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O Banco do Brasil (BBAS3) espera que a carteira de crédito total cresça entre 8% e 12% em 2024, acima do esperado pelos grandes concorrentes privados. Esse desempenho deve vir de um incremento nas concessões dos empréstimos consignados, em especial para trabalhadores do setor privado, e do financiamento de veículos.
Além disso, a instituição não pretende fazer novas alterações no pagamento dos dividendos após a elevação do “payout” de 40% para 45%.
“Na pessoa física, temos espaço para crescer em linhas de baixo risco. No consignado para beneficiários do INSS, ainda não alcançamos a nossa fatia justa. Temos um espaço par buscar. Em veículos, temos um reforço da nossa parceria com o Votorantim. (…) É uma linha com garantia e ainda temos um parceiro forte. E eu ainda diria que buscamos o consignado do setor privado”, disse Tarciana Medeiros, presidente do BB, em teleconferência para analistas.
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A instituição apresentou um lucro de R$ 9,4 bilhões no quarto trimestre de 2023, alta de 4,8%.
A carteira de crédito ampliada do BB terminou 2023 em R$ 355,3 bilhões, alta 14,7% na comparação com dezembro de 2022. Para 2024, o guidance (projeção) é mais otimista que o dos principais concorrentes. O Itaú, por exemplo, espera que a carteira cresça entre 6,5% a 9,5%, enquanto o Bradesco entre 7% e 11%.
Para a executiva, na pessoa física, há também chances de crescimento na modalidade de “home equity”, que são os financiamentos feitos sob a garantia de um imóvel. É esperada a expansão das concessões dessa linha devido a aprovação de um novo marco de garantias. Ao todo, a expectativa é que a carteira da pessoa física cresça entre 6% e 10%.
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Já para a pessoa jurídica, em que o guidance aponta para uma expansão entre 7% e 11%, a instituição pública vê espaço para o crescimento entre as pequenas e as médias empresas, uma vez que são cerca de 2 milhões de clientes, mas apenas 800 mil possuem linhas de crédito.
Para o agro, a projeção é a mais otimista, com um crescimento da carteira entre 11% e 15%.
“Estamos muito seguros do guidance que estamos declarando ao mercado. Quando falamos do agro, estamos falando do maior Plano Safra, de R$ 240 bilhões, sendo que R$ 140 bilhões já foram executados. Temos esse semestre para executar o restante e estamos confiantes para o plano de 2024/25”, contou.
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Crédito sustentável
O BB ainda se comprometeu com um guidance vinculado à carteira sustentável, que inclui os financiamentos destinados a negócios sociais, boas práticas sustentáveis e agricultura de baixo carbono. Essas operações, nos três segmentos de clientes, devem crescer entre 5% e 9% em 2024. Essa carteira ESG terminou 2023 totalizando R$ 343,1 bilhões, alta de 4,8% em relação ao ano de 2022.
Outro compromisso do banco é que, até 2030, a carteira sustentável alcance a cifra de R$ 500 bilhões.
E em paralelo ao crescimento da carteira de crédito, o banco espera um controle maior em relação à carteira da pessoa jurídica, que terminou o ano com uma inadimplência (atrasos acima de 90 dias) de 3,37%, alta de 1,54 ponto percentual em 12 meses. Essa elevação foi consequência da recuperação judicial de uma grande empresa.
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De acordo com Geovanne Tobias, vice-presidente financeiro do banco, sem o efeito dessa recuperação judicial, a inadimplência nesse segmento de cliente teria ficado em 2,83%.
Já a inadimplência da carteira total ficou em 2,92%, alta de 0,41 ponto percentual. “Estamos gerindo a carteira de pessoa jurídica com bastante foco. Assim como fizemos no ciclo de pessoa física, a gente vai estabilizar essa inadimplência”, disse.
Sem dividendos extraordinários
Na quinta-feira à noite, o BB anunciou a elevação do payout (pagamento de dividendos em relação ao lucro) de 40% para 45% no exercício de 2024, via juros sobre o capital próprio (JCP) e ou dividendos.
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Ao todo, serão oito pagamentos, sendo quatro pagamentos realizados ao longo dos trimestres de referência, de forma antecipada, e outros quatro pagamentos complementares.
De acordo com Tobias, o objetivo é dar maior previsibilidade ao acionista e por isso o banco não deve promover ao longo do ano o pagamento de dividendos extraordinários.
OPA da Cielo
Medeiros afirmou ainda que fechar o capital da Cielo (CIEL3) irá contribuir para que a empresa ofereça serviços mais competitivos ao cliente, em um ambiente em que os concorrentes crescem rapidamente. A executiva mostra confiança na realização da OPA, que foi anunciada na segunda-feira (5).
“Decidimos fechar o capital da Cielo para sermos mais assertivos nesse negócio de adquirência (captura e compensação de transações de pagamento). Precisamos de serviços ainda mais competitivos. (…) Confiamos no êxito dessa oferta pública”, disse em teleconferência a analistas.
BB, Bradesco (BBDC4) e Elopar anunciaram que irão realizar o fechamento de capital da adquirente. O preço ofertado para cada ação objeto da OPA será de R$ 5,35, 6,4% acima do fechamento do papel da segunda-feira – o anúncio foi feito poucas horas após o encerramento do pregão.
Para Medeiros, ter um maior controle da Cielo irá ajudar na estratégia do banco em busca da “principalidade dos clientes pessoa jurídica”. A ideia é aperfeiçoar o relacionamento com esses clientes a partir da oferta de serviços. “Com a adquirência, podemos ter o fluxo de caixa, conhecer melhor e aperfeiçoar o relacionamento com esse cliente.”
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