Assaí (ASAI3) é cortada a neutro pelo JPMorgan com balanço alavancado e ação cai 2%

Alavancagem alta e redução de investimentos preocupam o banco

Felipe Moreira

Logo do Assaí em loja da rede em São Paulo 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Logo do Assaí em loja da rede em São Paulo 11/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

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Dado o ambiente competitivo feroz, o balanço alavancado e a expectativa de juros mais altos por mais tempo, o JPMorgan decidiu cortar a recomendação para Assaí (ASAI3) de compra para neutro, com preço-alvo passando de R$ 18 para R$ 11,50.

Com uma alavancagem financeira de 3,8 vezes dívida líquida ajustada sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) (2T24), o banco vê o Assaí tendo que manobrar em torno do plano de expansão para apoiar seu processo de desalavancagem. A ação da companhia caiu 2,12%, cotada a R$ 9,25.

O varejista já reduziu os planos de expansão nos últimos 2 anos e, em meio a possíveis aumentos da taxa de juros, analistas acreditam que 2025 não deve ser diferente, com as 15 a 20 aberturas inicialmente sugeridas potencialmente se tornando menos de 10 para conter o capex (investimentos) e melhorar o FCF (fluxo de caixa).

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A equipe de research do JPMorgan destaca o mercado permanece altamente competitivo, enquanto não há muito espaço para uma maior agressividade comercial por parte da Assaí, pois já implementou importantes iniciativas de eficiência desde o 4T23, limitando o espaço para novos cortes em despesas gerais e administrativas para apoiar investimentos em margem bruta.

Com isso, o banco vê a probabilidade de a Assaí entrar em uma espiral mais negativa de crescimento mais lento junto com uma desalavancagem limitada, provavelmente exigindo uma racionalização adicional do capex.

Portanto, o alto valor intrínseco sugerido pelos modelos de fluxo de caixa descontado (DCF) do JPMorgan podem levar muito tempo para aparecer, enquanto a avaliação de curto prazo e o impulso do lucro por ação se tornam cada vez mais relevantes.

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O banco comenta que esse tem sido o caso nos últimos 2 anos, enquanto viu uma alta valorização para o valor do DCF, as ações caíram 50% nos últimos 24 meses em comparação com alta de 22% para o Ibovespa à medida que o capex racionalizado, a canibalização e a concorrência levaram a revisões sucessivas para baixo do lucro.

Nesse contexto, o banco reduziu a previsão de lucro por ação do Assaí em 20% para este ano e 2025, ficando 20% abaixo do consenso de mercado.

Em termos de avaliação, segundo relatório, o Assaí está negociando a 13 vezes Preço (P)/Lucro (L) para 2025, um prêmio em relação a muitos varejistas brasileiros com melhor desempenho.

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Em resumo, na ausência de um improvável aumento de capital (já descartado publicamente pela administração em eventos recentes), o JPMorgan vê catalisadores positivos limitados no curto prazo.

Por fim, mesmo com o rebaixamento para neutro, o banco continua a preferir a Assaí em relação ao Carrefour Brasil (CRFB3).