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SÃO PAULO – A quarta semana de novembro marcou o fortalecimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, dentro do Governo, fato que tranqüilizou os mercados e permitiu o aproveitamento do bom momento no cenário externo. No exterior, a perspectiva de fim do ciclo de aperto monetário nos EUA contribuiu para a queda das taxas de juros de longo prazo, o que favorece o mercado brasileiro.
Neste contexto, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a semana em alta de 2,63%, tendo rompido várias vezes durante a semana seu recorde histórico de pontos. O dólar comercial ficou próximo à estabilidade e os juros futuros recuaram, assim como o risco país.
Cenário interno
A semana foi marcada pelo voto de confiança do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Fazenda. Em duas declarações à imprensa, o presidente garantiu a permanência de Palocci até o fim de seu mandato.
Este fortalecimento fez com que o mercado recebesse positivamente a redução de meio ponto percentual da taxa Selic, para 18,50% ao ano. A amplitude da redução parece ter sido na medida certa para animar o mercado sem criar qualquer tipo de desconfiança em relação a uma ruptura da política monetária atual.
No cenário econômico, os índices de inflação seguiram mostrando tendências mistas, mas ainda sem trazer grandes preocupações. IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor – Fipe) mostraram desaceleração na evolução dos preços, enquanto o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) registrou forte aceleração.
Também divulgada durante a semana, a Pesquisa de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou a estabilidade da taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas, enquanto as Notas do Banco Central, do Setor Externo, Mercado Aberto e de Política Monetária, continuaram a revelar um teor positivo.
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Cenário externo: fim do aperto
No cenário externo, a sinalização da ata do Fomc, o comitê norte-americano de política monetária, de que o ciclo de aperto nos Estados Unidos pode estar perto do fim, deu o tom dos mercados durante a semana.
Apesar de ter novamente evidenciado a preocupação dos membros do colegiado com a inflação, o documento alertou para o “risco de ir muito longe com o processo restritivo”, derrubando as taxas de juros de longo prazo.
O tom otimista da ata também deu fôlego para a seqüência positiva alcançada pelas bolsas dos Estados Unidos durante a semana, a qual durou até o feriado de Ação de Graças, comemorado na quinta-feira. Na Europa, os índices também se beneficiaram.
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Bolsa encerra semana em forte alta
O dólar comercial encerrou a semana em leve alta de 0,27%, sendo cotado a R$ 2,2360 no fechamento de sexta-feira, quando acabou encerrando em desvalorização de 0,31%. As contínuas intervenções do Banco Central impediram que a moeda retomasse sua trajetória descendente.
No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 16,94% na sexta-feira, bem abaixo da taxa de 17,13% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 18,25%, também abaixo da taxa de 18,44% registrada no encerramento da semana passada.
Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em forte alta de 2,63%, sendo cotado a 31.920 pontos. A melhora do clima em Brasília permitiu que o índice fosse beneficiado pelo cenário externo positivo.
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Próxima semana: sai a ata do Copom
Na última semana de novembro, o destaque fica com a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), na quinta-feira. Ainda no cenário interno, os investidores devem acompanhar os dados das Contas Nacionais Trimestrais.
Nos Estados Unidos, o Employment Report sai na sexta-feira. O relatório traça um panorama detalhado do mercado de trabalho norte-americano.