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SÃO PAULO – Assim como acontece com outros tipos de indicadores de análise técnica, não existe consenso quanto ao uso das Ondas de Elliot como forma de se orientar no mercado de ações. Entretanto, o uso de qualquer ferramenta deste tipo de análise é pessoal e cada investidor deve optar por aquela que se adaptar melhor, já que muitas delas possuem críticas, mas também pontos positivos, de forma que podem levar o investidor a ganhos quando utilizadas apropriadamente.
Independente da escolha pessoal de cada analista e das divergências de cada um, as Ondas de Elliot são utilizadas por diversos investidores, e proporcionam várias possibilidades de análises, contudo, iremos conhecer alguns princípios básicos desta teoria.
Ciclos de oito ondas
Na teoria das Ondas de Elliot, três aspectos são tidos como bastante importantes: o padrão (patern), a relação (ratio) e o tempo (time), sendo sua ordem de importância na seqüência em que os aspectos estão apresentados.
O padrão refere-se às formações das ondas e o “molde” que estas seguem. A relação determina os pontos de correção nos movimentos e os preços alvos através da razão entre diferentes ondas. Já o tempo pode ser utilizado para a confirmação dos padrões e relações, mas vale destacar que este aspecto não é considerado o mais confiável pelos analistas.
Em sua forma mais básica, a teoria afirma que o mercado de ações segue um ritmo repetitivo de cinco ondas de avanço e três ondas indo ao sentido contrário ao da tendência: é um ciclo de oito ondas.
Apesar do grau, o ciclo permanecerá o mesmo
Além dos padrões observados, o grau da tendência também merece atenção. O ciclo de oito ondas, porém, permanece, independente deste grau, de forma que cada onda pode ser subdividida em ondas de menor intensidade e estas, em outras ondas de intensidade ainda menor.
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Desta forma, cada onda é parte de uma onda maior, mais intensa, que deve ser vista como uma só onda composta por diversas outras. Por exemplo, uma onda crescente pode ser composta por outras ondas que se subdividirão em cinco ondas crescentes, ao passo que na composição desta onda crescente deverá haver duas ondas de correção que conterão em cada uma três outras ondas, sempre completando o ciclo de oito ondas.
Uma vez entendido o princípio do ciclo de oito ondas, ou seja, quando o analista consegue identificar as “cincos” ondas de avanço e as “três” de correção, ele saberá o que esperar do mercado. Vale ressaltar que um movimento de correção nunca acontece em cinco ondas, exceto quando for uma onda de correção “triângulo”, que veremos adiante.
Uso prático
Um exemplo do uso prático das Ondas de Elliot é que, em uma tendência de alta, quando cinco ondas puxando o gráfico para baixo são identificadas, esta provavelmente será a primeira onda de uma queda de três ondas, e provavelmente está queda pode se estender.
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Já em uma tendência de queda, um avanço de três ondas pode ser entendido como o reinício de uma tendência de queda, mas cinco ondas crescentes podem indicar um movimento substancial para uma tendência de alta, e este avanço pode se tornar a primeira onda desta tendência.
Ondas de correção
Até agora vimos um pouco mais das ondas de avanços na direção da tendência dominante e deixamos as ondas de correção de lado, entretanto, embora mais difíceis de se identificar, estas são igualmente importantes. Vale analisar três classificações de ondas de correção: Zig Zag, Planas e Triangular.
Canais e suporte
Outro ponto a ser observado na teoria das Ondas de Elliot é o uso de canais de tendência. Segundo analistas, Elliot utilizou os canais como um método de identificação de preço alvo e também como forma de contar as ondas do gráfico.
Assim, quando uma tendência de alta é estabelecida, um canal inicial pode ser desenhado de forma semelhante aos canais de tendência comuns, de forma que duas linhas paralelas devem tangenciar a primeira e a segunda onda descendente. A tendência deverá se manter dentro deste canal.
Entretanto, se, por exemplo, a terceira onda romper o canal, um novo canal baseado nesta terceira onda deverá ser desenhado. O último canal deverá ser desenhado com base nas ondas de correção 2 e 4 e normalmente acima da terceira onda, desta forma, a onda 5 deverá se aproximar do limite do canal.
Alguns analistas afirmam também que a quarta onda observada funciona como um ponto de suporte. Assim, após as cinco ondas de alta se completarem e a tendência de queda se iniciar, os preços do mercado normalmente não deverão mover-se abaixo da quarta onda anterior, formada durante a tendência de alta anterior.
Crítica à teoria
Geralmente, a crítica que se faz desta teoria é que ela só é visível quando os movimentos e padrões já se formaram, de forma que ela não fornece uma percepção mais apurada do que poderá acontecer com o mercado.
Entretanto, diversos analistas fazem uso desta ferramenta, e um estudo mais aprofundado da teoria de Elliot pode fornecer informações mais apuradas e completar o conhecimento do investidor. Vale lembrar ainda que a combinação de diversos indicadores de análise técnica pode ajudar a reduzir os riscos na hora da tomada de decisão.