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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu nesta segunda-feira (7) o despacho da Superintendência Geral aprovando sem restrições a transferência do controle acionário de sociedades controladas pela Sul América (SULA11) para a Rede D’Or (RDOR3), no contexto da operação de combinação de negócios entre as companhias.
Segundo documento, as objeções a fusão podem ser apresentadas em até 15 dias, por terceiros ou pelo tribunal administrativo do CADE, antes que a decisão seja considerada definitiva.
De forma geral, o banco suíço Credit Suisse avalia a notícia como positiva, pois não houve recursos.
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Para o Itaú BBA, a aprovação pelo Cade é um dos passos mais importantes para a transação e veio antes do esperado. Diante disso, o banco lembra que a transação ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) após uma avaliação que poderá eventualmente impor restrições devido a sua participação da Rede D’or na Qualicorp (QUAL3) ou devido as operações da empresa no negócio de corretagem de planos de saúde.
O Bradesco BBI também avalia a notícia como positiva, uma vez que reduziu significativamente o risco do tribunal antitruste impor remédios para aprovar o negócio. Além disso, veio antes das expectativas do banco e do próprio mercado, tendo em vista o tamanho/relevância das empresas e o fato de nove players terem sido aprovados como terceiros interessados em expor suas preocupações sobre o negócio.
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Se nenhuma objeção for apresentada nos próximos 15 dias, a operação será definitivamente aprovada, caso contrário, será analisada pelo tribunal do Cade. As decisões do Bacen e da ANS ainda estão pendentes, mas estão previstas para este ano e não são uma grande preocupação, na opinião do BBI.
Com relação à participação de 29% da Rede D’or na Qualicorp e potencial conflito com a SulAmérica, ela está no âmbito da ANS, e analistas do BBI acreditam que o pior cenário é a Rede D’or ter que vender parte de suas ações.
A equipe de research do BBI espera que as sinergias estimadas R$ 6,1 bilhões (R$ 2,70 por ação) devem ser anunciadas após o fechamento da operação. As projeções são baseadas em: (i) redução de 10% nos custos da SulAmérica com materiais e medicamentos, (ii) 10% redução das despesas gerais e administrativas da SulAmérica e (iii) redução de 6 pontos percentuais na alíquota do imposto de renda devido à mudança de operadora de plano de saúde (taxa de 40%) para grupo médico.
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Analistas ressaltam ainda que a SulAmérica de forma independente agrega mais R$ 1,50 por ação ao papel RDOR3, totalizando R$ 4,20 por ação com sinergias.
O BBI reitera recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra) para Rede D’or e preço-alvo de 42, o que representa potencial de valorização de 28,4% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira de R$ 32,70, com base em avaliação, momentum de ganhos e fundamentos de longo prazo.
O Itaú BBA também tem recomendação equivalente à compra para Rede D’or, com preço-alvo de R$ 41.