Assaí (ASAI3) tem 3º trimestre desafiador, mas com evolução de vendas, diz CEO; ações sobem

Resultado do 3T23 de Assaí foi impactado pelos juros elevados e pelo maior volume da dívida

Felipe Alves

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O CEO de Assaí (ASAI3), Belmiro de Gomes, afirmou que a “evolução” do lucro líquido comprova a “resiliência do modelo” da companhia, mesmo com altas taxas de juros, cenário deflacionário, elevado volume de lojas em maturação e ambiente de compras com cautela por parte do consumidor.

A analistas e investidores, durante teleconferência, nesta terça-feira (31), ele acrescentou que o terceiro trimestre foi desafiador, mas ainda muito positivo em questão de evolução de vendas. No início da tarde, as ações da varejista de atacarejo subiam, por volta das 13h15, 2,01%, cotadas a R$ 11,18.

A companhia fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 185 milhões, queda de 34,2% em relação a igual período do ano passado. No acumulado do ano, o lucro líquido ficou em R$ 413 milhões, recuo de 49,3% ante mesmo período do ano anterior.

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Considerando a quantidade de novas lojas e os custos iniciais, a margem Ebitda do 3T23 foi positiva, segundo o CEO. Belmiro destacou que a margem Ebitda ajustada no 3T23 está no maior patamar do ano – na visão pré-IFRS ficou em 5,4%.

O faturamento de R$ 18,5 bilhões aumentou 22%. “Houve uma expansão muito forte neste ano. Foram 52 lojas nos últimos 12 meses (+29% em área de vendas no 3T23)”, destacou Belmiro. Parte dessas lojas foi da conversão de operações.

As vendas mesmas lojas (SSS) mostraram ligeira queda, de 0,9% em relação ao terceiro trimestre de 2022, e de 2% na leitura sequencial. “Estamos vivendo um momento de deflação no mercado de alimentos. Isso altera a dinâmica do negócio, principalmente no público de pessoa jurídica. Isso tem impacto no SSS”, disse o CEO.

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Assaí (ASAI3): Dívida e juros

O resultado do 3T23 de Assaí foi impactado pelos juros elevados e pelo maior volume da dívida. Segundo Daniela Sabbag, CFO da empresa, o resultado financeiro de Assaí totalizou R$ 737 milhões no 3T23, incremento de quase R$ 300 milhões em relação ao 3T22.

“Estamos com quase R$ 2 bilhões a mais da dívida bruta (total de R$ 8,6 bilhões) em função de captações e emissão de um CRI, que concluímos no terceiro trimestre, além de um efeito contábil da redução dos juros capitalizados”, pontuou.

Belmiro assumiu que o custo de dívida está acima do que era esperado, pois havia outra expectativa em relação à Selic. Assim, o custa da dívida de Assaí ficou em R$ 3,3 bilhões ao fim do 3T23.

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Segundo o CEO, a geração de caixa operacional de R$ 9,4 bilhões suportou 91% dos investimentos desde 2021. Boa parte da dívida vem do processo de cisão com o GPA.

“Destaque para a posição de caixa operacional, pois o Assaí talvez esteja realizando uma das maiores operações da história do varejo alimentar brasileiro. A geração de caixa suportou investimentos em expansão orgânica e conversão de lojas”, afirmou.

Preços de alimentos

Questionados sobre as expectativas para os preços dos alimentos nos próximos meses, a diretoria de Assaí afirmou que espera estabilidade na média. “Não vemos muito espaço para grandes altas ou maior redução de preço de commodities”, afirmou o vice-presidente comercial, Wlamir dos Anjos.

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Ele destacou ainda que pode haver algum impacto por conta da guerra no Oriente Médio e as variações cambiais, mas a projeção mesmo é de estabilidade na média.

Novas lojas

O Assaí diz que vai fechar 2023 com 30 novas lojas, entre aberturas orgânicas e conversões. Para 2024, já há 7 obras em andamento, mas a companhia irá avaliar ao longo do quarto trimestre quanto irá desembolsar para investimentos e quantas lojas espera abrir no próximo ano, de acordo com o CEO.

“Já temos projetos para 2024, mas o que estamos olhando é para o equilíbrio entre expansão e nível de alavancagem, à medida que temos incerteza sobre a taxa de juros daqui pra frente”, diz Belmiro Gomes.