“Antes de tributar dividendos, é preciso tributar a especulação”, defende megainvestidor Luiz Barsi

Para o "rei dos dividendos", tributação vai afastar o investidor pessoa física da Bolsa brasileira

Equipe InfoMoney

Luiz Barsi Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Luiz Barsi Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

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SÃO PAULO – Com a reforma tributária no centro das discussões do mercado financeiro, investidores com portfólios posicionados em boas pagadoras de dividendos têm questionado a proposta, enviada ao Congresso, que retira o benefício da isenção de Imposto de Renda para a pessoa física. E um deles é o megainvestidor Luiz Barsi.

Durante live realizada na última terça-feira (7) pelo canal Ações Garantem Futuro (AGF), no YouTube, o rei dos dividendos afirmou que o Brasil já possui uma tributação penosa o suficiente e que outra direcionada aos dividendos penalizaria ainda mais o investidor individual.

Barsi é economista e aos seus 82 anos, atua como presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP). Com décadas de experiência no mercado financeiro, o megainvestidor construiu seu patrimônio com o que chama de “carteira previdenciária”, na qual busca empresas sólidas que sejam boas pagadoras de dividendos, sempre com objetivo de longo prazo.

“A tributação vai inibir o investidor a colocar seus recursos no Brasil e [dificultar] a expansão da atividade industrial e de prestação de serviços no nosso país”, afirmou.

Dentre as medidas propostas pelo governo está a taxação de dividendos em 20%, sendo que a isenção de R$ 20 mil por mês de dividendos recebidos passa a valer apenas para pequenas e microempresas. Há ainda a previsão de fim dos juros sobre o capital próprio (JCP).

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Na live, Barsi lembrou ainda que durante os anos 1970 o governo brasileiro chegou a tributar os dividendos, mas que, na época, a medida foi suspensa por se caracterizar como dupla tributação. “Espero que entendam que se trata novamente de uma bitributação”, afirmou.

Segundo ele, antes de tributar os dividendos, o governo deveria analisar a tributação da especulação, que traria “muito mais receita para a Receita Federal e para a atividade fiscal do país”.

A avaliação é de que a mudança faria com que o investidor pensasse nas ações como um investimento de longo prazo, e não apenas para especular no curto prazo.

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Barsi questiona ainda a isenção de tributação dos fundos de investimento no ganho de capital com renda variável e afirma que, para arrecadar mais tributos, o governo deveria tributar em 10% todas as vendas de ações com apuração diária.

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