B3 (B3SA3) diz estar preparada para concorrência, mas ainda não vê motivo para reduzir preços

Assunto foi tema da teleconferência de resultados do quarto trimestre da operadora da Bolsa

Mitchel Diniz

Andre Milanez, CFO da B3
Andre Milanez, CFO da B3

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A B3 (B3SA3) está preparada para uma possível concorrência de uma nova Bolsa de Valores no Brasil e sinaliza que não deverá mudar sua política de preços em função disso. Ao menos é que afirmou o diretor financeiro, André Milanez, durante a teleconferência sobre os resultados da companhia no quarto trimestre de 2022.

“Já competimos com mercados globais e sempre discutimos a possibilidade de um novo entrante na arena de exchange“, afirmou.

Segundo Milanez, a B3 já vem se preparando para um ambiente mais competitivo, apesar de não esperar que isso ocorra no curto.

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Na avaliação do CFO, as barreiras de entrada para um competidor na área de Bolsa de Valores são baixas. Mas, no negócio de clearing, que faz a compensação e liquidação de ordens eletrônicas, leva tempo e muito investimento para uma concorrente se estabelecer.

Na semana passada o assunto voltou à tona depois que a Americas Trading Group (ATG), empresa brasileira de tecnologia, recebeu um aporte da Mubadala Capital, responsável por fazer a gestão de ativos do fundo soberano de Abu Dhabi.

Com o aporte do Mubadala, a empresa poderá retomar o propósito de quando foi criada: lançar uma nova Bolsa no Brasil.

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Quando a notícia foi divulgada, o Goldman Sachs soltou um relatório afirmando que o principal risco competitivo estaria na parte de negociação de ações, mas ainda assim com impacto limitado a 5% da receita da B3.

“Mas notamos que a criação de uma nova Bolsa poderia, potencialmente, aumentar o volume de negócios do mercado como um todo, expandindo o mercado”, escreveram os analistas.

Na teleconferência de hoje, Milanez afirmou que a B3 tem colocado o cliente no centro de sua estratégia, trabalhando em produtos robustos e diversificados, preenchendo qualquer espaço que possa ser explorado por um novo entrante. “Não vai ser fácil para eles”, afirmou.

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Milanez também disse que, por enquanto, a B3 não pretende reduzir os preços que pratica, diante de uma possível concorrência.

“Precificação é sempre uma alavanca que você pode usar em uma situação de maior competitividade. Mas, não vejo razão pra isso acontecer no curto prazo”, afirmou.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados