Ataques em Las Vegas e Nova Orleans travam IPO do “Airbnb dos carros”; entenda

Empresa de locação de veículos Turo enfrenta crise de imagem após falhas em sistema de segurança

Equipe InfoMoney

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A Turo, plataforma de aluguel de veículos frequentemente descrita como o “Airbnb dos carros”, enfrenta um duro revés em seus planos de abertura de capital após o envolvimento de carros alugados pelo aplicativo em ataques recentes em Nova Orleans e Las Vegas. A empresa, que havia iniciado os preparativos para um IPO bilionário, agora enfrenta questionamentos sobre seus protocolos de segurança e a eficácia de seu sistema de verificação de usuários.

Os ataques, que ocorreram no último dia 1º de janeiro, deixaram ao menos 15 mortos e dezenas de feridos. Em Nova Orleans, um Ford F-150 Lightning alugado pela Turo foi utilizado em um ataque na Bourbon Street, enquanto em Las Vegas, um Tesla Cybertruck, também alugado pela plataforma, explodiu na entrada do Trump Hotel.

A Turo confirmou o envolvimento dos veículos alugados na plataforma nos dois ataques e afirmou, em nota, que está colaborando com as autoridades para fornecer informações relevantes para as investigações. “Nossa equipe de confiança e segurança está ativamente fazendo parcerias com autoridades policiais para compartilhar qualquer informação que possa ser útil em suas investigações”, declarou a empresa.

Como funciona a Turo

A Turo oferece uma ampla gama de veículos, desde modelos populares até carros de luxo, com diárias variando de US$ 20 para veículos básicos a mais de US$ 500 para modelos premium. Em Las Vegas, por exemplo, o mesmo modelo Tesla Cybertruck utilizado no ataque estava disponível na plataforma por cerca de US$ 120 por dia, enquanto o Ford F-150 Lightning, usado em Nova Orleans, poderia ser alugado na região de Houston por menos de US$ 100.

Embora a empresa promova preços competitivos e maior conveniência em relação às locadoras tradicionais, as recentes falhas na triagem de usuários ressaltam os riscos do modelo de negócio. A própria Turo reconheceu em documentos regulatórios para o IPO que problemas como roubo, danos aos veículos ou uso indevido de carros alugados poderiam “prejudicar sua reputação, aumentar os custos operacionais e impactar negativamente os negócios”.

Críticas ao sistema de segurança

A Turo utiliza um sistema de verificação conhecido como Turo Risk Score, lançado em 2020, que avalia cerca de 50 pontos de dados para calcular os riscos de cada locatário. No entanto, segundo a Bloomberg, a maioria dos usuários é aprovada imediatamente após a inserção da carteira de motorista e de informações básicas, o que levanta preocupações sobre a eficácia da triagem.

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Fontes citadas pela Bloomberg afirmam que a equipe de segurança da Turo interrompeu suas férias para monitorar a situação após os ataques. A empresa, sediada em São Francisco, vinha preparando sua abertura de capital desde 2019, quando atingiu uma avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão. No entanto, os eventos recentes e a crise de imagem podem atrasar esse processo.

A Turo foi fundada em 2010 como RelayRides e opera de forma semelhante a outras plataformas de economia compartilhada, como o Airbnb. A empresa não possui uma frota própria, mas conecta proprietários de veículos a potenciais locatários, aplicando taxas sobre as transações. Hoje, a plataforma conta com 3,5 milhões de usuários e cerca de 350 mil veículos listados.

Resposta da Turo

Diante das críticas, a Turo emitiu um comunicado afirmando que os locatários envolvidos nos ataques não tinham antecedentes criminais que os identificassem como ameaças à segurança.

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A expectativa de abertura de capital da Turo, que estava sendo planejada desde 2019, pode enfrentar novos atrasos. Segundo a Bloomberg, a empresa arrecadou US$ 528 milhões em investimentos de grandes players como American Express, Liberty Mutual e IAC Inc., mas ainda enfrenta desafios para se manter competitiva em meio à crescente pressão regulatória e de segurança no setor de locação de veículos.