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SÃO PAULO – Na última semana de setembro os principais mercados brasileiros atravessaram um momento de ajuste. Indicadores novamente confirmaram que a inflação segue sob controle, enquanto no cenário político o clima é positivo. Nos EUA, porém, o petróleo e a temporada de furacões ainda preocupam.
Neste contexto, a bolsa brasileira encerrou a semana em leve alta de 0,93%, tendo, novamente, atingido o seu maior patamar histórico, enquanto o dólar comercial registrou forte queda de 1,72%. Os juros futuros, por sua vez, encerraram a semana em queda, assim como o risco Brasil, que fechou em seu patamar mais baixo desde 1997.
Cenário interno: mercado se ajusta
A semana foi marcada por movimentos de ajuste nos principais mercados brasileiros, após o bom desempenho das semanas anteriores. Depois de ter deixado de lado a crise, os investidores se beneficiaram do cenário externo favorável, no entanto, é comum que, após grandes valorizações, ocorra um movimento de realização dos ganhos, o que é considerado benéfico pelos analistas, uma vez que abre espaço para novas altas.
A inflação, por sua vez, continuou dando sinais de estar sob controle. O IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) não surpreenderam os analistas, enquanto o Relatório Trimestral de Inflação reduziu a perspectiva para a inflação oficial ao final do ano, de 5,8% para 5%, colocando-a abaixo da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Internacional).
Cenário externo: indicadores se opõem
No cenário externo, os indicadores norte-americanos apontaram tendências opostas durante a semana. Enquanto a confiança do consumidor recuou bem mais do que o esperado no mês de setembro, em um movimento que pode ser atribuído à passagem dos furacões Rita e Katrina, o Initial Claims apontou para a recuperação do mercado de trabalho, depois do impacto causado pelos desastres.
Vale destacar também os dados do GDP, sigla em inglês para Produto Interno Bruto (PIB), que não surpreenderam os analistas. O preço do barril de petróleo, por sua vez, voltou a mostrar volatilidade nas bolsas internacionais, com a paralisação das operações de refino em algumas regiões dos EUA e da França.
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Dólar registra forte queda na semana
O dólar comercial encerrou a semana em forte queda de 1,72%, sendo cotado a R$ 2,2260 no fechamento de sexta-feira, quando acabou encerrando em leve valorização de 0,63%. Pressionada pela entrada de recursos e pelo cenário externo favorável, a moeda norte-americana chegou a atingir sua menor cotação em mais de quatro anos.
No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 17,63% na sexta-feira, frente a uma taxa de 17,65% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 19,38%, pouco abaixo da taxa de 19,42% da semana anterior.
Finalmente, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, encerrou a semana em leve alta de 0,93%, sendo cotado a 31.584 pontos. Esta foi uma semana de ajustes para o índice, que, ainda assim, bateu dois recordes históricos de pontuação no período, acumulando valorização de 12,62% no mês.
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Próxima semana: sai o IPCA
Na primeira semana de outubro, o destaque fica com a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referente a setembro. Outros índices fechados do mês passado, como o IPC-Fipe e o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) também serão acompanhados.
Nos Estados Unidos, o foco dos investidores deve ficar com o Relatório do Emprego, que traça um panorama detalhado do mercado de trabalho do país, referente a setembro.