Banco de bilionário mexicano que “brigou” para sair do Brasil é liquidado pelo BC

Segundo o BC, os motivos para a liquidação foram o comprometimento da sua situação econômico-financeira, a violação de normas legais e regulamentares e a ocorrência de prejuízos, sujeitando os credores a risco anormal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Banco Central decretou, hoje (8), a liquidação do Banco Azteca do Brasil S.A., com sede no Recife. O banco pertence ao bilionário mexicano Ricardo Salinas e estava tendo um embate com a autoridade monetária para sair do Brasil.

 Segundo o BC, os motivos para a liquidação foram o comprometimento da sua situação econômico-financeira, a violação de normas legais e regulamentares e a ocorrência de prejuízos, sujeitando os credores a risco anormal. 

O Banco Azteca, informa o BC, é instituição financeira de pequeno porte, autorizada a operar as carteiras comercial e de crédito, financiamento e investimento. Possui apenas uma agência e detém 0,0005% dos ativos do sistema financeiro e 0,0009% dos depósitos. Cerca de 68% do total dos depósitos do Banco Azteca do Brasil contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), informou.

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“O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro”, acrescentou o BC, em nota.

Há sete anos, Salinas abriu uma filial do banco em Pernambuco, que seria sua plataforma de lançamento para o Brasil, o que deu errado. No final de dezembro, tornou-se público que o BC quer fechar as portas, mas o Banco Central só autorizaria a saída se houver injeção de R$ 17 milhões para equilíbrio das contas. Os representantes do banco mexicano afirmaram na época que havia ameaça de intervenção.

O Azteca alegou que havia devolvido aos correntistas 94% do dinheiro depositado em suas contas e que se compromete a quitar R$ 48 milhões que estão aplicados em investimentos financeiros. A instituição financeira manteria uma equipe no País, uma vez pagamento seria feita à medida que recebesse os empréstimos concedidos e que vencem até 2019. Porém, o BC informou em meados de dezembro que não concordava, ressaltando que “o cancelamento da autorização para funcionamento depende, dentre outros aspectos, do pagamento integral dos passivos”.

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O banco foi lançado em conjunto com a rede de lojas Elektra, também de Salinas. O projeto era que banco e lojas aproveitassem o boom de consumo do Nordeste, partindo depois para outras regiões nacionais, mas o modelo não pegou.

(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.