Apple afunda após Buffett vender papéis e em meio a choque global

Fabricante do iPhone e fornecedores globais sofriam em meio forte liquidação de papéis ao redor do mundo

Equipe InfoMoney

Ilustração com o logotipo da Apple (REUTERS/Dado Ruvic)
Ilustração com o logotipo da Apple (REUTERS/Dado Ruvic)

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As ações da Apple (AAPL34) chegaram a recuar quase 10% no pré-mercado desta segunda-feira (5), depois que a Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, reduziu quase pela metade sua participação na fabricante do iPhone. O declínio dos papéis da big tech ocorre em meio a uma queda generalizada nesta manhã, com ampla liquidação dos mercados globais. No fim do pregão, encerram o dia com perda de 4,82%.

Por volta de 9h30 (horário de Brasília), a papel da Apple negociado em Nova York desabava 9,75%, negociado abaixo de US$ 200. Nas negociações do dia, caía cerca de 4% por volta de 13h, patamar no qual encerraram o pregão.
A montadora do iPhone listada em Taipei, Hon Hai Precision Industry, e a fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing caíram cerca de 10% cada. Entre os fabricantes de componentes, a Murata Manufacturing caiu 15% em Tóquio, enquanto a LG Innotek caiu até 13% em Seul e a Luxshare Precision Industry caiu 7,7% em Shenzhen.

Buffett vende ações da Apple

A Berkshire Hathaway vendeu US$ 75,5 bilhões em ações da Apple no segundo trimestre, enviando a pilha de dinheiro de Warren Buffett para um recorde de US$ 276,9 bilhões. O bilionário se desfez das ações enquanto os indicadores de ações dos EUA subiam em direção aos picos atingidos em meados de julho, antes da recente onda de realização de lucros no rali da inteligência artificial.

No último balanço de resultados, a Berkshire revelou que sua participação na fabricante do iPhone estava avaliada em US$ 84,2 bilhões (cerca de R$ 482,4 bilhões) ao final do segundo trimestre, sugerindo que Buffett se desfez de pouco mais de 49% da posição que tinha. As informações foram apontadas pelo site CNBC.

O movimento ocorre em um contexto mais amplo de vendas promovidas pelo investidor, elevando o caixa de seu conglomerado. Um pano de fundo também seria uma proteção a acionistas, em meio a riscos de aumento de impostos sobre ganhos de capital futuramente.

Notícia afeta fornecedores da Apple

“Deve ser difícil para qualquer um argumentar que isso não é negativo para o mercado”, escreveu Mike O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da Jonestrading, em um relatório, referindo-se à venda de ações da Apple pela Berkshire.

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As ações da Apple subiram 23% em três meses até junho e atingiram uma alta recorde em 16 de julho, à medida que as esperanças aumentaram para as ofertas de IA da empresa. No entanto, os novos recursos de IA da Apple não estarão prontos a tempo para o lançamento inicial de suas próximas revisões de software para iPhone e iPad, informou a Bloomberg News na semana passada.

A empresa de Buffett revelou em maio que havia reduzido parte de sua posição na Apple durante o primeiro trimestre do ano. Mesmo após as últimas vendas, a Apple continua sendo a maior posição individual da Berkshire.

“Era esperado que a Berkshire continuasse reduzindo sua posição na Apple, embora a magnitude da queda provavelmente surpreenda algumas pessoas”, escreveu Adam Crisafulli da Vital Knowledge em uma nota.

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*Com Bloomberg