rural.
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Esse desempenho melhor do seguro prestamista está atrelado ao ganho de participação da BB Seguridade na originação de crédito do Banco do Brasil. No seguro real, os destaques são os produtos penhor rural e vida produtor real.
Outro fator avaliado pelas duas casas, que tiveram encontros com o RI da seguradora, é em relação ao contrato de distribuição com o Banco do Brasil. O contrato vence em 2033 e a empresa espera começar a negociar a renovação cerca de cinco anos antes.
Antes dessa data, a BB Seguridade também enfrenta o vencimento de dois outros contratos. Em previdência, a BB Seguridade (75% de participação) tem uma sociedade com a Principal (25%), que vence em 2032. Em seguros, a BB Seguridade (75%) tem uma parceria com a Mapfre (25%), com vencimento em 2031.
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Para a Genial, essas parcerias são positivas para os sócios da BB Seguridade e por isso devem ser renovadas. “Em nossa tese de investimento, a BB Seguridade iria pagar a sua renovação com o Banco do Brasil com os pagamentos para renovação ou troca de sócios das unidades de seguro e previdência. Assim, haveria uma continuidade da empresa após 2033, ao contrário de muitos analistas que não consideram a perpetuidade da companhia em seus valuations”, avaliaram.
O JP também considera, no cenário base, a renovação entre BB Seguridade e BB.
Os dois fatores que foram considerados pelos analistas são os efeitos do La Niña no setor agrícola, mas a expectativa é que esse fenômeno afete apela o ciclo de 2025/2026. Já a expectativa de uma Selic mais alta no final do ano em relação ao que se esperava há uns meses também é vista como positiva para a seguradora.
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“Esse cenário de uma queda menos acentuada na Selic do que o esperado e o efeito temporário de descasamento entre IGPM e IPCA devem compensar, ao menos parcialmente, o aumento das despesas com sinistros devido à catástrofe no Rio Grande do Sul e a abertura da curva de juros no lucro da BB Seguridade”, explicaram os analistas da Genial.