Após debate com Trump, foco agora será se Biden segue ou não candidato, diz analista

Depois de um desempenho considerado fraco até por aliados, a discussão nos EUA passou a ser de possíveis substitutos do democrata na eleição

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O ex-presidente Donald Trump foi um claro vencedor no primeiro debate eleitoral realizado nesta quinta-feira (28). Joe Biden, que tenta se reeleger presidente no pleito marcado para novembro, teve um desempenho aquém do esperado e a discussão nos Estados Unidos passou a ser quem poderia substituí-lo.

Sol Azcune, analista política da XP, participou do Morning Call da XP nesta sexta-feira (28) e analisou não só o debate, mas principalmente os desdobramentos da campanha eleitoral a partir de agora.

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Biden versus Trump: debate “excepcional”

A analista disse que o debate foi em caráter “excepcional”, sendo realizado mais cedo na corrida eleitoral. Segundo ela, isso se deu pela demonstração de preferência dos partidos Republicano e Democrata por ambos candidatos.

“O processo das primárias (escolha dos candidatos), que é um processo engajado, passou um pouco de lado. Tecnicamente, a gente ainda está no período de primárias. Os candidatos não foram ratificados formalmente por seus partidos”, lembra.

Mas, segundo ela, outro fator levou à realização do debate presidencial antecipado.

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“Os dois candidatos são os mais velhos da história dos Estados Unidos. Isso tem gerado muita discussão nas redes e na imprensa sobre a capacidade de eles ocuparem a Casa Branca por mais 4 anos”, explicou.

Condições dos candidatos

Nesse contexto, o foco do debate foi as condições dos candidatos para governar. “Nossa análise foi que Trump foi um claro vencedor”, disse. “Joe Biden não cumpriu a missão dele”, complementou.

“Isso acabou criando muitas dúvidas entre os aliados, gerando até discussão de uma possível saída de Biden (da corrida eleitoral). A gente vê a imagem muito desgasta dele. Ele saiu enfraquecido do debate”, comentou.

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“A saída de Biden (da disputa) é um cenário hipotético, ainda não foi debatido por lideranças do partido Democrata em nenhuma situação formal ou pública, mas essa narrativa acabou ganhando espaço depois do debate, com muito aliados de Biden preocupados com seu desempenho”, disse.

Possíveis substitutos de Biden

Com isso, já surge dentro do partido de Biden possíveis nomes para eventualmente substituí-lo na disputa. De acordo com a analista da XP, alguns já apostam na saída do atual presidente dos EUA da corrida eleitoral.

Entre os indicados para o seu lugar, estariam a atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a ex-primeira dama Michelle Obama, e o governador da Califórnia, Gavin Newson.

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“A saída de Biden (da disputa) teria que ser por uma decisão pessoal”, afirmou. De acordo com a analista, ele já tem votos suficientes para ser declarado candidato do partido Democrata na convenção, em agosto.

Gavin Newsom seria o mais provável

“A candidata mais lógica seria a vice-presidente, que já é sua companheira de chapa, mas pesquisas apontam que ela tem um desempenho muito fraco. Por isso, discute-se outros nomes, como Michelle Obama e o governador da Califórnia”, ressaltou.

Porém, a ex-primeira dama tem mostrado resistência em se candidatar à eleição. “Gavin Newsom é o candidato mais provável, caso Biden saia (da corrida eleitoral)”, afirmou. No entanto, o desempenho do governador nas pesquisas é pior do que o atual presidente. Por isso, a resistência de discutir seu nome”, disse.

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“Foi um debate muito negativo para Biden e muito positivo para Trump”, ressaltou.

“O foco agora será se Biden vai ou não ser candidato. Antes da convenção (do partido Democrata) os holofotes vão ficar na decisão do presidente. Tem um prazo muito curto para que o novo candidato possa entrar. Lembrando que as eleições são em novembro. É um prazo apertado para se ganhar reconhecimento”, afirmou.