As primeiras indicações da audiência pública da ANS para empresas de saúde da Bolsa

Regulamentação discutida pela ANS prevê três principais pontos para planos de saúde individuais e empresariais

Camille Bocanegra

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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou reunião na última segunda-feira sobre potenciais mudanças no arcabouço regulatório para planos de saúde. Mesmo sem decisão finalizada, alguns pontos debatidos podem trazer impacto significativo para os principais players do mercado.

De acordo com o Itaú BBA, a maioria deles se apresenta como positivo para nomes como Hapvida (HAPV3) e Prevent Senior. A reunião da ANS inicialmente se debruçou sobre as revisões técnicas para planos individuais, que atualmente tem aumento máximo regulamentado e proibição de cancelamento unilateral. Na proposta nova da reguladora, há a previsão de uma revisão técnica, que promoveria um aumento extraordinário de preços para corrigir o atual desequilíbrio de alguns operadores de saúde.

Dentre os principais players que oferecem planos da modalidade, estão Hapvida e Prevent Senior, que são chamados “verticalmente integrados” ou outras operadoras que oferece o produto a altos preços. Ainda que a proposta possa, sim, oferecer maior equilíbrio para os contratos, a análise destaca que um aumento maior poderia acelerar a rotatividade da carteira, favorecendo a troca por produtos individuais mais baratos. Nesse cenário, os players mencionados seriam as principais escolhas.

Em um segundo ponto debatido pela ANS, há possibilidade de maior regulamentação da coparticipação. A ferramenta tem se tornado a mais prevalente na base de beneficiários da indústria e, por mais de uma ocasião, executivos do setor mencionaram que a tendência atual é de maior presença da modalidade. Nesse caso, a agência sugere que a coparticipação precisaria de regulamentação mais rígida, garantindo valor máximo de cobrança por procedimento e até mesmo isenção de coparticipação em alguns casos.

Nesse aspecto, a análise do BBA destaca que poderia se tratar de uma “reversão do progresso recente”, uma vez que limitaria uma ferramenta de reequilíbrio dos contratos. O impacto, na análise do banco, poderia ser na lucratividade e sustentabilidade dos operadores de planos de saúde.

Por fim, a reunião também mencionou proposta de regulamentação mais rigorosa sobre aumentos de preços de planos corporativos. A visão do BBA é de preocupação com a lucratividade e sustentabilidade da oferta da modalidade de planos para pequenas e médias empresas.

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“Além disso, gostaríamos de mencionar que os aumentos de preços em pool podem potencialmente causar ‘seleção adversa’, onde beneficiários com sinistro mais alto podem estar dispostos a aceitar o aumento de preços, enquanto beneficiários com sinistros menores poderiam optar por cancelar os contratos”, menciona a análise.