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SÃO PAULO – Entre o último fim de semana e o início desta semana, o noticiário sobre fusões e aquisições movimentou o mercado, não só brasileiro com a notícia sobre a negociação da Ser (SEER3) com a Laureate do Brasil (veja mais clicando aqui), MAS principalmente o americano e europeu.
Na indústria de semicondutores, a Nvidia anunciou a aquisição da fabricante de chips Arm, do Softbank, por US$ 40 bilhões, na maior operação do setor na história. A Arm produz componentes fundamentais para smartphones da Apple e da Huawei, entre outras, consolidando a presença da Nvdia no mercado de operação móvel.
Para a Nvidia, a Arm representa uma chance de impulsionar seu negócio de rápido crescimento para data centers, as enormes redes de computadores que alimentam grandes empresas e redes de computação em nuvem. As ações da Nvidia, que já subiram mais de 110% este ano, subiram mais de 5% na segunda-feira e seguiram com ganhos nesta terça-feira.
Já o SoftBank segue desinvestindo de ativos “operacionais” para focar na performance do Vision Fund (de mais de US$ 100 bilhões), seu fundo focado em tecnologia, conforme ressalta Guilherme Giserman, estrategista internacional da XP Investimentos, no relatório Radar Global.
No sábado, por sua vez, foi anunciado que a farmacêutica norte americana Gilead adquiriu a Immunomedics por US$ 21 bilhões – representando um prêmio de 108% sobre o fechamento de sexta-feira e fazendo com que os papéis da última companhia chegassem a dobrar de valor na Nasdaq na sessão da véspera.
A Immunomedics produz o Trodelvy, medicamento promissor para o combate ao câncer de mama.
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A estimativa é de que, comprovada sua eficácia para outros tipos de câncer, o produto possa adicionar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões em receitas ao ano para a Gilead, destaca Giserman.
Operações no radar
Além das operações concluídas, os investidores ainda ficam de olho nos acordos que possam vir a ser cumpridos em breve.
A Oracle (ORCL34) superou a Microsoft (MSFT34) e confirmou que será a “parceira tecnológica” do aplicativo chinês TikTok nos EUA após uma verdadeira novela sobre a venda ou não do aplicativo nos EUA pela chinesa ByteDance. A operação não deverá ser configurada como venda total e mais detalhes do acordo serão submetidos ao governo americano ainda nesta semana.
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Conforme destaca Giserman, por parte da Oracle, a transação é estratégica e deverá: alavancar as operações cloud (74% das receitas), dado que a empresa irá armazenar as bases de dados do TikTok – o mercado cloud é atualmente dominado pela Amazon (AMZO34) e Microsoft – com cerca de 60% de fatia de mercado.
Além disso, a Oracle terá acesso a dados estratégicos uma vez que, com mais de 100 milhões de usuários nos EUA, o TikTok ajudará a Oracle a aprimorar seu software de distribuição de anúncios, um de seus principais produtos. “Ainda não está claro se a tecnologia de Inteligência Artificial do aplicativo (responsável pela recomendação de conteúdo) será incluída no acordo”, aponta.
O governo dos EUA realizará uma análise de segurança nacional da proposta da Oracle pelo TikTok nesta semana, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em entrevista à CNBC na segunda-feira.
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O acordo, se finalizado, criaria o que Mnuchin chamou de “TikTok Global”. Ele acrescentou que a unidade teria sede nos Estados Unidos e criaria 20 mil empregos – potencialmente uma medida para facilitar o acordo, já que Trump enfrenta o que promete ser uma eleição presidencial muito disputada em novembro.
Conforme destaca a Bloomberg News, o acordo entre a ByteDance e a Oracle será mais parecido a uma reestruturação corporativa do que a uma venda direta proposta pela Microsoft, embora seja provável que inclua uma participação em uma empresa americana recém-formada.
Os termos em discussão com a Oracle ainda estão em andamento e uma das opções seria a Oracle ficar com uma participação em uma empresa recém-formada nos Estados Unidos enquanto serviria como parceira de tecnologia do TikTok no país, armazenando dados do aplicativo de vídeo nos servidores em nuvem da Oracle. Veja mais clicando aqui.
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Por fim, segundo portal suíço Inside Paradeplatz, os bancos UBS (UBSG34) – valor de mercado de US$ 48 bilhões – e Credit Suisse – valor de mercado de US$ 27 bilhões – estariam negociando uma fusão, que daria origem a um megabanco europeu, com receitas anuais superiores a US$ 50 bilhões.
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Os rivais já vinham discutindo a união das áreas de back-office para cortar custos e a concretização da fusão cortaria 15.000 empregos, ou 20% do total.
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O setor bancário da Europa está sob pressão para se consolidar à medida que a pandemia de coronavírus aumenta os desafios das taxas de juros negativas.
Embora um acordo entre os dois bancos suíços permita a eliminação da sobreposição, a execução de tal transação pode ser difícil, disse Andreas Venditti, analista da Vontobel, à Bloomberg. “A regulamentação seria o maior obstáculo, em minha opinião”, porque os requisitos são mais rígidos quanto maior for uma instituição, apontou, acrescentando que não acredita que um acordo seja provável.
O UBS está no meio de mudanças no comando: o ex-diretor-presidente do ING Groep, Ralph Hamers, assume o cargo do CEO Sergio Ermotti em novembro. Weber permaneceria como presidente do conselho da empresa combinada, sendo provável que o CEO seja do Credit Suisse, de acordo com a reportagem.
A agência reguladora do setor bancário Finma foi informada das deliberações, segundo o Inside Paradeplatz. Porta-vozes dos dois bancos não quiseram comentar.
(Com Bloomberg)
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