Banco do Brasil (BBAS3): o que esperar do balanço do 2º tri que será divulgado hoje à noite?

Analistas esperam que o banco se destaque no quesito rentabilidade em relação aos seus pares

Mitchel Diniz

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Na noite desta quarta-feira (9), o Banco do Brasil (BBAS3) será o último “bancão” listado na Bolsa a reportar resultados referentes ao segundo trimestre de 2023 (2T23). Em relação à inadimplência, um dos principais temas dessa temporada, o BB deve ser pouco impactado, dada a sua maior seletividade na concessão de crédito. Tal qual o Itaú (ITUB4), os analistas veem o banco posicionado para liderar em rentabilidade no período.

O consenso Refinitiv prevê lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre, cifra 10% maior que a registrada um ano antes e ligeiramente maior que a de R$ 8,55 bilhões dos três primeiros meses de 2023.

A média das projeções do mercado aponta para receita líquida com juros de R$ 22,025 bilhões no período.

A temporada de balanços dos bancos até agora:

Em um trimestre marcado, até agora, pela desaceleração do crescimento da carteira dos créditos dos bancos, o Goldman Sachs vê uma expansão de empréstimos pelo BB acima dos seus pares, por conta de sua exposição ao crédito rural.

A XP também espera por mais um trimestre de crescimento robusto da carteira de crédito do BB, em linha com o limite inferior do guidance para este ano(entre 8% e 12%). O movimento deve ser impulsionado, principalmente, pelo crédito rural.

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Para o índice de inadimplência, é esperado um leve aumento de 10 pontos-base, na comparação trimestral, para 2,6%. “Ainda é o menor entre seus pares e reflete o perfil defensivo de sua carteira”, escreveram os analistas da XP. Assim, a casa espera que o índice de cobertura  – que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes – do banco permaneça elevado, em 221%.

A XP prevê ainda que o ROE (retorno sobre o patrimônio) do Banco do Brasil avance 20 pontos-base para 22%.

Os números estão em linha com as estimativas do Santander, que prevê lucro levemente acima do consenso, em R$ 8,685 bilhões, e espera números saudáveis para o BB no trimestre. No entanto, nota ser importante observar o possível aumento em provisões do banco no período. O provisionamento tende a antecipar uma piora dos índices de inadimplência, com clientes à espera do programa “Desenrola”, além do ambiente macroeconômico desafiador.

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Os analistas do Santander acreditam que essa conjuntura pode até mesmo fazer com que o banco revise seu guidance para provisões. “Em conversas recentes com investidores, percebemos que a maioria deles já espera por maiores provisões após contatos com o RI do banco, o que deve limitar surpresas negativas nesse sentido no balanço do segundo trimestre”, afirmam.

Ainda de acordo com a equipe de análise do Santander, há chances da receita do BB superar expectativas, mitigando o impacto de um aumento nas provisões. A expectativa é que a carteira de empréstimos do banco avance em 13,4%. “Esperamos que o agronegócio seja o principal destaque do trimestre, à medida que o banco reduz sua exposição a linhas de crédito mais arriscadas”.

Na visão do Credit Suisse, vai ser importante observar se o Banco do Brasil chegou no pouco de sua rentabilidade, considerando o impacto de juros mais baixos nos resultados da tesouraria. Os analistas projetam lucro líquido de R$ 8,629 bilhões e ROE de 20,6%. Nas projeções do Credit, a taxa de inadimplência do banco deve ir a 2,9%.

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Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, acredita que uma arrefecimento no preço das commodities agrícolas podem refletir em aumento de provisões do banco.

“Não acho que vai ser um impacto muito grande, mas é um possível um início de provisionamento tendo em vista uma leve deterioração no ambiente que vimos para o setor agrícola, ao qual o BB é muito exposto. Isso ocorre também em função do fato de que esse setor vinha muito aquecido”, afirma.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados