Após “efeito Trump”, Gerdau ainda deve sofrer com as margens na América do Norte  

Guilherme Nippes, analista de siderurgia da XP, disse que o resultado do Brasil no 3T24 compensou o desempenho fraco nos negócios dos EUA e Canadá

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Depois da Gerdau (GGBR4) repercutir positivamente na Bolsa a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, além do resultado da empresa no terceiro trimestre de 2024 (3T24) melhor do que o esperado, os dias que restam de 2024 ainda requerem cautela sobre o desempenho da companhia.

Guilherme Nippes, analista de siderurgia da XP, participou do programa Morning Call da XP nesta quinta (7) e explicou alguns aspectos da Gerdau envolvendo o 3T24 e o quatro trimestre de 2024 (4T24).

Performance fraca na América do Norte

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“No resultado, a gente enxerga três principais fatores: operação Brasil, que foi excepcional em termos de performance. Segundo, é a performance um pouco mais fraca na operação da América do Norte, mas ainda assim acima do que a gente esperava. E o terceiro fator é a forte geração de caixa”, comentou.

A Gerdau divulgou resultado do 3T24 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3 bilhões, que veio 12% acima da expectativa da XP e 7% acima do consenso.  

“A operação estava vindo muito mal. O Ebidta vinha muito pressionado. Agora, a margem Ebitda quase dobra na comparação do 2º trimestre com 3º trimestre”, afirmou o analista.

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Segundo Nippes, a operação da América do Norte, grande ponto de discussão do mercado, viu-se no 3T24 uma performance mais fraca. “Mas era amplamente esperado tanto pelo lado de preços, com redução do aço longo, e algumas paradas de manutenção, que acabam afetando os custos também”, ressaltou.

Tarifação aos produtos chineses

Guilherme Nippes avalia que o bom desempenho da Gerdau no Brasil compensou o resultado da empresa na América do Norte.

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A Gerdau opera 11 unidades de produção de aços longos e especiais nos Estados Unidos e Canadá. Além disso, a siderúrgica é listada há 25 anos na bolsa de Nova York. A expectativa do mercado é que com a possível tarifação de produtos chineses pelo governo Trump favoreça os negócios da companhia em solo americano já que teria aumento de demanda de empresas locais.  

“A gente entende que a operação América do Norte vai passar por uma correção (no 4T24) e talvez essa correção não seja tão forte quanto o mercado espera”, disse.

O analista aponta até nova redução de margens do Ebitda na região, conforme aconteceu no 3T24 na comparação com segundo trimestre do ano – que foi de 4 pontos percentuais.

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