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Considerados neutros, os resultados do segundo trimestre de 2024 da BB Seguridade (BBSE3) não impactam visão para companhia, de acordo com analistas. Os dados divulgados nesta segunda-feira trazem certa redução de sinistralidade (por compensação) na frente Brasilseg, segundo o Bradesco BBI, mas piores resultados financeiros na Brasilprev. Na prática, os números ficaram abaixo do consenso LSEG e recuaram na comparação anual também.
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Efeitos transitórios impactaram os resultados tanto operacionais quanto financeiros, na visão do Goldman Sachs. O lucro líquido recorrente de R$ 1,9 bilhões veio abaixo das estimativas tanto do banco quanto da Bloomberg.
“Acreditamos que alguns dos eventos que pressionaram os resultados trimestrais tendem a ser transitórios (sinistros relacionados ao clima, impacto negativo de marcação a mercado na Brasilprev e atraso no lançamento do plano de colheita), que poderiam se normalizar no 2S24”, comentam os analistas.
Considerando cada frente, a Brasilseg apresentou alta de sinistralidade em parte atribuída ao evento climático no Rio Grande do Sul. O Goldman resumiu o balanço para a iniciativa como perda de força nos prêmios emitidos enquanto sinistros aumentam. De acordo com o BBI, as enchentes recentes no estado do Rio Grande do Sul e a seca que afetou as safras de inverno no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás resultaram em um impacto de R$105 milhões nos prêmios agrícolas.
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“Importante notar que as sinistros relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul totalizaram R$ 86 milhões, parcialmente compensados por R$51,2 milhões em cobertura de resseguro”, destaca o BBI.
Além disso, esses eventos contribuíram para o aumento dos sinistros nos prêmios de hipoteca, embora tenha havido uma compensação parcial devido à redução nos sinistros dos seguros de propriedade. Já no Brasilprev, os resultados foram considerados melhores mas com base ainda vista como baixa.
“A empresa afirmou que o desempenho superior da Brasilprev no período já era esperado e as reservas dos planos de pensão devem gradualmente convergir para a faixa de orientação durante o restante de 2024. Vale destacar que essa linha continuou sendo o principal fator negativo para o lucro líquido da Brasilprev”, reforça BBI.
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Impacto pela SUSEP
Houve, também, impacto não recorrente de R$ 97 milhões pela adoção das novas regulamentações da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). As alterações exigiram provisões técnicas, testes de adequação de passivos e riscos de capital.
Por isso, a companhia contabilizou cerca de R$ 217 milhões no que chamaram de “provisões suplementares” para Brasilprev. O valor se relaciona a premissas em planos tradicionais. Uma vez líquido de impostos e com ajuste da participação acionária (75%), o valor desce dos R$ 217 milhões considerados para R$ 97 milhões reportados.