B3 supera mercado difícil, têm bom balanço puxado por derivativos e ação dispara 5,9%

Companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,23 bilhão, um aumento de 8,5% frente ao trimestre anterior

Felipe Moreira

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A B3 (B3SA3) divulgou na última quinta-feira (8) seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido ajustado de R$ 1,23 bilhão, um aumento de 8,5% frente ao trimestre anterior, ficando 4,5% e 3,1% acima do estimado pelo Bradesco BBI e do consenso das estimativas, respectivamente. Com isso, nesta sexta-feira (9), o papéis B3SA3 saltaram 5,90% (R$ 12,02).

Segundo o BBI, a surpresa positiva foi o faturamento mais forte, com crescimento de 12,6% no trimestre, impulsionado por melhores resultados em ações e instrumentos de renda variável e receitas de tecnologia, enquanto o controle de custos continuou a dar frutos, uma vez que as despesas caíram 1,1% no trimestre.

Com queda de 21% no acumulado do ano e o valuation atraente em relação a pares internacionais selecionados (a B3 está negociando a cerca de 50% de desconto, com o mesmo nível de velocidade de giro), o BBI avalia que risco-retorno parece mais favorável, embora uma reavaliação das ações ainda pareça bastante dependente da materialização de melhores condições de mercado, especialmente no que diz respeito as taxas de juro.

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Na avaliação da XP, a B3 apresentou resultados sólidos para o 2T24, com receitas totais impulsionadas pelo crescimento robusto do negócio de derivativos, que representou 24% da receita total.

Segundo a XP, o desempenho positivo na receita, combinado com um controle de custos eficaz, não apenas levou a um aumento no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), mas também melhorou a margem. “Ainda é incerto se esta é uma mudança estrutural ou um aumento temporário nos volumes de derivativos”, diz a corretora.

Embora as ameaças competitivas continuem sendo um desafio, os esforços realizados nos últimos anos, principalmente na gestão de custos e despesas, já produziram resultados positivos. O ritmo de recuperação do volume continuará a ser um fator chave para determinar a velocidade de melhoria dos resultados. Portanto, a XP reitera recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16,00 por ação.

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A Genial Investimentos avalia que o resultado foi impulsionado pela diversificação de receitas, com destaque para o crescimento nos segmentos de derivativos (juros, moedas e mercadorias), balcão, tecnologia e infraestrutura de financiamentos.

Além disso, segundo a Genial, a gestão eficiente de custos, juntamente com o término do impairment relacionado à fusão entre BM&F e Cetip, resultou em uma significativa redução das despesas operacionais.

Em contrapartida, o volume financeiro médio diário (ADTV) do segmento de Ações continuou pressionado neste trimestre, “afetado por um ambiente econômico internacional desafiador, marcado pela alta das taxas de juros nos EUA, incertezas quanto ao ciclo de cortes de juros tanto nos EUA quanto no Brasil, e preocupações com a política fiscal brasileira”, explica a Genial.

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Apesar da pressão sobre o ADTV de ações e da iminente entrada de novos concorrentes, a Genial acredita que as ações da B3 estão sendo negociadas a um valuation atraente de 14 vezes Preço/Lucro para 2024, comparado aos seus pares internacionais, que estão avaliados em torno de 20 vezes P/L para o mesmo período. Em adição, a ação da B3 proporciona um dividend yield 4,7%.

Com base na discrepância e do potencial de valorização, a casa de análise mantém recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 14,00, implicando um potencial de valorização de 23%.