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A Azul (AZUL4) se prepara para aumentar participação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a partir do ano que vem. O tema pautou muitas das perguntas feitas pelos analistas na teleconferência de resultados da companhia do terceiro trimestre. Os executivos não apresentaram projeções fechadas da empresa para 2023, mas a operação, aliada uma nova frota de aeronaves, devem mexer de forma significativa com o guidance da companhia.
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A aérea confirmou que deve operar 84 slots no aeroporto, com 42 decolagens e 42 pousos por dia. As rotas ainda serão anunciadas até o final do ano. “Quando você pensa em uma empresa que faz mil voos por dia, estamos falando de aproximadamente 10% deles no aeroporto”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul, em entrevista coletiva à imprensa.
Antes disso, no call com analistas, os executivos da Azul falaram sobre a renovação de sua frota. A companhia aérea se prepara para substituir aeronaves E195-E1, da Embraer, pelo modelo mais novo, o E195-E2. De acordo com Alex Malfitani, CFO da Azul, os aviões comportam mais passageiros, tem maior capacidade de carga e queimam menos combustível.
Segundo ele, os contratos de aluguel já foram fixados com os lessores, o que traz uma vantagem competitiva para a empresa. “Temos muito competidores que ficaram para trás em renovação de frota. Quem for fazer isso agora, vai pagar um custo muito mais alto”, complementou Rodgerson.
Malfitani explicou que o novo modelo de aeronave é o ideal para voar em Congonhas fora dos horários de pico. “Durante o dia, se perde muita capacidade pois não há demanda suficiente para preencher as aeronaves”, disse o CFO. Dessa forma, ele espera que a Azul obtenha as mesmas receitas que os concorrentes, mas com custos menores, pois as outras companhias aéreas operam com modelos maiores e que demandam mais recursos para operar.
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Com a operação em Congonhas, os executivos querem capturar o cliente que voa com a companhia aérea a negócios, mas utiliza outras companhias para viajar com a família nas férias.
Situação do caixa em 2023
Mesmo sem um guidance definido, os executivos da Azul preveem que a diferença de entradas e saídas em 2023 deve continuar negativa, mas o gap será o menor dos últinos anos. “Nossa necessidade de caixa é a menor desde que começou a pandemia”, explicou Malfitani.
O financiamento dessa queima de caixa ainda está em aberto. “Se o mercado de capitais estivesse em condições estáveis, seria fácil resolver com uma operação. Mas com o mercado nervoso, a gente olha para outros planos”, afirmou o CFO.
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Financiamento com lessores não está descartado, mas a escolha da solução mais adequada vai depender de condições de mercado no ano que vem. Retomada da demanda por viagens, preço do combustível e cotação do dólar serão aspectos determinantes.
“Passamos pela pior pandemia e nossa empresa não foi subsidiada pelo governo. Quando eu mostro para o mercado que eu consigo ganhar dinheiro voando, mesmo nessas condições, isso significa que eu vou ser financiável”, afirmou Rodgerson. Ele destacou que que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Azul alcançou quase R$ 1 bilhão no terceiro trimestre (R$ 925 milhões, alta de 90,5% na comparação anual.
Limite de aumento de tarifas
Por mais um trimestre, os executivos da Azul foram questionados sobre até que ponto a companhia continuará repassando os custos elevados às tarifas aéreas. E voltaram a dizer que tudo vai depender da demanda.
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“O cliente vai ser soberano, o quanto ele puder pagar vai definir o quanto a gente pode cobrar”, disse o CFO, justificando que há necessidade de se cobrar mais do consumidor, com dólar e petróleo e patamares elevados.
Por outro lado, Malfitani diz que a companhia monitora a confiança do consumidor brasileiro e se surpreendeu com algumas conclusões.
“Na pandemia, todo mundo usava zoom e imaginávamos que a demanda corporativa ia cair. Mas a tecnologia também impulsiona a viagem a lazer, de um fim de semana prolongado”, disse o executivo.
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AZUL4 despenca nesta quinta-feira
O tom positivo da teleconferência de resultados não ajudou no desempenho da Azul na Bolsa.
As ações da companhia acompanham o mau desempenho do Ibovespa e operam em forte baixa. Às 15h55, o papel AZUL4 caía 16,25%, a R$ 12,73. A alta do dólar também impacta o preço do papel na sessão de hoje.