B3 (B3SA3) divulga dados operacionais ligeiramente negativos e balanço não deve trazer grandes surpresas

Bolsa registrou desaceleração do volume financeiro médio diário do segmento de ações em janeiro

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A B3 (B3SA3) divulgou sua prévia operacional referente ao mês de janeiro na noite passada (14), considerada neutra a marginalmente negativa para as ações da companhia, “tendo em vista a forte desaceleração dos volumes para R$ 25,5 bilhões em janeiro”, avalia Bradesco BBI. Olhando para o futuro, analistas do banco destacaram que ainda veem a B3 altamente dependente da melhora das condições de mercado.

Na mesma linha que o BBI, o Credit Suisse classificou os dados operacionais de janeiro como ligeiramente negativos para as ações, já que a atividade em ações no mercado à vista caiu no mês, parcialmente ajudada por volumes mais altos de derivativos.

Com relação a velocidade de giro, analistas do Credit Suisse destacaram que ela saiu de 170,5% em dezembro/22 para 147,2% em janeiro de 2023, indicando menor atividade mesmo excluindo possíveis efeitos de sazonalidade.

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Em derivativos, a receita por contrato (RPC) caiu 9,7% na base mensal, enquanto o volume médio diário (ADV, na sigla em inglês) aumentou 15,2% em relação ao mês imediatamente anterior, resultando em alta de 8,8% nas receitas de derivativos.

Segundo analistas, o crescimento do ADV dos derivativos listados foi impulsionado principalmente pelo aumento das taxas de juros.

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Vale lembrar que a operadora da Bolsa brasileira reportará seus resultados trimestrais nesta quarta-feira (15), após o fechamento dos mercados, ainda sob pressão em um contexto macroeconômico ainda desafiador e cenário de alta de juros em 2023, na visão da Genial Investimentos.

Segundo a Genial, a receita da B3 deve seguir pressionada no quarto trimestre, tendo em vista que a maioria de seus produtos tem melhor desempenho em cenário de juros baixos,

No entanto, analistas destacaram que apesar da alta rápida de juros em 2021 e 2022, o volume médio diário (ADTV, na sigla em inglês) se manteve relativamente em patamares altos. “O turnover (giro) aparentemente se estabilizou em patamares bem mais altos saindo de 106% em 2019 para 168% em 2022, apesar do Ibovespa ter ficado de lado desde 2019”, acrescentaram.

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Como a B3 divulgou suas prévias operacionais anteriormente, a Genial espera um resultado trimestral sem muitas surpresas, estimando lucro líquido de R$ 1,03 bilhão, em linha com o trimestre passado e 6% menor na comparação ano a ano.

Para 2023, a Genial Investimentos projetou uma evolução de de 9,7% do lucro  (chegando em R$ 4,66 bilhões), puxados por produtos de renda fixa, derivativos e tecnologia/dados, enquanto espera uma pequena retração em renda variável (cash & equities). “A empresa continua desenvolvendo novos produtos que ajudam manter os volumes em patamares altos, como ETF e BDRs.”

Apesar da falta de gatilhos positivos, no momento, a casa de análise reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 16. A Genial destacou que a empresa continua a negociar bem abaixo de sua média histórica de 18 vezes preço sobre lucro (P/L) e abaixo de seus pares globais em 22 vezes P/L.

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O Credit Suisse manteve recomendação neutra para ações da B3, pois acredita que o risco-retorno da empresa ainda é pouco atrativo no atual ambiente macroeconômico e de mercado de capitais. O preço-alvo é de R$ 14, implicando em potencial de valorização de 22,8% frente a cotação de fechamento de terça-feira (14) de R$ 11,40.