Bancos europeus podem ter perdas de € 195 bilhões nos próximos 18 meses, diz BCE

Autoridade fornece pela primeira vez estimativas para as dívidas dos países do bloco para 2011; novos eurobonds são comprados

Anderson Figo

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SÃO PAULO – O Banco Central Europeu alertou nesta segunda-feira (31) que as instituições financeiras da Zona do Euro podem enfrentar uma nova onda de perdas de até € 195 bilhões nos próximos 18 meses, em decorrência da crise fiscal pela qual o continente vem passando. O BCE informou ainda que aumentou suas compras de títulos públicos dos países inseridos no bloco econômico.

De acordo com a autoridade monetária do Velho Continente, os bancos europeus deverão fazer provisões para possíveis perdas de até € 90 bilhões neste ano e até € 105 bilhões no ano que vem. A cifra total (€ 195 bilhões), apesar de robusta, representa um número inferior aos € 238 bilhões em “débitos ruins” detidos pelos países membros da Zona do Euro apurados pela entidade ao final do ano passado.

Esta foi a primeira vez desde que a crise fiscal europeia se configurou que o Banco Central Europeu forneceu estimativas para as dívidas dos países pertencentes ao bloco para o próximo ano. De acordo com o relatório de estabilidade financeira do BCE, as perdas com empréstimos “podres” entre 2007 e 2010 devem ser menores do que o esperado, mas as perdas em 2010 e 2011 ainda podem ser maiores caso o risco da dívida dos países e os pacotes de austeridade fiscal sufoquem o crescimento da região. 

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Bonds
No início do mês, o BCE começou a comprar títulos públicos europeus – principalmente gregos, portugueses e espanhóis – a fim de acalmar os mercados e dar apoio ao pacote de US$ 1 trilhão acordado entre a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em nota, a autoridade monetária informou que detinha € 35 bilhões em eurobonds na última sexta-feira (28), o que demonstra uma alta frente aos € 26,5 bilhões registrados na semana anterior pela instituição. Sem detalhar de qual nacionalidade pertencem as notas recém-adquiridas, o BCE disse que a maior parte de suas compras de títulos públicos são originadas de países do sul europeu, onde situam-se as nações que mais foram atingidas pela crise fiscal.