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A CPFL estima que entre 30 mil a 50 mil unidades consumidoras de energia elétrica de sua distribuidora gaúcha RGE “desapareceram” com as inundações no Rio Grande do Sul, onde milhares estão desalojados com suas casas destruídas e cidades inteiras estão embaixo d’água, disse o CEO da companhia à Reuters.
Segundo Gustavo Estrella, essa é a maior tragédia humanitária com a qual a empresa já se deparou, embora o número total de clientes que estão agora sem energia no Estado seja inferior ao registrado em outras ocasiões. A RGE chegou a ter 700 mil unidades sem luz em um forte temporal em janeiro, ante os 300 mil registrados no pior momento do evento atual.
“Não é que a casa alagou, não existe mais casa. Algumas cidades, principalmente do Vale do Taquari, vamos ter uma situação como essa, de clientes que vamos religar à medida que a casa ficar pronta… Terá que haver uma reconstrução da cidade para que depois a gente venha com a energia”, disse o executivo em entrevista à Reuters.
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CPFL estima consequências das inundações
A RGE registrava nesta quinta-feira 192 mil clientes sem luz, de um total de 3 milhões atendidos pela distribuidora no Estado. A companhia é responsável por cerca de 65% da energia consumida no Rio Grande do Sul, atendendo cidades do centro e sul como Canoas, Santa Maria e Caxias do Sul.
As cidades em pior situação são Canoas, Lajeado, Estrela, Roca Sales, Muçum, São Leopoldo, Gravataí e Nova Santa Rita, informou a distribuidora.
Estrella aponta que o ritmo de religamento dos clientes tem sido lento por questões de segurança, dado que os alagamentos permanecem em vários locais, e ressaltou que as equipes, que foram reforçadas com 100 eletricistas emprestados de outras distribuidoras da CPFL, estão a postos para quando a água baixar.
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O executivo lembrou, porém, que a companhia precisará fazer uma avaliação das condições de funcionamento de seus equipamentos de distribuição e transmissão de energia, uma vez que vários deles terão passado vários dias submersos.
Hidrelétricas
Já no caso das usinas hidrelétricas do grupo, o executivo comentou que foram mobilizados todos os esforços para evitar o rompimento parcial da barragem da hidrelétrica 14 de Julho, na semana passada, mas que a abertura das comportas estava inviabilizada de todas as formas.
“As duas estradas que temos de acesso, não é que elas estão intransitáveis, elas desapareceram, não existe mais acesso para a usina… Nosso contato de telecom também foi perdido, porque as torres ficam em morros que desapareceram, assim como as redes elétricas que também faziam conexão com a usina”, relatou Estrella.
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As equipes da companhia chegaram a voar de helicóptero para tentar descer via rapel e abrir manualmente as comportas, mas as chuvas e a neblina impediram o plano.
Apesar disso, Estrella disse que, em uma avaliação preliminar após o rompimento da barragem, verificou-se que a estrutura teve dano apenas superficial, no topo, o que deve permitir um retorno relativamente rápidas das operações da usina.
Ainda segundo ele, não há mais risco para a barragem dessa e outras duas hidrelétricas do grupo que compõem o complexo Ceran, Castro Alves e Monte Claro, no Rio das Antas, mesmo com as chuvas que estão previstas para cair no Estado nos próximos quatro dias.
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A CPFL está fortemente mobilizada para ajudar a minimizar os impactos da tragédia no Estado, com dois helicópteros — um alugado e outro emprestado pela Cemig — sendo usados tanto para trabalhos do setor elétrico, quanto para carregar mantimentos e fazer resgates.
“O helicóptero que a gente tem hoje mais salva gente do que inspeciona a rede elétrica, tem muitos precisando de ajuda… Nesse sentido, é a pior situação já enfrentada”, finalizou Estrella.