[BB] Comentário da Semana: trégua do cenário externo motiva recuperação

Após algumas semanas de preocupação com a cena internacional, o mercado brasileiro retomou o otimismo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Na primeira semana de novembro o mercado brasileiro experimentou um movimento de recuperação, após um período de pressão do cenário externo. A inflação deu sinais distintos, enquanto a balança comercial voltou a mostrar forte desempenho positivo. No cenário externo, as taxas de juros norte-americanas foram o centro das atenções.

Neste contexto, a bolsa brasileira encerrou a semana em forte alta de 5,35%, enquanto o dólar comercial registrou significativa queda de 2,21%, apesar das atuações do Banco Central em todas as sessões. Os juros futuros encerraram a semana em queda, bem como o risco país.

Cenário interno: recuperação

A semana, mais curta em função do feriado do Dia de Finados, foi marcada pela recuperação do mercado brasileiro, após algumas semanas de tensão no cenário internacional. O bom desempenho da balança comercial em outubro e a manutenção do esforço fiscal do Governo, comprovado nos dados da Nota de Política Fiscal do Banco Central, trouxeram otimismo internamente.

No que diz respeito à evolução dos preços no mercado doméstico, os dois indicadores divulgados durante a semana apontaram para direções opostas. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) da Fundação Getúlio Vargas veio abaixo da medição anterior, enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe ficou bem acima das expectativas.

Cenário externo: juro nos EUA

No cenário externo, o mercado esteve atento à trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos, tanto no curto como no longo prazo. Na terça-feira, o Fomc, comitê norte-americano de política monetária, elevou a taxa de juro de curto prazo, os Fed Funds, em 0,25 ponto percentual, para 4% ao ano, e sinalizou que novas elevações devem ser necessárias.

O rendimento do Treasury de 10 anos, por sua vez, atingiu o maior patamar do ano na sexta-feira, mantendo a trajetória de alta das últimas semanas. Os investidores acreditam que a evolução dos índices de preços cheios pode afetar os juros de longo prazo no país.

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Entre os indicadores, destaque para o Relatório do Emprego norte-americano, o qual apresentou redução da taxa de desemprego no país, de 5,1% para 5,0%. Por outro lado, a economia dos EUA criou menos empregos do que o esperado em outubro.

Ibovespa encerra semana em forte alta

O dólar comercial encerrou a semana em forte queda de 2,21%, sendo cotado a R$ 2,2130 no fechamento desta sexta-feira, quando acabou encerrando em desvalorização de 0,36%. O ingresso de recursos pressionou a moeda ao seu menor patamar em quatro anos, apesar das constantes intervenções do Banco Central.

No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 17,34% na sexta-feira, frente a uma taxa de 17,56% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 18,79%, bem abaixo da taxa de 18,75% registrada no encerramento da semana passada.

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Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em forte alta de 5,35%, sendo cotado a 30.888 pontos. O índice foi influenciado de forma significativa pelo desempenho das bolsas internacionais e pelos bons resultados no cenário corporativo.

Próxima semana: IPCA sai na quinta-feira

Na segunda semana de novembro, o destaque fica com a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acontece na quinta-feira. O resultado do indicador deve trazer mais pistas sobre o rumo da taxa de juro no cenário interno.

No cenário externo, os investidores devem ficar atentos ao desempenho dos preços do petróleo nas bolsas internacionais e à trajetória das taxas de juro de longo prazo nos EUA.