B3 reduz tarifas no mercado de ações para atrair novos investidores; ativos disparam quase 6%

As mudanças incluem tarifas menores para investidores com maiores volumes em operação, além de custo zero na manutenção de conta de custódia

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Com o aumento significativo dos volumes negociados no mercado de ações, a B3 (B3SA3) anunciou nesta quinta-feira (2) a sua nova política de tarifas.

As mudanças incluem tarifas menores para investidores com maiores volumes em operação, além de custo zero na manutenção de conta de custódia.

Também há mudanças no mercado de balcão, como adequação da tarifa cobrada de fundos de investimento de acordo o tamanho do patrimônio líquido, reduzindo significativamente as tarifas para fundos de menor porte.

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Com as mudanças, a taxa mensal de manutenção de conta, que hoje chega a cerca de R$ 110 ao ano será zerada, de forma a permitir que as corretoras ampliem a base de clientes pessoa física. A tarifa cobrada na negociação de ações na B3 também cai cerca de 10% para as pessoas físicas em geral.

Além disso, informa a B3, clientes que tiverem até R$ 20 mil de saldo em custódia numa mesma corretora serão isentos das demais taxas de manutenção de conta, como as cobranças sobre o pagamento de proventos e valor em custódia.

“Esse conjunto de medidas atinge cerca de 65% da base de investidores pessoa física que hoje têm saldo em contas de renda variável na B3”, destaca a operadora da bolsa em comunicado.

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Segundo a B3, a  redução de tarifas está alinhada à decisão de compartilhar os benefícios dos ganhos de escala do seu negócio. A medida representa uma redução de aproximadamente R$ 250 milhões nas tarifas pagas pelos clientes da B3 no ano considerando os volumes negociados nos últimos 12 meses, informou.

“A B3 reconhece seu papel central no desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro. Isso envolve oferecer novos produtos, melhorar serviços prestados e estimular mais negociação e expansão da base clientes por meio de mecanismos de preços e incentivos. É isso que estamos fazendo hoje. Acreditamos que esta nova estrutura de tarifação cumpre esses objetivos”, afirma Gilson Finkelsztain, presidente da B3.

Segundo a companhia, a expectativa é que as mudanças sejam implementadas ao longo do ano, de acordo com a capacidade do mercado de adaptar seus sistemas e processos para a nova tarifação.

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Confira algumas das mudanças implementadas pela B3:

(Divulgação/B3)

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Ações em alta

Depois do anúncio, as ações B3SA3 fecharam em alta de 5,78%, a R4 45,11,, sendo uma das maiores altas do Ibovespa na sessão desta quinta.  “Embora nosso pensamento seja de que o movimento é negativo, pois deve baixar as projeções de lucro da empresa, algumas das mudanças já eram esperadas pelo mercado, principalmente pelo cenário que se forma de maior possibilidade de competição”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

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Vale destacar que as ações da B3 tiveram queda de quase 10% em dezembro, na maior queda do Ibovespa no último mês de 2019, com grande parte do movimento ocorrendo após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) propor novas regras para melhorar a regulamentação diante de um cenário de potencial concorrência entre os ambientes de negociação e após a B3 anunciar a conclusão de processo de arbitragem que permite que outra empresa acesse a sua central depositária de renda variável.

Já para o Safra, o anúncio de redução de tarifas para renda variável e balcão é ligeiramente positiva, pois gera mais espaço para a B3 otimizar sua estratégia de preços e permite que companhia aumente o volume negociado e sua base de investidores individuais, segundo os analistas Luis Azevedo e Silvio Dória apontaram em relatório.

O impacto financeiro “não é tão relevante”, apontam, pois novas tarifas devem estimular crescimento de volume e compensar as perdas com a redução de preços, dizem os analistas.

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“De acordo com a B3, testes prévios mostraram que se os novos preços tivessem sido implementados nos últimos 12 meses, a receita da B3 teria sido reduzida em cerca de R$ 250 milhões, o que representa 3,8% do total de 2019, segundo nossas estimativas”, apontam.

A avaliação dos analistas é de que a ação deva seguir pressionada no curto prazo, por causa das potenciais notícias sobre competição no setor.  “No entanto, B3 está se preparado para competição, investindo em aprimoramento da relação com clientes e melhorando a qualidade do serviço”. Assim, a recomendação outperform foi mantida, com preço-alvo de R$ 52.

Entre os anúncios, está também a de uma tarifa sobre o processamento de proventos. Essa tarifa consiste em cobrar 0,12% sobre proventos financeiros (dividendos e juros sob capital próprio). Clientes com menos de R$ 20.000 em custódia serão isentos da cobrança, o que representa 65% dos atuais clientes da B3.

Em contrapartida, a B3 anunciou também uma queda de 10% sobre a tarifa cobrada na negociação de ações por pessoas físicas e eliminou a cobrança de R$ 9,28 para manutenção de conta na central depositária. “Serão afetadas as empresas cujo valor intrínseco é calculado com base nos dividendos futuros, como é o caso do setor bancário”, avalia Marcel Campos, analista da XP.

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(Com Bloomberg)

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