Atualização Merge do Ethereum é concluída com sucesso: “Primeiro passo para um sistema mais maduro”, diz cofundador Vitalik Buterin

Mudança altera o modelo de mineração da rede, derrubando o gasto energético e criando um mecanismo de renda passiva

Rodrigo Tolotti Paulo Barros

(Dall-E/CoinDesk)
(Dall-E/CoinDesk)

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A principal novidade é no sistema de mineração, que deixa de lado o modelo de prova de trabalho (Proof-of-Work, ou PoW), similar ao do Bitcoin (BTC), e adota a prova de participação (Proof-of-Stake, ou PoS). Cerca de 15 minutos depois da Merge, às 3h58, o primeiro conjunto de dados foi validado com sucesso utilizando o novo mecanismo.

Logo após a atualização, o ETH era negociado em estabilidade nas últimas 24 horas, a US$ 1.609.

A atualização é considerada por alguns especialistas como a mais importante da história das criptomoedas, tanto por conta do tamanho do Ethereum, como também por nunca ter ocorrido nada assim até hoje.

O novo modelo é considerado muito mais ecológico, com uma redução de 99,9% no consumo de energia elétrica, resolvendo uma das grandes críticas sobre o mercado de criptoativos. Segundo o pesquisador de Ethereum Justin Drake, a atualização contribuirá para queda de 0,2% no consumo energético global, valor equivalente ao consumo da rede antes da mudança – o Bitcoin gasta 0,5% da energia do mundo.

Junto com o abandono do sistema de mineração, o Ethereum pós-merge implementa também o sistema de renda passiva chamado de staking. Ele cria um incentivo para que usuários participem do protocolo “trancando” seus ETH em um software de validação para receberem recompensas.

Apesar de ser muito aguardada há anos, a atualização é apenas o primeiro passo para que o Ethereum consiga, em um futuro próximo, aumentar sua escalabilidade, acelerando o tempo de confirmação de transações e reduzindo as taxas cobradas – essas questões deverão ser resolvidas em mudanças futuras, esperadas para 2023.

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“É o primeiro passo na jornada do Ethereum para se tornar um sistema muito mais maduro”, disse Vitalik Buterin, cofundador e principal mente por trás do projeto, durante live promovida pela Ethereum Foundation. “Ainda há muito o que fazer. Temos que escalar, consertar a privacidade, e deixar mais seguro para usuários comuns. Temos que trabalhar duro para fazer isso acontecer”.

Hard fork

Com a Merge, dá início agora a contagem regressiva para o hard fork (bifurcação) da rede, provocado por mineradores insatisfeitos com a atualização, e que continuam com suas máquinas ligadas.

Dentro de 24 horas, um grupo de mineradores lançará o Ethereum PoW, nova blockchain que mantém o sistema de mineração. Como consequência, a rede também gera um novo criptoativo, batizado de ETHW

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Investidores que tinham ETH em suas carteiras devem receber automaticamente ETHW na proporção de um para um. Porém, especialistas já alertaram que dificilmente esse ativo deve dar um bom retorno, já que o uso dessa nova rede deve ser baixo e, portanto, não deverá se sustentar.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.