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A blockchain Terra (LUNA) prepara para esta semana o início do processo que resultará na distribuição de criptomoedas de graça para quem ainda tem Luna, o token que evaporou após a stablecoin TerraUSD (UST) entrar em colapso no começo do mês.
A nova rede do projeto, chamada de “Terra 2.0” ou “Luna 2.0”, obteve aprovação de 65% dos validadores e teve lançamento marcado para o final desta semana. Trata-se de uma nova blockchain, não derivada da original, que promete renovar o ecossistema Terra em meio à desconfiança do mercado.
Um dos preparativos do relançamento é o snapshot (retrato da carteira), procedimento que visa conferir saldos de usuários para saber quem será elegível para receber unidades da nova criptomoeda em substituição aos tokens Luna e UST, que deixarão de ser suportados.
Investidores com mais de 10 mil LUNA antes da derrocada do UST vão receber novos tokens periodicamente, para prevenir a venda imediata. Mais de 30% dos seus tokens vão ser desbloqueados no início, e os 70% restantes vão ser liberados ao longo de dois anos. Para esses detentores, os novos tokens vão ser distribuídos após seis meses.
Segundo o plano, as carteiras com mais de 1 milhão em LUNA ou UST antes da perda de indexação da stablecoin teriam que esperar mais de um ano antes de receber qualquer token, com um prazo de vesting de quatro anos.
Um snapshot vai permitir que a Terra envie novos tokens LUNA para detentores do antigo LUNA. Em teoria, isso garante que os antigos detentores ganhem algum valor perdido no investimento, além de incentivar o uso da nova blockchain.
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Um snapshot da Terra 2.0 deve acontecer amanhã (26). “A partir dos tempos de validação de blocos, o bloco seguinte ao snapshot, 7.790.000, pode acontecer em 26 de maio de 2022, às 16:20:00 UTC [13h20, no horário de Brasília]”, afirmaram desenvolvedores do Terra em post publicado ontem.
“No momento da criação, a oferta é consideravelmente menor do que o esperado: aproximadamente 116,7 milhões de tokens, crescendo para 182 milhões após um ano”, acrescentaram ao abordar as preocupações da comunidade quanto a uma oferta altamente inflacionada de LUNA.
Como surgiu o plano do snapshot
No começo de maio, o UST perdeu a indexação ao dólar americano e, nas semanas seguintes, caiu para US$ 0,07. Como consequência, o preço dos tokens do LUNA despencou 99,7% e mais de US$ 28 bilhões saíram de aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi) que rodavam na blockchain Terra.
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A crise levou a um pessimismo generalizado entre investidores e traders do LUNA. Alguns fundos de criptomoeda perderam bilhões de dólares e, na Coreia, onde a Terra tinha uma grande comunidade, houve revolta e a polícia local chegou a atuar no caso.
Do Kwon, o fundador da Terra, criou o plano de relançamento nos dias seguintes e propôs um “fork” da blockchain e um airdrop (distribuição gratuita de criptos) para detentores que haviam sido afetados pela queda do UST. com o plano atual, ele planeja manter a comunidade em pé enquanto recupera a confiança no ecossistema da Terra.
O fork de uma blockchain refere-se à criação de uma nova blockchain com dados da antiga. No entanto, os desenvolvedores da Terra afirmaram que a Terra 2.0 vai ser um projeto completamente novo, ou seja, nenhum dado da rede antiga será enviado à nova.
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Embora tenha sido aprovado pelos validadores da rede Terra, o plano para restabelecer a plataforma foi lançado mesmo após resultados de uma enquete online preliminar indicar que o fork foi bastante rejeitado entre membros da comunidade.
Cerca de 92% das mais de 6.220 pessoas que votaram na enquete foram contra a mudança, com as respostas mais populares pedindo para o fork não ser instituído.
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