Ata do Copom, IPCA de abril e mais dados de inflação nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

Imagem mostra notas de R$ 50 (Rmcarvalho/Getty Images)
Imagem mostra notas de R$ 50 (Rmcarvalho/Getty Images)

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Depois de uma semana desastrosa para os ativos de risco, os próximos dias reservam uma agenda carregada de indicadores que podem balançar as Bolsas mais uma vez. Destaque para dados de inflação no Brasil, Estados Unidos e Europa. As autoridades monetárias do mundo todo estão de olho na escalada global de preços, retiram medidas de estímulo e aumentam juros – a combinação que tem derrubado os mercados.

Na quarta-feira (11) sai o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), referente ao mês de abril. Vale lembrar que a prévia da inflação do mês passado (IPCA-15) avançou 1,73%, maior taxa para o período em 27 anos. Para o mês cheio, o Itaú prevê uma alta de 1,04%, levando a inflação de 12 meses a 12,11% – para os analistas do banco, será o pico da inflação em 2022.

“A leitura será novamente pressionada pelos preços administrados, refletindo principalmente o reajuste da Petrobras anunciado em meados de março. Outros itens regulamentados, como produtos farmacêuticos, vão acelerar nessa leitura. Por outro lado, a energia elétrica apresentará alguma deflação, refletindo a mudança para a bandeira tarifária verde em meados de abril”, diz a análise.

O Bradesco aposta em alta de 0,98%. “A despeito do impacto baixista da bandeira verde sobre os preços de energia elétrica, os preços de alimentos e os componentes de núcleo devem continuar pressionando o indicador”, escreveram os analistas do banco.

Mas antes do IPCA, na terça-feira (10), tem um outro destaque na agenda que é bastante aguardado pelos investidores: a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o BC elevou a Selic em 1 ponto percentual e deixou a porta aberta para uma nova alta “de menor magnitude”, de acordo com o comunicado que acompanhou a decisão.

“Aparentemente, a decisão de prolongar ou interromper o ciclo de aperto monetário será tomada reunião a reunião. Esperamos que termine com a Selic em 13,75%, com duas altas extras de 50 pontos base, mas a divulgação da minuta na próxima terça-feira pode nos levar a rever essa projeção, se necessário”, afirma a equipe de análise do Itaú.

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Não se sabe se a retomada da greve dos servidores do BC poderá atrasar, de alguma forma, a publicação da minuta. Também não está prevista a divulgação do Relatório Focus, com a previsão dos economistas, na segunda-feira.

A semana também vai trazer indicadores da atividade econômica. No mesmo dia da ata do Copom, saem os dados do varejo referente à março. O Itaú prevê alta de 1,3% no núcleo do índice de 0,3% no índice mais amplo, que inclui veículos e materiais de construção. Para a pesquisa mensal de serviços (PMS), a ser divulgada na quinta-feira (12), o banco acredita em um avanço mensal de 0,5%. A divulgação dos dois indicadores encerra o conjunto de dados de atividade do primeiro trimestre.

Inflação também é destaque no exterior

Na semana seguinte à decisão do BC dos Estados Unidos em elevar os juros do país em 50 pontos base, as atenções se voltam agora a novos dados de inflação do país. Na quarta-feira (11), sai o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), e o consenso Refinitiv aguarda por uma variação mensal positiva de 0,2% em abril. No dia seguinte (12), é a vez do índice de preços ao produtor (PPI), que, segundo projeções do mercado, deve avançar 0,5% de março para abril.

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Índices de preços também são aguardados na Alemanha (na quarta-feira) e na China (na terça). E por falar no país asiática, o mundo vai continuar monitorando a política de Covid zero do país, que impôs novos lockdowns com um novo surto da variante ômicron. Uma possível desaceleração da economia chinesa, com impactos na cadeia de suprimento e logística, também tem desanimado o mercado nos últimos dias.

Agenda corporativa

Semana importante para Banco Inter (BIDI4;BIDI11), que realiza assembleia geral extraordinária na quinta-feira (12) para aprovar os novos termos da proposta de listagem da empresa na Nasdaq.

Assim como na primeira tentativa de reorganização, os acionistas terão duas opções: trocar as ações que possuem por BDRs (recibos de ações negociadas no exterior) ou optar pelo recebimento em dinheiro. A possibilidade de cash out foi justamente o que impediu que a reestruturação fosse adiante, em novembro do ano passado.

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Nos novos termos, o valor foi fixado em R$ 19,35 por unit (combinação entre uma ação ordinária e duas preferências) e o limite estabelecido em R$ 1,13 bilhão. Caso seja ultrapassado novamente, como ocorreu na primeira tentativa, o valor será dividido entre os acionistas que optaram pelo cash out e o que faltar será pago em BDRs da companhia.

Na terça-feira (10), a Embraer (EMBR3) deve fazer um anúncio sobre a aprovação da fusão entre sua subsidiária Eve, de “carros voadores”, e a Zanite, uma sociedade de propósito específico (Spac, na sigla em inglês), apurou a agência de notícias do Estadão. A empresa resultante da combinação de negócios se chamará Eve Holding e deve ser listada na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).

E o calendário de resultados trimestrais das empreses segue a todo vapor. Nesta semana, mais de 80 empresas divulgação balanços relativos ao primeiro trimestre, com destaque Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), B3 (B3SA3), Azul (AZUL4) e Via (VIIA3).

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Confira o calendário de resultados da semana:

Segunda-feira (09/05)

Terça-feira (10/05)

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Quarta-feira (11/05)

Quinta-feira (12/05)

Sexta-feira (13/05)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados