PIB do primeiro trimestre cresce 0,8%
- Na comparação com o 1º trimestre de 2023, o PIB cresceu 2,5%, se recuperando após dois trimestres andando de lado.
- Os resultados vieram dentro do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que previam crescimento de 0,8% na comparação trimestral, mas pouco acima na comparação anual, cuja projeção era de 2,2%.
- Entre países do G20, Brasil teve 5º maior crescimento no 1º tri/24 em relação ao 4º tri/23; Brasil deve voltar a ser 8ª maior economia global.
- Sobre o impacto das enchentes no RS sobre o PIB, IBGE evitou cravar números para desaceleração da atividade; Governo projeta desaceleração no 2º tri/24 por chuvas.
Sob a ótica da demanda, expansão de 4,1% da FBCF foi destaque positivo do 1º trimestre
IBGE avalia que 1º trimestre teve conjunção de fatores favorecendo consumo das famílias
“Nesse trimestre, a gente vê uma conjunção de coisas favorecendo o consumo das famílias. A inadimplência continua alta, mas diminuiu com o programa de governo Desenrola. A gente tem continuação de vários programas de transferência de renda às famílias. O próprio mercado de trabalho está tendo crescimento não só de emprego, mas também da massa salarial nas mãos das famílias, o que aumenta a renda disponível para gastar. Os juros e a inflação estão mais baixos. O crédito às famílias está crescendo também”, enumerou Rebeca Palis, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, mais cedo em coletiva de imprensa. (Estadão Conteúdo, segue)
Emprego e renda garantiram PIB no 1º tri, mas expansão tende a desacelerar
Economistas alertam que o ritmo de expansão da economia tende a perder força, tanto pela mudança de expectativa em relação à velocidade da queda da taxa de juros como por conta do impacto da tragédia no Sul.
BofA mantém projeção de alta de 2,7% do PIB para 2024, mas com viés negativo pela enchentes no RS
Em relatório, os analistas apontam que PIB do 1º trimestre cresceu impulsionado pelo consumo das famílias e por uma recuperação dos investimentos no trimestre, uma “combinação mais saudável para o crescimento nos próximos trimestres, em oposição ao crescimento impulsionado pela agricultura como em 2023.”
PIB sobe a maior patamar da série histórica, mas FBCF está 15,1% abaixo do pico
O avanço de 0,8% no PIB no 1º trimestre de 2024 ante o 4º trimestre de 2023 fez a atividade econômica subir a patamar recorde dentro da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE. Pelo lado da demanda, o desempenho foi impulsionado pelo consumo das famílias, que também alcançou novo ápice no primeiro trimestre de 2024. O consumo do governo, apesar da estabilidade ante o trimestre anterior, também operava no maior nível da série. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB) está 15,1% abaixo do pico alcançado no segundo trimestre de 2013. Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços subiu a novo ápice no primeiro trimestre deste ano. Já o PIB da Indústria está 7,2% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, prejudicado pela indústria de transformação, que opera em patamar 17,8% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008. (Estadão Conteúdo)
Alta no PIB de serviços do 1º tri ante 4º tri de 2023 é a mais acentuada desde 4º tri de 2020
O avanço foi de 1,4%, na comparação com o quarto trimestre de 2023, a mais acentuada desde o quarto trimestre de 2020, quando a alta chegou a 3,1% na comparação com o trimestre anterior. Outro destaque da divulgação dos números do PIB foi o crescimento da agropecuária na margem, uma alta de 11,3%, que foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2023.
Já a queda de 0,1% no PIB Industrial do primeiro trimestre do ano na comparação com os últimos três meses de 2023 foi a primeira taxa negativa para a indústria nacional desde o quarto trimestre de 2022. Ainda nesse tipo de comparação, houve alta de 1,5% no Consumo das Famílias, a taxa mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022, quando houve alta de 2%.
Também chamou atenção a alta de 6,5% nas importações no primeiro trimestre ante o período imediatamente anterior, a taxa mais elevada desde o primeiro trimestre de 2021, quando cresceram 12%. (Estadão Conteúdo)
IBGE evita cravar impacto de enchentes no RS sobre PIB; governo prevê desaceleração
Entre países do G20, Brasil teve 5º maior crescimento no 1º trimestre/24 em relação ao 4º trimestre/23
Segundo dados levantados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, dentre os países do grupo das 20 maiores economias do globo (G-20) que já divulgaram o resultado do PIB do primeiro trimestre, o Brasil ocupou a 5ª colocação quando a comparação é em relação aos dados na margem (ou seja, trimestre imediatamente anterior). Já na leitura interanual, o País ficou com a 8ª posição e, no resultado acumulado em quatro trimestres, na 7ª. (Estadão Conteúdo)
Medidas de auxílio fiscal e crédito devem auxiliar a mitigar impactos negativos das enchentes no RS, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres, diz secretaria
“Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no primeiro trimestre de 2024, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024”, escreveram os técnicos do órgão. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda enfatizou também que o PIB do primeiro trimestre seguiu em trajetória de aceleração na comparação interanual. “A aceleração repercutiu o melhor desempenho de atividades cíclicas pela ótica da oferta, como o da indústria de transformação, do comércio e de outras atividades de serviços; e o maior ritmo de expansão da absorção doméstica pela ótica da demanda, com destaque para o avanço do consumo das famílias e do investimento”, trouxe o comunicado. Para os técnicos da Fazenda, o avanço da massa de rendimento e das concessões de crédito auxiliam a explicar a trajetória de maior crescimento nos primeiros três meses do ano, devendo seguir como vetores propulsores da atividade ao longo de 2024. (Estadão Conteúdo)
Após recuperação do PIB no 1º tri, Fazenda projeta desaceleração no 2º tri
Após a recuperação na margem do Produto Interno Bruto (PIB) observada no primeiro trimestre deste ano, a expectativa da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda é de desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul. “A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas”, estimou a Secretaria, ponderando, porém, que são setores proporcionalmente mais importantes no PIB do Estado que no nacional. Em nota divulgada nesta terça-feira, a SPE destacou que, no setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades da área também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos. (Estadão Conteúdo)
Consumo atuará como principal driver de crescimento em 2024, diz análise
Em relatório, a Genial aponta que os números do PIB do primeiro trimestre corroboram expectativa de crescimento de 2,2% para o ano, já incorporando os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul (-0,03 p.p.) sobre a dinâmica econômica ao longo dos próximos trimestres. “Nossa projeção reflete a expectativa de que o consumo doméstico atuará como principal driver de crescimento do ano, o que vem sendo confirmado pelos números do mercado de trabalho, sugerindo um superaquecimento”, escreveu a Genial. Por outro lado, acrescenta, vale ressaltar o elevado grau de incerteza em torno da projeção, já que os efeitos RS ainda são preliminares.
JP Morgan mantém projeção de crescimento de 2,2% do PIB para 2024
Em relatório, o banco destacou o crescimento do 1º trimestre, ressalvando, porém, que deverá desacelerar no 2º trimestre, por conta das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Mesmo assim, manteve a previsão de alta do PIB, neste ano, de alta de 2,2%. “Esperamos uma recuperação (do PIB) no 3T, à medida que a situação (no RS) se normalize e o esforço de reconstrução aumente”, destacou o JP Morgan.
PIB do 1º tri se recuperou após dois trimestres andando de lado, dizem economistas
Brasil deve recuperar posto de 8ª maior economia após sete anos
Política monetária segue no radar uma vez que perspectiva de cortes adicionais dos juros diminuiu em relação ao que se esperava inicialmente
Analistas ponderam, entretanto, que a Selic também estavam elevada no primeiro trimestre e ainda assim o desempenho econômico foi positivo. A pesquisa Focus mostra que o mercado vê apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este ano, na reunião de política monetária deste mês, mas já se fala inclusive em manutenção do atual patamar de 10,50%. O Banco Central vem ressaltando preocupações com o cenário fiscal, que podem estar afetando as expectativas de inflação. “Essas preocupações com o fiscal e a desvalorização do real no segundo trimestre tendem a colocar um freio para o crescimento econômico … via condições de crédito mais apertadas e menor confiança do empresário”, destacou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos. (Reuters, fim)
Investimento foi destaque no resultado do PIB do 1º trimestre, com expansão de 4,1%, embora siga 15,1% abaixo do pico registrado no 2º trimestre de 2013
“O crescimento dos investimentos mostra que há uma tendência de manter o crescimento. Víamos que o PIB vinha crescendo, mas o investimento era negativo. Agora com o investimento positivo, isso sustenta a economia”, disse Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, que também calcula expansão de 2% do PIB este ano. (Reuters, segue)
Impacto das inundações no RS deve evitar que as projeções para PIB sejam revisadas para cima no ano, mas também não devem provocar grandes cortes
“Mesmo com o cenário global complicado e a economia gaúcha passando por essa tragédia, ainda teremos um crescimento em torno de 2% no ano, o que é muito bom. A economia bem ou mal avança”, disse o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani.
Ele calcula um impacto de 0,3 ponto percentual do desastre climático do Estado no PIB do Brasil neste ano, mas prevê uma recuperação rápida da economia do Rio Grande do Sul devido aos incentivos dados pelo governo. (Reuters, segue)
Impacto do RS deve pesar em PIB do 2º tri, mas resiliência da economia evita revisões fortes, dizem analistas
O segundo trimestre tende a ser marcado por alguma volatilidade nos dados econômicos do país diante dos efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul, mas a resiliência a choques que a atividade vem mostrando deve impedir reduções expressivas nas estimativas para o PIB mesmo com a perspectiva de um afrouxamento monetário menor do que o esperado inicialmente.
Analistas destacam três pontos dos dados do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre divulgados nesta terça-feira que jogam a favor da atividade: o crescimento de 0,8% nos três primeiros meses do ano mantém a economia com um bom desempenho, a expansão não está concentrada em um setor como aconteceu com a agropecuária em 2023 e o investimento mostrou recuperação. (Reuters, segue)
Brasil ficou entre os 15 maiores crescimento mundiais no 1T24 em relação ao 4T23
Com alta de 0,8%, o Brasil foi superado por Israel (3,4%), Turquia (2,4%), Hong Kong (2,3%), Chile (1,9%), China (1,6%), Malásia (1,4%), Filipinas (1,3%), Coreia do Sul (1,3%), Arábia Saudita (1,3%), Chipre (1,2%), Tailândia (1,1%), Colômbia (1,1%), Irlanda (1,1%), Croácia (1%), Sérvia (0,8%) e Lituânia (0,8%). As informações são do IBGE, Bancos Centrais, Eurostat, OCDE, FMI, Banco Mundial e The Economist, compiladas pela Austin Rating.
Economista espera crescimento menor do PIB de segundo tri em diante
Mercado de trabalho deve seguir impulsionando o PIB no segundo trimestre, assim como consumo e efeitos defasados da queda dos juros sobre o mercado de crédito, explica Gustavo Sung, economista da Suno. A expectativa, no entanto, é de crescimento menor e o avanço em 2024 é estimado em 2,1%.
“Em relação à tragédia no RS pode ter impacto negativo de 0,2 p.p. a 0,3 p.p. sobre o PIB, mas irá depender do tamanho dos prejuízos. No médio e longo prazo, a reconstrução da região pode trazer um impacto positivo para o crescimento do país”, diz o economista.
Brasil se consolida como oitava maior economia global
Ranking | País | 2024 |
1º | EUA | 28.781,1 |
2º | China | 18.532,6 |
3º | Alemanha | 4.591,1 |
4º | Japão | 4.110,5 |
5º | Índia | 3.937,0 |
6º | Reino Unido | 3.495,3 |
7º | França | 3.130,0 |
8º | Brasil | 2.331,4 |
9º | Itália | 2.328,0 |
10º | Canadá | 2.242,2 |
11º | Rússia | 2.056,8 |
12º | México | 2.017,0 |
13º | Austrália | 1.790,3 |
14º | Coreia | 1.760,9 |
15º | Espanha | 1.647,1 |
Valores em trilhões de dólares projetados para 2024. Fonte: FMI, elaboração Austin Rating
Calamidade no Rio Grande do Sul deve afetar PIB, diz governo: “Restam incertezas”
Segundo a Secretaria de Política Econômica, medidas de socorro ao RS devem “mitigar os impactos negativos desse episódio, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres”.
Goldman Sachs eleva projeção do PIB de 2024 de 1,9% para 2,1%
“Esperamos que a atividade continue a se beneficiar de um estímulo fiscal significativo (transferências fiscais federais para famílias de baixa renda com alta propensão ao consumo), do aumento generoso do salário mínimo, da recuperação do ciclo de crédito e do sólido crescimento da renda real disponível das famílias”, destacou o Goldman Sachs, em relatório, que revisou as projeções do PIB deste ano, ponderando as condições monetárias domésticas ainda apertadas, os altos níveis de endividamento das famílias, entre outros.
XP mantém expectativa de crescimento de 2,2% do PIB, apesar das maiores incertezas de atividade no curto prazo
“Por um lado, o mercado de trabalho está ainda mais forte, uma vez que a criação de emprego e os salários reais ganharam força no período recente. Por outro lado, o desastre natural no Rio Grande do Sul impactará significativamente os indicadores de atividade do 2T”, escreveu em relatório a equipe da XP. De acordo com cálculos preliminares, isso reduzirá o PIB do Brasil em cerca de 1pp no 2T24 em relação ao 2T23 – nossa projeção caiu de 2% para aproximadamente 1%.
“Acreditamos num retorno parcial ao longo do segundo semestre do ano, dadas as medidas governamentais de emergência (por exemplo, transferências de rendimentos e disponibilidade de crédito em condições mais favoráveis) e os primeiros esforços de reconstrução. Mesmo assim, estimamos um impacto negativo líquido de 0,2 pp – 0,3 pp no crescimento do PIB do Brasil este ano. Além disso, espera-se que as condições monetárias sejam mais restritivas do que inicialmente previsto nos próximos trimestres”, acrescentaram.
Para Itaú, PIB veio próximo da expectativa, com consumo resiliente e recuperação de investimento
“O aumento da renda (liderado por um mercado de trabalho resiliente, pelos pagamentos extras de precatórios e pelo aumento dos benefícios sociais vinculados ao salário-mínimo), bem como a queda das taxas de juros, contribuíram para o forte crescimento do PIB no primeiro três meses do ano. Projetamos um crescimento do PIB de 2,3% em 2024, mas ainda não incorporamos os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, o que leva a um viés de baixa em nossa projeção do PIB para o 2T”, escreveram Natalia Cotarelli e Marina Garrido, da equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú.
Investimentos são notícia positiva sobre PIB do 1T24 para Bradesco
O Bradesco destacou que o resultado reforça a visão de crescimento acelerado para 2024. O avanço deve ser liderado pelo consumo, como reflexo de mercado de trabalho mais aquecido. “Os investimentos são a notícia positiva, e indicam que o crescimento tendencial da economia pode ser um pouco maior do que o consenso”, comenta o banco, que projeta alta de 2,3% do PIB em 2024.
Para economista, auxílios e investimentos para reconstrução do RS podem compensar possíveis perdas do PIB do 2T
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, vê o crescimento do PIB de 0,8% no 1T24 como uma reversão da estagnação dos últimos trimestres de 2023, impulsionado pelos setores de serviços (1,4%) e agropecuária (11,3%). Ela atribui o resultado ao aumento da massa salarial, estímulos fiscais e uma boa colheita de grãos. Claudia projeta que a expansão do PIB se concentrará na primeira metade de 2024, com uma alta prevista de 2,2% para o ano. Ela ressalta a incerteza sobre o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, mas acredita que os auxílios e investimentos para a reconstrução podem compensar possíveis perdas no segundo trimestre.
PIB 1T24: número relativamente bom, mas há preocupações para os próximos trimestres, diz analista
Marcus Macedo, portfólio manager do Andbank Brasil, disse que o PIB “continua indicando um bom momento de crescimento”, mas ponderou que o indicador ainda vai ser afetado pela tragédia do Rio Grande do Sul, embora ainda não se saiba o quanto: “a gente só vai ver isso no resultado provavelmente do segundo tri”. Mas Macedo também aponta a “piora no fiscal” como ponto de atenção: “apesar de não ter um link direto com atividade, gera uma sensação de descontrole e isso sim pesa nas decisões de investimento; então, apesar do número ter vindo relativamente bom, a preocupação com os próximos números é bastante grande”.
IBGE: Termina coletiva de imprensa sobre resultados do PIB do 1º trimestre
IBGE: Despesa de consumo do Governo se manteve estável, diz coordenadora
Rebeca de Palis faz a ressalva de que a despesa de consumo do Governo se relaciona com produção de saúde, educação, segurança, etc. Segundo ela, não considera programas de transferência de renda, nem outros pontos que se relacionam ao gasto total do Governo.
IBGE: coordenadora evita fornecer estimativas sobre impacto das enchentes no RS sobre o PIB, devido ausência de dados concretos sobre a produção no estado
Rebeca de Palis foi questionada se era possível estimar o impacto das enchentes sobre o desempenho nacional do PIB, considerando que o RS deixaria de contribuir com cerca de 3% (sua representatividade nacional). Mas a coordenadora disse que toda estimativa agora, sobre impactos, é especulação e que só com os dados concretos será possível se estimar. (Camille Bocanegra)
Economista vê resultados positivos do PIB no 1º trimestre, mas prevê desaceleração à frente
Rafaela Vitória considera o crescimento do PIB no 1T24 de 0,8% em linha com as expectativas, destacando a forte contribuição do setor agropecuário (+11% T/T dessazonalizado) e os setores de serviços, especialmente comércio e TI. Ela observa que o consumo das famílias cresceu 1,5%, impulsionado por gastos fiscais e um mercado de trabalho robusto, mas alerta que o investimento ainda não se recuperou completamente e a taxa de investimento do PIB caiu para 16,9%. Apesar do forte crescimento no trimestre, Rafaela prevê desaceleração devido à redução dos estímulos fiscais e a política monetária restritiva, mantendo a expectativa de crescimento do PIB em 1,9% para 2024. Além disso, a tragédia no RS deve impactar negativamente o PIB no 2º trimestre.
“Estamos no rumo certo”, diz Lula sobre alta de 0,8% do PIB no 1º trimestre
IBGE: Queda de recursos na poupança tem relação com aumento do consumo das famílias, diz a coordenadora
“Como o consumo aumentou muito, a poupança diminuiu. Na hora de fazer essa escolha, a gente viu que o consumo das famílias cresceu bem mais que o PIB (tanto no t/t quanto a/a). O crescimento de renda foi voltado para consumir e não poupar”, explica Rebeca.
Para economista, apesar dos impactos negativos do RS, mercado de trabalho e rendimentos podem segurar PIB
Segundo César Garritano, economista-chefe da Somma Investimentos, o crescimento do PIB foi ligeiramente acima das previsões, com um retorno ao crescimento após um período de estagnação. Ele destaca que o crescimento foi mais espalhado entre os setores da economia, com Indústria e Serviços crescendo pouco abaixo de 3,0% e o Consumo das Famílias acelerando fortemente. Apesar dos impactos negativos da tragédia no RS, ele acredita que o mercado de trabalho forte e os rendimentos elevados continuarão a apoiar o crescimento econômico, mantendo sua projeção de crescimento anual do PIB em 2,2%.
IBGE: impacto no PIB pelo RS deve começar a aparecer nas pesquisas mensais, diz coodenadora
“O impacto do Rio Grande do Sul deve começar a aparecer nas pesquisas mensais do período e aí poderemos dimensionar os dados. Mas a gente já sabe que a agropecuária foi afetada”, disse Rebeca Palis. O estado tem peso de 6,5% no PIB e, dentro do estado, os municípios que representam cerca de 50% deste valor foram considerados em situação de calamidade pública, acrescenta.
Ibovespa Ao Vivo: Bolsa abre em queda após PIB; VALE3 e PETR4 recuam
Para economista, resultado do PIB veio de forma positiva, superando expectativa e refletindo bom momento da atividade econômica
Segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, o crescimento de 0,8% no 1T24 superou as projeções e reflete um bom momento da atividade econômica brasileira, beneficiada por um mercado de trabalho em pleno emprego, uma massa salarial crescente, e uma inflação bem comportada. Cadilhac também menciona o impacto positivo do crédito e a retomada do setor industrial. No entanto, ele reconhece riscos, como os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e a possibilidade de um ciclo de corte de juros menor que o esperado. Apesar desses riscos, ele mantém a projeção de crescimento em 2,1%.
IBGE: “Trajetória de queda da taxa de juros ajuda no aumento de investimentos, assim como a valorização do real”, diz coordenadora
“A parte de desenvolvimento de softwares voltou a crescer muito, somada ao desempenho positivo da construção e ao crescimento na importação de bens de capital, compensando a queda na produção interna de bens de capital”, disse Rebeca Palis.
IBGE: Melhora do mercado de trabalho, com aumento de massa salarial, e os programas de transferência de renda e o crescimento do crédito justificam alta do consumo das famílias, diz coordenadora
Na comparação interanual, houve alta de 4,4% no consumo das famílias.
IBGE: No setor de serviços, o desenvolvimento de softwares foi um dos destaques, diz coordenadora
No subsetor de informação e comunicação, houve crescimento de 4,6%. “O principal subsetor que puxou a alta foi a categoria “outros serviços”, que abarca serviços profissionais.
IBGE: “Desempenho da indústria foi puxado principalmente pela extração de óleo e gás mas também pelo minério de ferro”, diz coordenadora
Na indústria, na comparação interanual o setor apresenta crescimento de 2,8%. Os subsetores que puxam a alta são as atividades extrativas (+5,9%) e a produção e distribuição de eletricidade, gás e água (+4,6%). Dentre as contribuições negativas, estão máquinas e equipamentos, a indústria farmacêutica, vestuário e produtos químicos, de acordo com a coordenadora.
IBGE: “Agropecuária foi a única atividade a apresentar queda de fato na comparação interanual com valor adicionado negativo”, diz coordenadora
“Por questões climáticas como El Niño, a soja e o milho se apresentam como destaques negativos”, comentou Rebeca Palis. As culturas se apresentam com queda de -2,4% e -11,7%, respectivamente. Dentro da agropecuária, a pecuária representa cerca de 20% e agricultura cerca de 70%, com restante composto por produção florestal e pesca.
Lula: PIB avançou no primeiro trimestre deste ano puxado pro maior consumo das famílias e serviços
Segundo presidente, outra boa notícia é que, de acordo com a previsão do FMI, o Brasil subirá mais uma posição, chegando a 8º PIB mundial.
IBGE: “Crescimento do 1º trimestre é puxado pelos subsetores de comércio, informação e comunicação e outras atividades de serviço”, diz coordenadora
“O crescimento de subsetores ligados à indústria abaixou na comparação trimestral e se destacam no campo negativo”, diz Rebeca Palis. Na comparação interanual, as importações de bens e serviços se destacam assim como as despesas de consumo das famílias. “Temos os três componentes de demanda interna crescendo, com importações crescendo mais que as exportações”, comentou.
IBGE: “Apesar de 2023 ter sido muito bom para a agropecuária, no quarto trimestre algumas safras já apresentavam queda, como laranja e trigo”, diz Rebeca
“Apesar do ano ter sido excelente para a agropecuária, o quarto trimestre não foi tão bem. A variação positiva no trimestre se refere às diferentes colheitas que se tem”, diz Rebeca. “No caso da agropecuária, a melhor taxa para se olhar são as taxas interanuais, ainda que na comparação trimestral apresente crescimento”, acrescenta.
“Nesse primeiro trimestre ainda não há nada sobre o RS, mas independente disso, pelas questões climáticas, como El Niño, já se sabia que não seria um bom ano para a agropecuária”, diz
IBGE: “A indústria andou de lado no trimestre, ficou estável; a única atividade que cresceu na indústria foi a de transformação”
“Quem puxa para baixo é a extrativa, construção e eletricidade e gás, água e esgoto”, diz a coordenadora do IBGE. Rebeca faz a ressalva de que os segmentos apresentam algum crescimento mas, na comparação trimestral, abaixaram a taxa da indústria.
IBGE: “Não está sendo um ano muito bom para agropecuária também e a gente exporta muito”, diz Rebeca Palis
IBGE: “A gente tem uma exportação crescendo ainda, mas menos que a vista no ano anterior”, diz a coordenadora
Para Santander, os dados do PIB confirmaram a expectativa de aceleração no 1T24, impulsionados pelo aumento da renda das famílias devido ao pagamento de precatórios e um mercado de trabalho resiliente
Em análise, o Santander escreveu que o resultado não deve afetar a previsão de alta de +2,0% para o PIB de 2024. “A composição mostra que os setores de oferta ficaram próximos às expectativas, com os serviços surpreendendo positivamente, enquanto a demanda indicou desempenhos positivos para o consumo e investimentos, e o governo surpreendeu negativamente. Para o futuro, esperamos uma desaceleração no 2T24, devido aos efeitos diminuídos do pagamento de precatórios e os impactos negativos das enchentes no Rio Grande do Sul.”
IBGE: “Há todo uma conjuntura favorecendo o crescimento da despesa de consumo das famílias”, comenta a Coordenadora
“Nos últimos dois anos, tivemos uma contribuição positiva do setor externo. Nesse primeiro trimestre, a gente viu isso mudar”, diz Rebeca. A importação cresceu bem mais que a exportação e o crescimento trimestral do PIB é relacionada ao consumo interno, acrescenta.
IBGE: “Pela ótica de produção, serviços e PIB geral estão na máxima da série”, diz Rebeca Palis
IBGE: “Pela ótima da Demanda, o PIB e o Consumo das Famílias estão no recorde da série, já o Consumo do Governo manteve estabilidade”, diz Rebeca Palis
PIB 1T24: resultado não deve alterar expectativa de crescimento do ano, diz economista
Leonardo Costa, economista do ASA Investments, diz que, “pelas aberturas (oferta), o destaque fica para o segmento de serviços, com variação de +1,4%, nível mais forte desde 2020, com a volatilidade da pandemia, com o comércio subindo +3,0% no período; além disso, a agropecuária teve taxa de +11,3% neste trimestre, enquanto a indústria variou -0,1%. Do lado da demanda, consumo das famílias com variação de +1,5% nesta leitura, FBCF subiu +4,1%”. Para ele, o PIB ficou “muito próximo da nossa projeção” e “não deve alterar a expectativa de crescimento do ano, de +2,3%; os dados devem ficar mais voláteis a partir de 2T, quando (o PIB) deve contabilizar o efeito da tragédia no Rio Grande do Sul”.
“Quando olhamos os patamares do PIB, estamos de novo com o PIB crescendo no maior patamar da série desde 2010”, diz Rebeca Palis
A Coordenadora de Contas Nacionais faz a ressalva de que a indústria segue em estabilidade desde 2010, em especial pela indústria de transformação.
Em instantes, Rebeca Palis, Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, comenta os resultados
Juros Futuros operam mistos: ponta longa e média recuam levemente, vértice curto tem leve alta
Dólar comercial sobe 0,58%, a R$ 5,26, e dólar futuro avança 0,12%, a 5.271 pontos
Após PIB, Ibovespa futuro opera com leve alta de 0,09%
PIB totalizou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre de 2024
Desse total, R$ 2,4 trilhões foram referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 361,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Confira as principais variações do PIB
Gráfico da evolução do PIB, a preços de mercado; variação trimestre contra trimestre com ajuste sazonal
PIB acumula alta de 2,5% em quatro trimestres
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na Agropecuária (6,4%), na Indústria (1,9%) e nos Serviços (2,3%).
No primeiro trimestre de 2024, taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023
Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.
Setor de serviços puxou PIB na comparação anual, junto com atividades de Informação e Comunicação, Comércio e Outras Atividades de Serviços
PIB cresce 2,5%, acima do previsto, no 1º trimestre na comparação com o mesmo trimestre do ano passado
Agropecuária cresceu 11,3% no 1º trimestre e indústria recuou 0,1%
Setor de serviços puxa alta do PIB, com avanço de 1,4%
Segundo o IBGE, isso se deveu, principalmente, pelas contribuições do Comércio (3,0%), de Informação e Comunicação (2,1%) e de Outras atividades de serviços (1,6%).
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