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SÃO PAULO – A estratégia de Warren Buffett, o “Oráculo de Omaha”, que acumula diversos acertos e poucos erros no mercado norte-americano por décadas, tenta sem replicada por muitos investidores. Apesar de ser uma estratégia difícil de ser acompanhada, observar os movimentos do bilionário podem servir de inspiração para muitos, até mesmo aqueles que nem investem em ações de empresas listadas nas bolsas dos EUA.
Contudo, observar não as movimentações, e sim que papéis Buffett decidiu manter durante toda a sua carreira à frente da Berkshire Hathaway, em 1965, também podem revelar as estratégias do investidor. Com base nisso, o site 247Wall Street listou as ações de quais companhias Buffett nunca vendeu ou, pelo menos, não nos últimos quinze anos, o que é bastante difícil no caso de fundos como a Berkshire. Confira quais ações são essas:
1. American Express
O investimento em ações da American Express remonta a década de 1960. Buffett decidiu comprar ações da empresa de serviços financeiros após os ativos perderem 50% do seu valor, abalado por maus empréstimos. Contudo, Buffett observou que as pessoas estavam começando a usar cartões de créditos em suas transações diárias e reconheceu o potencial da empresa para se tornar uma blue chip norte-americana.
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Em 1999, a Berkshire comprou cerca de 50,5 milhões de papéis da American Express a US$ 6,82 bilhões e detém 151,6 milhões de ações hoje, praticamente a mesma participação, mas ajustada para o desdobramento ocorrido em 2000. Esta posição levou a ganhos de US$ 12,7 bilhões. Atualmente, a companhia de Buffett possui cerca de 14% da American Express, a maior participação individual na empresa.
2. Coca-Cola
Quando Buffett começou a comprar ações da Coca -Cola, em 1988, alguns analistas pensaram que seria apenas uma questão de tempo antes que outras empresas de bebidas diminuíssem o market share da marca líder de refrigerantes. Contudo, a empresa segue gigante e as suas ações se desdobraram várias vezes nas últimas três décadas.
Em 1995, Buffett detida a 100 milhões de ações a um custo base de cerca de US $ 1,2 bilhão. Os 200 milhões de ações detidas no final de 1999, são agora uma participação de 400 milhões, que vale cerca de US$ 15 bilhões de acordo com a cotação atual. A Berkshire Hathaway é o maior detentor da Coca-Cola com uma participação de pouco mais de 9%. E é, sem dúvida, um dos maiores triunfos de investimento de Buffett .
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4 . Procter & Gamble
A Procter & Gamble é parte do portfólio da Berkshire Hathaway desde 1989 – embora , na época, o seu investimento era na Gillette – marca comprada pela P&G em 2005. O valor da posição de Gillette no final de 1999 era de cerca de US$ 3,2 bilhões.
Quando P & G anunciou a aquisição da Gillette , o Oráculo de Omaha chamou a fusão de “sonho” e decidiu aumentar sua participação. Buffett chegou a atingir uma fatia de mais de 96 milhões de ações da P & G em um ponto, mas fez outras aquisições depois.
Buffett não costuma discutir os seus movimentos, mas empresas do setor de consumo como a P&G se encaixam no perfil em que o empresário terá “para sempre”. A Berkshire Hathaway é a quarta maior acionista da P&G com uma participação de 1,95%, no valor de pouco mais de US$ 4 bilhões.
5. Wells Fargo & Co.
O Wells Fargo é uma das maiores participações da Berkshire Hathaway – e uma das que foram mais favorecidas com esse movimento. No relatório anual de 1995, muito antes de Wells Fargo ter anunciado algumas fusões, a companhia de Buffett declarou ter comprado US$ 423,7 milhões em papéis da companhia. Atualmente, sua participação vale US$ 20,6 bilhões, sendo hoje a maior posição patrimonial da Berkshire com 463 milhões de ativos.
6 . Graham Holdings
A Graham Holdings – anteriormente Washington Post Co. – é vista como a “vice-campeã” nesta lista. Buffett está posicionado nos papéis do Washington Post desde 1973, mas foi o CEO da Amazon, Jeff Bezos, que adquiriu o jornal. Após a aquisição Bezos, os ativos restantes da empresa pública foram renomeados Graham Holdings.
Berkshire tem uma posição de pouco mais de 1,72 milhão de ações, conforme aponta o último relatório de participações para 2013, idêntica a sua fatia no final de 1999. “Como temos visto nos últimos anos, Buffett mostrou mais do que apenas um interesse passageiro em possuir jornais. Teremos que ver se ele continua a deter uma posição na nova empresa sem ativos de jornais daqui para frente”, destacou a matéria do 247 Wall Street.