Azul (AZUL4): ações têm novo dia de derrocada e caem 18%; S&P corta rating a CCC+

Investidores também seguem cautelosos sobre eventuais opções que a companhia aérea possa usar para lidar com sua dívida

Equipe InfoMoney

Funcionária em loja da Azul no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo  (REUTERS/Rahel Patrasso)
Funcionária em loja da Azul no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (REUTERS/Rahel Patrasso)

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As ações da Azul (AZUL4) registraram um novo dia de derrocada, após a queda de 24% na última quinta-feira (29). Nesta segunda-feira (2), os ativos AZUL4 caíram 18,18%, a R$ 4,41, na mínima do dia.

Os agentes financeiros ainda seguem cautelosos sobre eventuais opções que a companhia aérea possa usar para lidar com sua dívida. Ainda em destaque, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings cortou o rating (nota de crédito) da companhia de B- para CCC+, com perspectiva negativa.

A agência de rating ressalta que a Azul teve resultados para o primeiro semestre de 2024 mais fracos do que esperava, ampliando seu déficit de fluxo de caixa operacional livre (FOCF) para o ano e enfraquecendo a liquidez. Nesse contexto, a empresa está buscando maneiras de fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua liquidez.

A perspectiva negativa reflete que a S&P pode rebaixar as classificações nos próximos seis a 12 meses se a geração de fluxo de caixa da Azul e sua capacidade de acessar financiamento de longo prazo enfraquecerem.

Histórica da baixa

Na semana passada, a companhia aérea reafirmou uma série de negociações que havia divulgado anteriormente envolvendo ações para melhoria de sua estrutura de capital e citou que notícia publicada na semana passada pela Bloomberg sobre a empresa tinha sido “mal interpretada”.

Leia também:
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Reportagem da Bloomberg News publicada na quarta-feira da semana passada afirmou que a Azul estaria avaliando opções que vão desde uma oferta de ações até a apresentação de um pedido de recuperação judicial para fazer frente às obrigações de dívida que se aproximam.

A Azul não mencionou nenhuma das alternativas citadas em fato relevante na última quinta-feira, em meio à queda de mais de 20% de suas ações na B3 após a reportagem.

Em vez disso, a empresa citou uma série de ações que a empresa já havia divulgado anteriormente e que tem capacidade de captação de recursos utilizando a unidade Azul Cargo como garantia primária em montante de até 800 milhões de dólares.

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“A companhia está em negociações ativas com seus principais ‘stakeholders’ para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado. Em linhas gerais, os ‘stakeholders’ estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes”, afirmou a Azul no fato relevante.

O presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, afirmou em entrevista para o Valor na sexta que a companhia intensificou negociação com arrendadores e pode ceder pedaço da aérea em troca de dívida, além de descartar proteção aos credores. Já a conversa para fusão com a Gol perde força.

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Comunicado à Imprensa: S&PGR Rebaixa Azul para ‘CCC+’ de ‘B-’, Perspectiva Negativa
Dow Jones Newswires
02 de setembro de 2024, 16:54:35

O seguinte é um comunicado da S&P Global Ratings:

A companhia aérea brasileira Azul S.A. teve resultados para o primeiro semestre de 2024 mais fracos do que esperávamos, ampliando seu déficit de fluxo de caixa operacional livre (FOCF) para o ano e enfraquecendo a liquidez. Nesse contexto, a empresa está buscando maneiras de fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua liquidez.

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Em 2 de setembro de 2024, a S&P Global Ratings rebaixou sua classificação de crédito do emissor em escala global da Azul para ‘CCC+’ de ‘B-’ e sua classificação em escala nacional para ‘brBB-’ de ‘brBBB-’. Ao mesmo tempo, rebaixamos nossa classificação sobre as notas seniores não garantidas da Azul para ‘CCC-’ de ‘CCC’ e afirmamos a classificação de recuperação ‘6’, indicando nossa expectativa de recuperação mínima (0%) sobre as notas não garantidas restantes que vencem em 2024 e 2026 em caso de inadimplência.

A perspectiva negativa reflete que poderíamos rebaixar as classificações nos próximos seis a 12 meses se a geração de fluxo de caixa da Azul e sua capacidade de acessar financiamento de longo prazo enfraquecerem.

SÃO PAULO (S&P Global Ratings) 2 de setembro de 2024 — A S&P Global Ratings tomou as ações de classificação descritas acima. A depreciação do real brasileiro (R$) e a redução na capacidade e nos rendimentos prejudicaram os resultados do segundo trimestre da Azul.

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Agora, prevemos um crescimento de receita de 3% a 4% para 2024. Ainda prevemos uma margem EBITDA saudável de cerca de 28,0%, em comparação com 25,2% em 2023. Esperamos que o EBITDA da Azul cresça para cerca de R$5,2 bilhões este ano, de R$4,7 bilhões em 2023, mas os gastos de capital (capex) e os pagamentos de aluguel pesarão sobre os lucros. Prevemos déficits materiais de FOCF após os pagamentos de aluguel de cerca de R$1,6 bilhão este ano e em 2025.

A Azul utilizou um pouco mais de R$450 milhões em caixa no primeiro semestre do ano. Em 30 de junho de 2024, a empresa tinha cerca de R$1,5 bilhão em caixa. Embora os vencimentos da dívida financeira nos próximos 12 meses não sejam substanciais, as necessidades de arrendamento operacional e capex são significativas (totalizando aproximadamente R$5 bilhões por ano em 2024 e 2025).

A empresa confirmou que está em negociações com locadores para converter parte (R$558 milhões) de suas obrigações de arrendamento em ações e também está trabalhando em algumas alternativas para obter novo financiamento garantido para fortalecer a liquidez.

Resumo dos Principais Pontos
Rebaixamento de Classificação: A S&P Global Ratings rebaixou a classificação de crédito da Azul para ‘CCC+’ devido a resultados fracos e um aumento no déficit de fluxo de caixa operacional livre.

Resultados Fracos: Os resultados do 2T24 foram mais fracos do que o esperado, com um EBITDA de R$1.053 milhões, impactado por custos elevados e uma depreciação do real.

Revisão de Projeções: A Azul revisou suas expectativas para 2024, prevendo um crescimento de receita de 3% a 4% e EBITDA acima de R$6 bilhões.

Liquidez e Dívida: A empresa possui R$1,5 bilhão em caixa, mas enfrenta desafios com pagamentos de arrendamento e capex, totalizando cerca de R$5 bilhões por ano.

Negociações em Andamento: A Azul está negociando para converter parte de suas obrigações de arrendamento em ações e buscando novo financiamento para melhorar a liquidez.

Perspectiva Negativa: A perspectiva negativa indica que a classificação pode ser rebaixada novamente se a geração de fluxo de caixa e a capacidade de financiamento não melhorarem.

(com Reuters)