[BB] Comentário da Semana: cenário interno volta à tona e interrompe recuperação

Na segunda semana de novembro, investidores adotaram uma posição mais cautelosa no mercado brasileiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A segunda semana de novembro foi levemente negativa para o mercado brasileiro, com o retorno da cena política ao foco dos investidores impedindo a continuação da recuperação iniciada na semana anterior. Os indicadores domésticos confundiram o mercado, enquanto o dólar e o petróleo foram os destaques do cenário externo.

Neste contexto, a bolsa brasileira encerrou a semana em queda de 1,22%, bem como o dólar comercial, que recuou em todas as sessões e acumulou desvalorização de 2,30%. Os juros futuros e o risco país também caíram.

Cenário interno

A semana foi marcada pelo retorno do cenário político às atenções do mercado. No cenário econômico, as indicações opostas de alguns indicadores impediram que o mercado se beneficiasse. Se por um lado, a elevação da perspectiva do rating soberano, de positiva para estável, e o bom resultado da balança sopraram a favor, por outro, o fraco desempenho da produção industrial em setembro e a alta bem acima da esperada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) contiveram os ânimos.

Sobre os dados da produção industrial, no entanto, cabe ressaltar alguns detalhes. Evidenciando um claro desaquecimento da atividade industrial no país, os números da pesquisa alimentaram as especulações de que o Copom (Comitê de Política Monetária) poderia intensificar o ritmo de redução da taxa Selic.

Cenário externo: petróleo e dólar

No cenário externo, os investidores estiveram atentos à trajetória dos preços do petróleo, que, depois de operar em queda durante quase toda a semana, alcançou o seu menor patamar em mais de quatro meses na sexta-feira. O enfraquecimento da demanda pelos produtos derivados da commodity, como o óleo para calefação, pressionaram as cotações.

O desempenho do dólar diante do euro também foi observado pelos investidores durante esta semana. A moeda norte-americana atingiu seu maior patamar em dois anos frente à moeda comum européia, diante da expectativa de que o diferencial entre os juros nas duas regiões pudesse se ampliar nas próximas reuniões do Fed.

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Dólar já acumula dez quedas consecutivas

O dólar comercial encerrou a semana em forte queda de 2,30%, sendo cotado a R$ 2,1620 no fechamento desta sexta-feira, quando acabou encerrando em desvalorização de 0,14%. A moeda norte-americana se desvalorizou em todas as sessões, alcançando sua décima queda consecutiva e encerrando a semana no menor patamar em mais de quatro anos.

No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 17,12% na sexta-feira, frente a uma taxa de 17,34% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 18,61%, bem abaixo da taxa de 18,79% registrada no encerramento da semana passada.

Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em queda de 1,22%, sendo cotado a 30.511 pontos. As incertezas em relação ao cenário político, os números da produção industrial e a divulgação dos resultados trimestrais das empresas foram os destaques da semana.

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Próxima semana: Pesquisas do IBGE

Na segunda semana de novembro, os destaques do cenário interno serão as pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Pesquisa Industrial de Emprego e Salário sai na quarta-feira e a Pesquisa Mensal de Comércio na quinta-feira. O feriado prolongado, no entanto, pode reduzir o impacto no mercado.

Nos Estados Unidos, os investidores devem ficar atentos aos índices de preços ao produtor, na terça-feira, e ao consumidor, na quarta-feira. Os indicadores industriais norte-americanos saem na quinta-feira e também devem ser observados.