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O JPMorgan rebaixou a Auren Energia (AURE3) de compra para neutro com preço-alvo para dezembro de 2025 de R$ 15,00, uma vez que está cauteloso com a combinação de negócios entre a companhia e a AES Brasil (AESB3), que apresentou resultados muito abaixo do esperado.
A Auren Energia será a terceira maior geradora privada 100% renovável e a maior comercializadora de energia do Brasil após o fechamento esperado da compra da AES Brasil em outubro.
O banco explica que a Auren é uma líder em geração e comercialização de energia renovável no Brasil, com fortes acionistas controladores, mas a combinação dos negócios deixará a Auren altamente alavancada (5 vezes Dívida Líquida/Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e incapaz de pagar dividendos acima do mínimo por alguns anos.
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Nesse contexto, o JPMorgan aponta que a avaliação atual reflete de forma justa (1) o fluxo de caixa (FCF) esperado do negócio de geração nos próximos anos; (2) os riscos e o esforço necessários para reverter o desempenho insuficiente dos ativos eólicos da AES Brasil, alcançar sinergias e otimizar o escudo fiscal; (3) a situação de alta alavancagem e os rendimentos relativamente baixos de dividendos.
Em termos de avaliação, a ação da Auren está sendo negociada com uma taxa interna de retorno (TIR) real de 12,3% e a ação teve um desempenho em linha com o setor no acumulado do ano.
O JPMorgan comenta que suas projeções ainda não refletem a integração com a AES Brasil, tendo em vista que a transação ainda não foi consumada e não se sabe os termos de pagamento em dinheiro e ações para a participação pertencente aos acionistas minoritários da AES.
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Segundo estimativas, a nova Auren teria um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3,6 bilhões em 2024 e 2025, equanto o lucro líquido subiria para R$ 500 milhões em 2024 e R$ 600 milhões em 2025.
Para analistas, dependendo do ritmo de reduções de despesas administrativas, renegociações de dívidas e otimizações fiscais, o Ebitda e os lucros podem ser significativamente maiores. A alavancagem financeira deve atingir 5,1 vezes Dívida Líquida/Ebitda no final de 2024, caindo para 4,5 vezes no final de 2025 e 4,2 vezes no final de 2026.
A Auren afirmou que a alavancagem ideal estaria entre 3,0 e 3,5 vezes. “Para acelerar a desalavancagem, a Auren pode considerar a venda de ativos não essenciais, embora quais ativos poderiam ser objeto de uma venda potencial ainda não tenham sido divulgados”, diz o relatório.
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O JPMorgan tem recomendação de venda para AES Brasil com preço-alvo de R$ 11,60 para dezembro de 2025, após reduzir estimativas de Ebitda para 2024 e 2025 em 10% e 4%, respectivamente, para incorporar a frustração no 2T24 e premissas mais conservadoras para o segundo semestre.