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SÃO PAULO – O Ibovespa superou os 66.000 pontos nesta quinta-feira (26), puxado pelo rali da véspera no exterior, e pelos fortes ganhos dos bancos, após lucro acima do esperado do Santander e o anúncio do Banco Central de mudanças no recolhimento de compulsórios, com o objetivo de simplificar regras. As ações do Banco do Brasil lideraram a alta do Ibovespa e fecharam na máxima do dia, com valorização de 6,31%, na máxima desde setembro de 2014. Já o Itaú, que subiu 1,35%, renovou sua máxima histórica, enquanto o Bradesco fechou no maior patamar desde outubro de 2016.
Chamou atenção também a alta de 5% da Marfrig, após o Santander iniciar a cobertura do papel com recomendação de compra; e a alta de 4% da Cielo, que figurou como a terceira maior alta do índice dias antes da divulgação do resultado do 4° trimestre. Ontem, o Bradesco BBI alertou que a queda recente da ação abriu uma “oportunidade de compra” na Bolsa
Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:
Vale (VALE3, R$ 33,60, -1,55%; VALE5, R$ 31,88, -1,54%)
O dia foi de forte volatilidade para as ações da Vale: a ação abriu em queda, virou para alta no início da sessão e logo voltou para a registrar perdas. Hoje, o minério de ferro avançou pelo 3º dia em Dalian, com ganhos de 3,03%, após a China anunciar meta de corte de capacidade para estatais. Já em Qingdao, a alta foi de 1,03%, a US$ 83,34.
Além da alta do minério de ferro na China, a Bernstein elevou a recomendação para as ações da Vale de marketperform para outperform, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 19,00 para R$ 45,00. De acordo com os analistas, a Vale permanece “fundamentalmente com uma exposição alavancada ao preço do minério de ferro – mas esta recuperação dos preços das commodities ainda não está incorporada ao preço da ação”, segundo o relatório.
Santander Brasil (SANB11, R$ 31,90, +2,51%)
O Santander Brasil, maior banco estrangeiro em operação no país, subiu após divulgar nesta quinta-feira lucro líquido gerencial de R$ 1,989 bilhão para o quarto trimestre, ante R$ 1,607 bilhão no mesmo período de 2015. O banco registrou índice de inadimplência de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias de 3,4% ante 3,2% no mesmo período de 2015 e de 3,5% no terceiro trimestre.
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Para o Itaú BBA, o Santander Brasil mostrou uma melhora nos números de inadimplência. Os analistas, contudo, seguem com recomendação underperform avaliando que o valuation do banco já reflete uma recuperação forte da rentabilidade do setor. Já o BTG Pactual ressaltou que a primeira leitura para o balanço é de que ele foi misto, principalmente por conta de margem financeira um pouco mais fraca do que a esperada e despesas não-juros um pouco maiores que a expectativa. Do lado positivo, carteira teve um bom crescimento e a inadimplência caiu no geral, tanto em PF quanto em PJ. Por outro lado, fizeram uma provisão complementar de R$ 517 milhões para grandes empresas.
Outros bancos também estão em forte alta, após o relatório do Credit Suisse, que está otimista com os balanços dos bancos referentes ao quarto trimestre de 2016 e vislumbram uma expansão sólida de lucro do setor neste ano. “Esperamos um forte conjunto de resultados no 4T16 para os bancos brasileiros, com nossa expectativa de melhora adicional na formação de NPL como um dos principais pontos positivos”, diz relatório assinado por Marcelo Telles, Lucas Lopes e Alonso García.
Apesar de esperar um PIB (Produto Interno Bruto) sem crescimento real para este ano no Brasil, o banco acredita que um ambiente de taxas mais baixas combinado com redução do risco da carteira de crédito deverá permitir que a melhora do custo de risco seja mais forte. Para 2018, analistas veem o crescimento de lucros como “mais desafiador”, mas um “grande espaço para otimização de capital”. Na avaliação dos especialistas, os papéis do Bradesco (BBDC3, R$ 32,88, +1,73%; BBDC4, R$ 32,84, +2,24%) seguem como “top pick”. Eles entendem que o banco “deve registrar um significativos aumento sequencial da NII e pode começar a colher sinergias da aquisição do HSBC Brasil”. Já para o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,25, +1,35%) eles chamam atenção para a possibilidade de serem apresentadas despesas de provisão abaixo do esperado, “devido a indicadores de qualidade de ativos muito saudáveis?no trimestre anterior”.
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O trio alterou recomendação para as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,00, +6,31%) de neutra para outperform. “Apesar de o banco ter sinalizado para baixo os resultados do 4T16, temos razões para acreditar em uma reação positiva, já que, apesar do aumento das provisões, as taxas de formação deverão mostrar melhora em relação ao 3T16 e antecipar ganhos significativos na Previ, revertendo a perda de R$ 4,9 bilhões para um ganho de R$ 2,4 bilhões”, escreveram a clientes.
Ainda sobre o Bradesco, o Ministério Público Federal em Brasília deve aplicar a lei anticorrupção para responsabilizar a instituição, o Grupo Safra e outras empresas investigadas pela Operação Zelotes por supostas práticas ilícitas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), segundo o jornal Valor Econômico. Os papéis do setor também devem reagir à alta das ADRs registrada na véspera na Bolsa de Nova York, enquanto a Bovespa permanecia fechada devido ao feriado local.
Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 66,25, +0,38%)
Em entrevista ao InfoMoney nesta quinta-feira (26), Gustavo Kataguiri, gestor do maior fundo de dividendos do Brasil pela Vinci Partners – o Vinci Gas Dividendos -, contou que sua maior aposta para 2017 é a ação da Transmissão Paulista, que ele começou a encarteirar na crise das elétricas em 2012 e hoje representa a maior participação do fundo.
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Marfrig (MRFG3, R$ 6,60, +5,10%)
O Santander reiniciou nesta quinta-feira cobertura das ações do frigorífico com recomendação de compra. Os analistas do banco estabeleceram R$ 9,00 como preço-alvo dos papéis ordinários da companhia, um potencial de valorização de 45%. “A nossa visão positiva sobre o nome é baseada em (1) perspectivas de crescimento superior para Keystone como uma fornecedora global para a indústria de alimentação;(2) maiores margens na Marfrig Beef devido a melhoria da dinâmica do ciclo da carne bovina; (3) melhoria da gestão do passivo e (4) um desconto de 15% em relação à média global dos pares pela métrica EV/EBITDA”.
Também hoje o InfoMoney divulgou uma reportagem sobre a valorização de 30% dos papéis de setembro para cá. Enquanto as ações da empresa sobem na Bolsa, analistas buscam uma explicação para o movimento. Uma das crenças é de que o desempenho do papel – que subiu mais de 30% de setembro para cá – tem sido puxado pelo apetite do seu acionista controlador, Marcos Molina, que nesse período comprou ao menos 47 milhões de ações da empresa, sendo responsável por 20% do volume de negociação do papel nesses últimos 4 meses
Banrisul (BRSR6, R$ 14,87, +14,21%)
As ações do Banrisul tiveram um dia de fortes ganhos, chegando a subir 15,13% na máxima do dia. De acordo com o jornal Valor Econômico, o tamanho da operação de socorro do Rio Grande do Sul está diretamente associado à possibilidade de o governo gaúcho incluir a venda do Banrisul, banco no cardápio de contrapartidas. O governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), demonstra resistência à ideia, mas, segundo fontes do governo federal ouvidas pelo jornal, dificilmente o problema do Estado será resolvido sem a venda.
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Petrobras (PETR3, R$ 17,39, -1,92%; PETR4, R$ 15,80, -1,50%)
Acompanhando a queda dos ADRs na véspera, as ações da Petrobras chegaram a registrar desvalorização superior a 1%. Os papéis amenizaram as baixas durante a tarde em meio aos ganhos de mais de 2% do petróleo, mas logo voltaram a ter queda mais forte. O noticiário também é movimentado para a companhia. A empresa fechou 2016 com volume de reservas provadas de 12,514 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), ante 13,279 bilhões de boe no fim de 2015. A queda de 5,8 por cento se deve em parte a desinvestimentos que proporcionaram a monetização antecipada de 153 milhões de boe e a produção de 925 milhões de boe no ano passado. A empresa informou ainda que apresentou um Índice de Reposição de Reservas de 34 por cento, desconsiderando os efeitos dos desinvestimentos realizados em 2016. Do total de reservas provadas da estatal no fim do ano passado, 10,55 bilhões de boe eram de óleo e condensado. A companhia também auferiu no fim de 2016 312,29 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Esse números seguem os critérios da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP e da Society of Petroleum Engineers (SPE).
Segundo o Bradesco BBI, a queda em reservas era “amplamente esperada”: “esperamos que os números de reservas de 2017 experimentem outra queda como resultado do menor capex de exploração, mas não acreditamos que venha a ponto de afetar o crescimento da produção”.
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido da Petrobras e manteve decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região que suspendeu o processo de venda de participação nos campos de Baúna e Tartaruga Verde, informou o órgão na terça-feira. A empresa negociava com a australiana Karoon Gas Australia a venda de 100 por cento do campo de Baúna, localizado em lâmina d’água rasa no pós-sal da Bacia de Santos, e de 50 por cento de Tartaruga Verde, no pós-sal da Bacia de Campos, em lâmina d’água profunda.
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Já o jornal O Globo informa que a estatal pode ter melhora em seu risco de crédito neste ano. É que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) pode revisar positivamente a nota (rating) da Petrobras nos próximos meses. Será a segunda revisão positiva, já que em outubro a Moody’s também o rating da estatal. Essa melhora permite a companhia captar recursos a taxas de juros mais atrativas.
Suzano (SUZB5, R$ 14,40, -1,03%)
A Suzano é a “top pick” do BTG Pactual entre as produtoras de celulose da América Latina em meio a sinais de que a demanda por celulose de fibra curta aumentou e os mercados estarão mais equilibrados, segundo relatório de analistas como Leonardo Correa e Caio Ribeiro. O BTG cita dados do Pulp and Paper Products Council (PPPC) que mostram o crescimento material na demanda por fibra curta em dezembro
Suzano está menos exposta à fibra curta do que a Fibria (FIBR3, R$ 32,38, +0,87%), mas o BTG avalia a rentabilidade de curto prazo do fluxo de caixa livre de 10%-11% em 2017-18, alavancagem declinante e redução de custos. O potencial de geração de caixa da Fibria é limitado nos próximos meses, alavancagem está aumentando Klabin tem pouco potencial de ganho e múltiplos altos. A Klabin (KLBN11, R$ 16,57, +2,09%), por sua vez, é a “top pick” no setor de celulose do Bradesco BBI.
JHSF (JHSF3, R$ 2,15, -0,92%)
Segundo o jornal Valor Econômico, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) retomou a análise do caso envolvendo o ilícito admitido pelo presidente do conselho de administração da companhia, José Auriemo Neto, que fez contribuição ilegal para campanha política.
Na semana passada, em dois fatos relevantes – assinados pelo diretor financeiro da JHSF, Thiago Alonso de Oliveira -, Auriemo Neto admite que fez contribuição ilegal para campanha política, mas que isso não envolveu a JHSF. Também informa que fechou acordo de colaboração com autoridades (Ministério Público Federal).
MRV (MRVE3, R$ 12,31, +2,75%)
A MRV Engenharia foi elevada de venda para equal weight (em linha com o mercado) pelo JPMorgan, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 7,00 para R$ 12,00.
BM&FBovespa (BVMF3, R$ 18,30, +1,05%)
As ações da BM&FBovespa se recuperaram do movimento da última terça-feira, quando caíram forte em meio à saída de um investidor, que não foi anunciada no mercado.
Segundo o Estadão, a bolsa norte-americana CME realizou a venda da fatia remanescente que tinha na BM&FBovespa, de 2,4%. A CME sinalizou o desinvestimento na semana passada, quando Charles Carey, conselheiro indicado pela bolsa dos EUA, renunciou ao cargo e informou que a CME não teria interesse em indicar novo candidato, sem explicar a razão. O banco que fez a operação foi Bank of America Merrill Lynch. .
Cielo (CIEL3, R$ 26,96, +4,05%)
A Cielo figurou como a terceira maior do Ibovespa nesta quinta-feira, na sua segunda sessão seguida de alta, dias antes da divulgação do balanço do 4° trimestre. A companhia reportará seus números na próxima segunda-feira, dia 30.
Na última terça, um relatório do Bradesco BBI alertou para “oportunidade de compra” na ação depois de forte queda no início deste ano. Até o fechamento de segunda, os papéis CIEL3 acumulavam perdas de 10% em 2017.
Segundo o analista Rafael Frade, que assina o relatório, os papéis caíram em meio às expectativas de vendas mais fracas no varejo e incertezas sobre possíveis mudanças regulatórias. No entanto, ele acredita que o case de crescimento das transações de cartões segue intacto, apesar das dificuldades temporárias. O banco tem preço-alvo de R$ 35,00 para as ações.
Karsten (CTKA4, R$ 11,00, +62,96%)
A microcap Karsten seguiu em disparada na Bolsa, acumulando nos últimos 5 pregões ganhos de 455%. O volume financeiro movimentado ficou em R$ 7,2 milhões, contra média diária de R$ 300,8 mil dos últimos 21 dias.
Questionada pela Bovespa pela disparada recente, a Karsten disse na segunda-feira que “não tem conhecimento de qualquer fato ou ato ocorrido” que pudesse explicar as oscilações.
Localiza (RENT3, R$ 38,45, +2,26%)
Após subir 3% na terça, as ações da Localiza seguiram com fortes ganhos na Bolsa. Nesta semana, a companhia anunciou ter elevado o valor bruto por ação dos juros sobre capital próprio a ser pago no dia 8 de fevereiro. O preço a ser pago por ação passou de R$ 0,2236 para R$ 0,2244 devido ao aumento do número de ações em tesouraria. O montante dos proventos aprovado pelo conselho de administração foi de R$ 46,7 milhões. Farão jus ao pagamento os acionistas constantes da posição acionária da companhia no dia 22 de dezembro de 2016, sendo que os papéis, a partir de 23 de dezembro, passam a ser negociadas ex-juros sobre capital próprio.
Vale destacar ainda que o Santander reiterou a Localiza como a top pick da América Latina em seu setor após a Conferência do banco com empresas do setor de transportes e infraestrutura.
Rumo (RUMO3, R$ 7,65, +2,00%)
Na última terça à tarde, foi realizada uma audiência pública da ANTT para a potencial renovação da Malha Paulista. Conforme aponta o BTG Pactual, a apresentação da ANTT na ocasião foi bem favorável a renovação, em linha com os documentos que foram divulgados em Dezembro pela agência. ?
Grupo X
As ações do grupo X Óleo e Gás Participações (OGXP3, R$ 4,53, -2,58%) e CCX Carvão (CCXC3, R$ 1,53, -4,38%) registraram uma sessão de queda. Vale destacar que a Polícia Federal (PF) deflagrou hoje a Operação Eficiência, que cumpre seis mandados de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 buscas e apreensão no Rio de Janeiro. O empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, é um dos alvos do mandado de prisão, mas ainda não foi localizado.
CCR (CCRO3, R$ 15,82, -2,46%)
Respondendo a notícias recentes veiculadas na mídia, a CCR comunicou o mercado que estuda fazer uma oferta pública de ações como forma de se capitalizar. “A efetiva realização da oferta de ações está sujeita, dentre outros fatores, às condições dos mercados de capitais nacional e internacional e à obtenção das aprovações societárias competentes, e uma vez realizada, será conduzida em conformidade com a legislação e regulamentação aplicáveis”, disse a empresa em fato relevante enviado nesta quinta-feira (26) por volta das 11h15 (horário de Brasília).
Após a divulgação do comunicado, as ações da empresa negociadas na Bovespa mergulharam mais de 1% em apenas 1 minuto e logo entraram em leilão. Contudo, retornaram do leilão com queda mais amena e durante a tarde chegou a ter ganhos superiores a 1%.