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SÃO PAULO – O Instituto Aço Brasil divulgou os dados da produção nacional de aço em agosto. No total, foram produzidas 2,89 milhões de toneladas de aço no País, representando um avanço de 1% em relação ao mês anterior.
Por sua vez, as vendas no mercado doméstico caíram 3% na comparação mensal, somados o desempenho do segmento de aço plano e longo. “A atividade de compra por distribuidores e usuários finais continua devagar devido aos níveis altos dos estoques”, explicam os analistas do Santander Felipe Reis, Alex Sciacio e Victoria Santaella.
E mesmo com a situação de queda nas vendas no mercado doméstico, os três analistas destacaram o fato de que houve avanço das importações de aço, que atingiram o recorde histórico de market share, em 24% no último mês.
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“Apesar de tudo, nós continuamos a acreditar que os níveis de importação irão diminuir nos próximos meses, em vista do altos estoques dos distribuidores, que deverão conter a necessidade de novas compras pelos próximos 2 ou 3 meses”, apontam, lembrando que o recém anunciado aumento de preços deverá diminuir o prêmio do aço brasileiro em relação aos competidores internacionais e, mais um vez, brecar a importação.
“Junto com a queda das compras no mercado doméstico, a produção também foi afetada negativamente pelas fracas exportações, o que indica que as siderúrgicas podem não estar conseguindo êxito em sua estratégia de redirecionar os volumes para o mercado externo em vista da fraca demanda interna”, afirmam os analistas do Santander. De fato, as remessas de aço brasileiro para o exterior caíram 1% em agosto na comparação com julho, somando 494,5 mil toneladas, a pior performance desde novembro de 2008.
Laminados
Lançando uma visão mais apurada sobre o segmento de laminados, o analista da Brascan Corretora, Rodrigo Ferraz, exibiu um tom mais pessimista, afirmando que o único ponto positivo a se destacar no desempenho de agosto é a redução de 14% na produção de laminados em relação à junho.
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“Reiteramos nossa preocupação quanto à rentabilidade do setor siderúrgico nacional no segundo semestre deste ano e início de 2011”, destaca Ferraz. Dentre os principais fatores apontados para esse prognóstico estão a manutenção dos custos de produção em níveis elevados por um período significativo, com os preços do minério de ferro e carvão se estabilizando em patamares elevados, a dificuldade de repasse de preços à rede de distribuição, por conta dos altos níveis de estoque, e a elevada competição de importados.
Produção global
“É importante observarmos também o comportamento da produção mundial de aço, cuja queda, em agosto, pode beneficiar o setor siderúrgico no que se refere à estabilização dos preços internacionais”, pontua o analista da Brascan, pedindo atenção para a China. Correspondendo à 50% do volume global de aço, o país deverá apresentar uma alta de 70% em suas exportações em 2010 na comparação com o ano anterior.
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