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O mercado financeiro aguarda com atenção a divulgação nesta terça-feira (17) da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que trará detalhes sobre a decisão recente de aumento da Selic para 12,25% ao ano. A publicação é importante para avaliar os próximos passos da política monetária e suas implicações sobre o mercado financeiro e econômico do Brasil.
Além disso, às 8h será divulgado o Icomex referente a novembro, que trará informações sobre o comércio exterior do país.
Nos Estados Unidos, o dia também será movimentado com a divulgação de importantes índices econômicos. Às 10h30, serão apresentadas as Vendas no Varejo de novembro, seguidas pela Produção Industrial às 11h15. Às 12h, o mercado acompanhará o Índice NAHB de Mercado Imobiliário de dezembro, e às 18h30, será a vez dos Estoques de Petróleo Bruto API semanal, que ajudam a medir a situação do setor energético no país.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reuniões hoje com representantes da Stone, do Bradesco e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). (fechados à imprensa)
Já Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, participa de audiência com a agência S&P Global Ratings, no final da manhã.
Brasil
8h – Ata do Copom
8h – Brasil Icomex (novembro)
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EUA
10h30 – Vendas no Varejo (novembro)
11h15 – Produção Industrial (novembro)
12h – Índice NAHB de Mercado Imobiliário (dezembro)
18h30 – Estoques de Petróleo Bruto API (semanal)
Internacional
Trump e os impostos brasileiros
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem que os altos impostos brasileiros em tarifas serão respondidos com cobranças semelhantes. “Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra ‘recíproco’ é importante, porque se alguém nos cobra… Se a Índia nos cobrar 100% e nós não cobrarmos nada pela mesma coisa… Eles mandam uma bicicleta para nós, nós mandamos uma bicicleta para eles, eles nos cobram 100, 200. Índia cobra muito, Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa.”
Argentina
A economia da Argentina registrou um crescimento de 3,9% no terceiro trimestre em comparação com o período anterior, após três trimestres consecutivos de retração, conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) na segunda-feira (16). No entanto, quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou uma contração de 2,1%, e no acumulado do ano, o recuo é de 3,0% em relação a 2023.
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Economia
Regulamentação da reforma tributária
A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (17) um dos projetos que regulamenta a reforma tributária. Trata-se do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, do Poder Executivo, que especifica reduções de alíquotas para diversos setores. Em sessão do Plenário marcada para as 13h55, os deputados vão analisar as mudanças feitas pelo Senado no texto.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), relator do projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, anunciou que trabalha para reduzir em 0,7 ponto percentual a alíquota padrão do novo sistema tributário, ajustando mudanças introduzidas pelo Senado. A medida visa garantir que a carga tributária não ultrapasse o limite de 26,5%.
Centro da meta
O relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, senador Confúcio Moura (MDB-RO), incluiu em seu parecer um dispositivo que, na prática, obrigará o governo a mirar o centro da meta fiscal do próximo ano – que é de zerar o déficit – até o mês de outubro. A medida foi antecipada pelo Estadão/Broadcast. A expectativa é de que o parecer seja votado nesta terça-feira, 17, pela Comissão Mista do Orçamento (CMO).
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Superávits primários
O Tesouro Nacional prevê que o País só retomará uma série de superávits primários para o governo central a partir de 2027, após três anos consecutivos de déficits entre 2024 e 2026. As projeções constam na 5ª edição do Relatório de Projeções Fiscais, divulgado nesta segunda-feira (16), que traz estimativas para as principais variáveis fiscais da União até 2034.
Dólar
O dólar abriu a semana em alta firme no mercado local e renovou pico nominal histórico, apesar de novas intervenções do Banco Central, com leilão de linha e de venda de divisas à vista, que somaram US$ 4,628 bilhões. Segundo operadores, o real sofre com as incertezas fiscais, diante do risco de desidratação das medidas de contenção de gastos durante a tramitação no Congresso, e as remessas de moeda ao exterior por parte de fundos e empresas.
Com máxima a R$ 6,0986 na primeira meia hora de negócios, o dólar rodou ao longo da tarde entre R$ 6,07 e R$ 6,08. Nos últimos minutos da sessão, a divisa voltou a acelerar, de olho no noticiário fiscal, e fechou em alta de 1,03%, cotada a R$ 6,0934.
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Queda na produção de aço
A indústria siderúrgica projeta uma queda na produção de aço bruto do Brasil em 2025, estimando 33,58 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 0,6% em relação ao ano anterior. As vendas no mercado interno também deverão cair 0,8%, totalizando 21 milhões de toneladas. No entanto, o consumo aparente, que inclui tanto vendas internas quanto importações de produtos siderúrgicos, deverá crescer 1,5%, alcançando 26,66 milhões de toneladas. A Aço Brasil revisou suas projeções para 2024, prevendo agora um crescimento de 0,7% na produção de aço, após uma expectativa inicial de queda de 3%. Para 2023, o setor siderúrgico encerrou com um aumento de 5,5% na produção, somando 33,79 milhões de toneladas.
Petróleo
A produção de petróleo do Brasil deverá atingir 3,6 milhões de barris por dia (bpd) em 2025, o que representa um aumento de cerca de 6% em relação à média acumulada de 3,4 milhões de bpd até outubro deste ano, conforme dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). Roberto Ardenghy, presidente do IBP, destacou que o Brasil se está tornando cada vez mais relevante como potência energética, não apenas nas fontes tradicionais de energia, como petróleo e gás, mas também em outras formas sustentáveis. A projeção, no entanto, é inferior ao crescimento previsto pelo Plano Decenal de Expansão (PDE) de Energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que aponta para uma produção superior a 4 milhões de bpd até 2034.
Política
Agências reguladoras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Senado, na noite desta segunda-feira (16), uma lista com 18 indicações de diretores para as agências reguladoras, segundo reportagem da CNN Brasil. Todos precisarão ser sabatinados pelas comissões setoriais do Senado e aprovados em plenário.
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Reunião ministerial de fim de ano
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer uma reunião ministerial de fim de ano nesta sexta-feira, dia 20. A expectativa inicial era de que o encontro fosse no dia 19, porém precisou ser adiado após o chefe do Executivo ter sido submetido a procedimentos para tratar uma hemorragia intracraniana, decorrente de acidente domiciliar sofrido em outubro.
Medidas do pacote fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã da segunda-feira (16), em São Paulo (SP). Após o encontro, o chefe da equipe econômica afirmou que o petista está “muito bem disposto” e acompanhando de perto as negociações sobre o pacote fiscal e a reforma tributária no Congresso Nacional. “Tive um despacho relativamente longo com o presidente. Ele está muito bem disposto. Falamos sobre vários assuntos. Expus para ele a situação da reforma tributária, o que está para ser decidido pela Câmara em caráter definitivo”, disse Haddad aos jornalistas.
O ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, disse na tarde desta segunda-feira (16) que a expectativa do governo é votar a Reforma Tributária nesta semana e, até o final do ano, o Marco Fiscal.
Expectativa do governo
Haddad também disse que o governo federal espera que as medidas econômicas tramitando no Congresso, incluindo os projetos de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), sejam aprovadas neste ano. “A nossa expectativa é que esse conjunto de medidas seja todo ele aprovado esse ano, inclusive a LDO e o orçamento. O presidente [da Câmara, Arthur] Lira já deixou claro e nós estamos convencidos de que as medidas vão ser apreciadas neste ano”, afirmou Haddad.
“O presidente Lira já deixou claro que, se precisar convocar a sessão de manhã, de tarde e de noite até quinta-feira, a Câmara vai estar disponível para atender o país”, completou o ministro. Haddad foi questionado especificamente sobre a votação do pacote fiscal e disse que é preciso votar as medidas de contenção de despesas para fechar a peça orçamentária.
PL do BPC
O relator do projeto de lei do pacote fiscal, deputado Isnaldo Bulhões (AL), disse nesta segunda, 16, que pretende apresentar amanhã, 17, o parecer aos líderes e votar o texto em plenário na quarta-feira. Ele relata a proposta que, dentre outras medidas, limita o crescimento real do salário mínimo a 2,5% ao ano e trata de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Semana cheia
O Congresso Nacional terá uma semana intensa de votações importantes antes do início do recesso legislativo. Na pauta destacam-se o pacote de corte de gastos do governo federal, que visa economizar R$ 70 bilhões em dois anos, além do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) e o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
A regulamentação da reforma tributária, recentemente aprovada pelo Senado, também deve ser concluída na Câmara dos Deputados. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu que há possibilidade de aprovação até a próxima sexta-feira (20), com sessões deliberativas previstas para quarta e quinta-feira. Na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) determinou o cancelamento de reuniões de comissões, focando exclusivamente na discussão e votação no plenário.
Imposto do pecado
A Câmara dos Deputados rejeitou mudanças feitas pelo Senado Federal no primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária. O novo relatório divulgado nesta segunda-feira, 16, retomou o Imposto Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, sobre as bebidas açucaradas e retirou o saneamento básico da alíquota reduzida, com desconto de 60% em relação à padrão.
(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão)