Azul (AZUL4) tem recomendação elevada à compra pelo JPMorgan, que corta preço-alvo de Gol (GOLL4); ações sobem

Banco considera recente queda das ações da Azul como excessiva, já que processo de reestruturação da dívida foi bem-sucedido

Felipe Moreira

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As ações de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) tiveram uma sessão de ganhos nesta segunda-feira (18), refletindo novas estimativas do JPMorgan, publicadas em relatório. Ao final da sessão, os papéis GOLL4 subiram 1,82%, cotados a R$ 6,70, enquanto os de AZUL4 avançavam 2,95%, a R$ 13,94.

Conforme o relatório do banco, as ações da Azul tiveram sua recomendação elevada de neutra para compra, enquanto seu preço-alvo para o final 2024 de subiu para R$ 29,00, de R$ 26,50 (para dezembro de 2023).

Analistas do JPMorgan consideraram, em sua avaliação, que a desvalorização de cerca de 32,5% nos últimos três meses como excessiva, já que processo de reestruturação da dívida foi bem-sucedido, incluindo a extensão dos títulos de 2024 e 2026 para 2029 e 2030, a emissão de novos títulos no valor de US$ 800 milhões e a renegociação de seus contratos de arrendamento.

Como consequência, o JPMorgan espera que a alavancagem seja de 5 vezes dívida líquida sobre EBITDA (assumindo o passivo de arrendamento como 7 vezes pagamentos de arrendamento, ou 3,7 vezes assumindo o passivo de arrendamento reportado, e ajustando-o pela parcela conversível, considerada como patrimônio líquido), quase metade a alavancagem até o final de 2022.

Na frente operacional, a Azul tem operado em níveis recordes de capacidade, já 30% acima dos níveis pré-pandemia e apoiando rendimentos crescentes, um aumento de 12% na base anual no 1S23.

Azul (AZUL4) foi elevada, mas Gol (GOLL4) teve preço cortado

Por outro lado, o JPMorgan cortou o preço-alvo da GOL (GOLL4) de R$ 12,50 para R$ 7.

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O banco americano citou incertezas após emissão de títulos que pode diluir a participação de minoritários em até 70% para justificar o redução da meta de preço.

Além disso, a GOL ainda está negociando seus contratos de arrendamento, o que traz uma incerteza maior sobre sua situação financeira daqui para frente, pelo menos quando comparada a pares da região.

Segundo estimativas do JPMorgan, a alavancagem deverá encerrar o ano em 5,7 vezes dívida líquida/EBITDA (considerando o passivo de arrendamento como 7 vezes o pagamento do arrendamento e ajustando-o pelo instrumento conversível, considerado como patrimônio), a maior do setor.

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Com relação ao setor, analistas revisaram as estimativas de Ebitda para 2023 em -8% em média para Azul, Gol, Latam e Copa Airlines (9% abaixo do consenso em média), enquanto o Ebitda para 2024 em -5% (7% abaixo do consenso, em média), devido ao aumento de 36% no combustível de aviação nos últimos três meses.