Banco Mercantil (BMEB3) quase dobra lucro e busca manter digitalização de público 50+

O Banco Mercantil (BMEB3) expandiu operações no 3T24 e fortalece presença no segmento 50+, impulsionando crescimento sustentável

Victória Anhesini

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O Banco Mercantil (BMEB3) registrou lucro líquido de R$ 201 milhões no terceiro trimestre de 2024, cifra equivalente a uma alta de 97% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é o nono resultado positivo consecutivo do banco. 

O ROAE (Retorno Sobre Patrimônio Médio) foi de 41,1% nos últimos 12 meses, um crescimento de 16 p.p. A margem líquida do banco durante o trimestre foi de 20,6%, queda de 0,7 p.p.

Além disso, houve um aumento de 14% da base de clientes, alcançando 8,7 milhões. A instituição tem o foco majoritário em um público acima de 50 anos, população que vem crescendo constantemente no Brasil. O Banco Mercantil tem como uma de suas principais estratégias focar na digitalização e na expansão de seus serviços para esse público. 

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A carteira de crédito no 3T24 subiu 24%, para R$ 16,4 bilhões. Segundo Gustavo Araújo, CEO do Banco Mercantil, o crédito consignado continua como carro chefe da instituição, principalmente por conseguir se financiar abaixo da média dos pares. Quando se trata da qualidade da carteira, Araújo disse ao Infomoney que “temos uma das melhores qualidades do mercado, financiando com caixa robusto e custo abaixo do CDI”. 

O Banco Mercantil obteve avaliações sólidas das principais agências de risco, com destaque para o rating ‘A+’ da Fitch, que reflete a estabilidade e a resiliência do banco diante de desafios econômicos. O CEO destacou que “esses ratings são uma prova de que estamos na direção certa, com gestão responsável e foco no crescimento sustentável, mostrando nosso compromisso com os clientes e o mercado financeiro.”

Carro forte do Banco Mercantil

Sobre a originação da carteira de crédito consignado, Araújo afirma que os altos números (+56% em relação ao mesmo trimestre de 2023) acontecem por meio da estratégia do banco do público 50+, que, segundo o executivo, é altamente digitalizado.

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“O público é bastante digital. Um terço das nossas contratações são feitas através do aplicativo, que é desenhado para os 50+, e mais um terço é feito através de uma jornada de WhatsApp para aquele cliente que pode ter ainda alguma preferência por algum contato humano”, explicou. Ele destaca que esse público tem o aplicativo de mensagens como principal meio de contato, o que torna a jornada de contratação mais ágil. 

A adaptação ao digital não significa, porém, que o banco está abandonando a presença física. Pelo contrário, Araújo ressalta que o banco está focado em manter uma presença física estratégica, tanto que abriu agências em 18 cidades espalhadas pelas regiões Norte e Nordeste.

“Nós sabemos que vários clientes preferem a referência de um local físico. Conseguimos alavancar o digital e ter uma proposta de valor completa para todos os segmentos, não só para quem que é o 50+, mas também 75+, 80+… Às vezes, esse público prefere um contato na própria rede de agência”

Diversificação de produtos

O executivo destaca ainda nos números do balanço que a receita de prestação de serviços alcançou R$ 176 milhões no trimestre, uma alta de 15% em relação ao ano anterior. Isso se deve ao fato de que o banco oferece uma gama de produtos suplementares diversos aos seus clientes, como seguros de vida, residenciais, assim como descontos em farmácias e até serviços mais simples, como recarga de celular, assistência médica, etc.

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A estratégia acompanha as mudanças demográficas no Brasil, já que os dados do IBGE apontam que a população idosa no Brasil tende a crescer nas próximas décadas. “Já prevíamos esse aumento da população idosa, e temos uma estratégia definida para atendê-los de maneira diferenciada”, disse o CEO.

Essa adaptação às necessidades do público mais velho é um reflexo do entendimento do banco sobre as mudanças culturais no Brasil. Araújo explicou que o conceito de “geração sanduíche”, que descreve as pessoas que sustentam tanto seus filhos quanto seus pais idosos, tem sido um ponto central nas estratégias de produtos e comunicação. 

“Estamos conscientes das responsabilidades que muitos de nossos clientes têm em relação à família. Por isso, buscamos oferecer soluções financeiras que ajudem a aliviar esse peso”

O foco da instituição também está na melhoria contínua de seus produtos e serviços. Araújo destaca que o banco tem se preparado para uma expansão cada vez mais ampla, com um portfólio que inclui produtos adaptados à realidade dos clientes mais velhos, mas também com a proposta de fortalecer sua presença em grandes metrópoles. 

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