[BB] Comentário da semana: cenário doméstico trouxe turbulência e limitou ganhos

No âmbito externo, alta dos Fed Funds esteve em foco, na primeira reunião presidida por Ben Bernanke

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – A troca de condutor não deve alterar a forma de condução da economia brasileira. Esta foi a percepção do mercado sobre as alterações no Ministério da Fazenda, que proporcionaram uma semana de ganhos apenas modestos ao mercado brasileiro.

No período, o Ibovespa registrou leve alta de 0,98%, bem como o dólar comercial, que avançou 0,46%. Os juros futuros, por sua vez, recuaram, ao contrário do risco-país.

Cenário interno: Mantega substitui Palocci

A troca de comando no Ministério da Fazenda marcou a última semana do mês de março. Ainda que já fosse esperada pelo mercado, as indefinições em relação à nova equipe e as expectativas em torno dos novos rumos da política econômica barraram novos ganhos.

A equipe mudou, mas a economia continuou em sua trajetória positiva. O Relatório Trimestral de Inflação projetou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de 3,7% ao final do ano, ante os 3,8% da medição anterior. Os índices de inflação, por sua vez, também mantiveram a tendência de desaceleração no período.

Outro sinal positivo foi a divulgação dos dados nominais do PIB (Produto Interno Bruto) de 2005, que, impulsionados pela apreciação cambial, recolocaram a economia nacional como a 11º maior do mundo e a maior da América Latina.

Cenário externo: juro é o foco, de novo

No cenário externo, a reunião do Fed centrou a atenção dos investidores. Embora a alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juro dos EUA já fosse amplamente esperada, o tom do comentário que acompanha a decisão assustou os investidores no início da semana.

Continua depois da publicidade

O documento sinalizou que o aperto monetário no país pode não estar tão próximo do fim como se esperava. Vale destacar que a reunião marcou a estréia de Ben Bernanke à frente do banco, o que deu ainda mais destaque ao encontro.

Também chamou a atenção a trajetória dos preços do petróleo, que alcançaram seu maior nível em dois meses durante a semana. As tensões políticas nos principais países exportadores da commodity impulsionaram as cotações.

Bolsa tem ganhos modestos

O dólar comercial encerrou a semana em alta de 0,46%, sendo cotado a R$ 2,1640 no fechamento de sexta-feira, quando acabou encerrando em desvalorização de 1,10%. Política e juro externo foram os principais focos do mercado.

Continua depois da publicidade

No mercado de juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2007 projetou taxa de 14,97% na sexta-feira, frente à taxa de 15,12% do encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 16,25%, pouco abaixo da taxa de 16,27% registrada no encerramento da semana passada.

Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em leve alta de 0,98%, sendo cotado a 37.945 pontos. Os investidores parecem ter assimilado razoavelmente bem a alteração nos quadros do Ministério da Fazenda.

Próxima semana: IPCA sai na sexta-feira

Na primeira semana de abril, o destaque no cenário doméstico fica com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março, que sai na sexta-feira.

Continua depois da publicidade

Nos Estados Unidos, também na sexta-feira, os investidores devem acompanhar a divulgação do Relatório do Emprego, que traça um panorama detalhado do mercado de trabalho local.