‘Barra alta’ das big techs e incertezas macro pressionam bolsa dos EUA, diz analista

Nasdaq e S&P 500 tiveram nesta quarta (24) as maiores perdas desde 2022 e o cenário à frente não é dos melhores

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Expectativas infladas em torno dos resultados das big techs no segundo trimestre de 2024 (2T24), ambiente político tenso e a economia dando sinais de desaceleração parecem agora influenciar os principais índices da bolsa nos Estados Unidos de forma negativa.

Maria Irene Jordão, analista global da XP, que participou nesta quinta-feira (25) do Morning Call da XP, disse que, em relatório sobre as prévias da temporada de balanços do 2T24, já se apontava perspectivas negativas nos EUA.

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Bolsas dos EUA: alta expectativa

Analisando até aqui os resultados das big techs no 2T24, ela disse que a Alphabet (Google) apresentou resultados bons nessa semana, mas apontou preocupação com gastos com inteligência artificial.

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A Tesla, que apresentou balanço do último trimestre nesta quarta (25), teve resultados piores do que o esperado por conta da guerra de preços no segmento de veículos elétricos.

A analista lembra que as montadoras tradicionais, como GM e Ford, que também apresentaram seus resultados essa semana, no segmento de carros elétricos, tiveram desempenhos ruins, fruto do aumento da oferta maior do que da demanda.

Na semana passada, o balanço no 2T24 da Netflix revelou crescimento exponencial de clientes da operadora de streaming, mas o fato dela informar que não planeja divulgar guidance de número de assinantes em 2025, deixou o mercado apreensivo.

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Influência nos principais índices

Todos esses pontos têm criado volatilidade entre as ações das big techs, mexendo sensivelmente com os índices da bolsa americana.

“A gente vinha falando desde a prévia que via os resultados (das big techs) com uma barra muito elevada”, afirmou Maria Irene Jordão. “Barra elevada” tem significado de alta perspectiva.

A analista avalia que nem sempre um resultado esperado que não veio representa exatamente um balanço ruim. “No caso de Google, havia expectativas muito elevadas e acabou fazendo com que as ações caíssem”, disse.

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Cenário político e econômico

“Esses resultados (das big techs) precisam surpreender muito para cima para que não ocorra uma queda das ações. Além dessa barra elevada para esse trimestre, no próximo trimestre a gente não vê nenhum movimento de redução de expectativa. Então, mesmo que as empresas nesse trimestre consigam atingir as expectativas, se elas derem uma sinalização um pouco pior nos próximos trimestres em termos de guidance, tem-se a possibilidade de ocorrer um movimento negativo delas”, explicou.

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Os índices Nasdaq e S&P 500, nesta quarta, tiveram a maior queda diária desde 2022: -3,64% e -2,31%, respectivamente.

Ela vê volatilidade mais acentuada na bolsa desde o atentado contra o candidato republicano, Donald Trump, na semana passada, e o avanço das eleições nos EUA. “E ganhou força agora com algumas preocupações sobre regulação de big techs, relação (comercial) com a China, entre outras coisas. Então a gente vê que tem impactos geopolíticos. A preocupação do mercado excedo o micro dos Estados Unidos”, afirmou, especialmente em um cenário de vitória de Trump.

A analista da XP ressalta que análises internas apontava perspectiva negativa para os Estados Unidos à frente.

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“Há riscos bastante relevantes para o S&P 500 tanto por conta dessa questão do valuation esticado e da barra alta dos resultados quanto outros assuntos, como o impulso da inteligência artificial e a desaceleração da economia americana como um todo. Então, a gente vê uma assimetria muito negativa para o S&P 500”, finalizou.